O Barquinho Cultural

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segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Vítimas da chuva

A mobilização mundial ontem em torno da última etapa - brasileira - da Fórmula 1 me assustou. É por isso que essa atividade rende tanto dinheiro. E esta corrida parece que foi planejada para o que aconteceu: uma vitória a segundos do final, para frustração de tantos brasileiros que torceram para Felipe Massa (e para a Ferrari e todos seus patrocinadores, é claro). Mas que levantou a torcida até a bandeirada final. Adrenalina assim custa caro, mas rende muito. Pois vão todos dormir com um gosto amargo na boca e umas centenas de reais a menos no bolso. Menos os pilotos e equipes... Pois nesse domingo de F1 me acontece de eu me envolver em um acidente de trânsito. Eu não tive culpa. O sujeito fez uma conversão proibida e na contramão. Chovia e os pneus não seguraram o carro na pista molhada. Bati em uma van escolar! O cara estava transportando um monte de gente, claro que não eram estudantes. Imagino que trabalhadores propagandistas, como esses de anúncios imobiliários, porque o veículos estava cheio de placas. Mas não quis saber. Nunca me envolvi em acidente assim, que tivesse que negociar. Não sabia muito o que fazer. E fiquei com medo de o sujeito sumir e não o ver nunca mais. Assumiu a culpa e se comprometeu a pagar o conserto. Bem, até aí, tudo bem. Mas estou ainda desconfiado. Agora, já imaginou se o cara faz isso transportando crianças? Pois a chuva deste domingo fez, pelo menos, dois infelizes: eu e Massa, mais minha filha, que estava comigo no carro, pois a levava à igreja, e levou um grande susto, além de perder o culto.

sábado, 1 de novembro de 2008

Coisas do dia

Fui ver este sábado "Duas faces da lei", no Unibanco do Bourbon. Não gostei. Faltou ação e De Niro e Pacino podem fazer mais do que vi nesse filme.

Na sexta, assisti, com Eduardo, a Lenine, no Sesc Pinheiros. Gostei. Bons arranjos e letras poéticas. O cara agita a moçada. Gostei também de ele lançar o último trabalho dele em vinil; mas está muito caro (era R$ 120 lá).

Hoje tem corrida de Fórmula 1. As apostas vão em Felipe Massa. Não entendo nada de F1, e acho que armam um espetáculo grandioso demais em torno disso.

Terça, dia 4, os americanos escolhem o sucessor de Bush. Não sei se Obama ganha. Ele está na frente nas pesquisas, mas eleição americana é muito esquisita e o clima de já ganhou nunca é bom conselheiro. Penso que na hora H o preconceito falará mais alto.

Passei na Amaral Gurgel voltando do cinema e fiquei chateado com as pessoas dormindo embaixo do Minhocão. Tem gente que diz que eles estão lá por opção. Não sei... Nunca conversei com eles. Mas deveria haver uma opção melhor para quem opta por morar em lugar nenhum. Não os Cetrens (deve ter mudado de nome, por conta do marketing político, mas a essência creio que não), mas algo que permitisse ao cara ser o que é mas com um mínimo de higiene e conforto. E privacidade. Estou errado?

As meninas voltaram a usar saias e vestidos. E estão lindas. Dever ser a primavera. Bem-vinda primavera!

Os meninos estão cada vez mais truculentos. E não é culpa das academias. É outra coisa. Talvez a necessidade de afirmação, ou de marcar posição. Ou revolta com sei lá o quê.

Tenho intenção de fazer mestrado, para dar aula de jornalismo um dia. Mas agora que apareceu esse sertanejo universitário estou repensando...

terça-feira, 23 de setembro de 2008

A VIDA NÃO É BELA


FUI ao cinema sexta-feira passada. Assisti a Era Uma Vez, de Breno Silveira (que está aí na foto entre Rocco Pitanga e Thiago Martins). Não vou dizer que o filme me emocionou ou chocou. Não. Achei um filme sensível, sim, com uma história eu diria previsível, se se pensar que a fonte foi Romeu e Julieta, de Shakespeare. A temática, afinal, é constante nos folhetins televisivos: a riquinha que se apaixona pelo pobretão. Agora, o que eu achei mesmo desproporcional foi a interpretação, uma ou duas oitavas acima do que seria natural. A direção de atores exagerou mesmo, talvez propositadamente. Mas a produção, quem sabe para não chatear os patrocinadores, pintou uma favela até bonita, com vista para o mar, se bem que em determinadas cenas o Atlântico visto da varanda dos barracos esteja envolto em névoa, em contraste ao brilho da praia que os endinheirados de Ipanema vêem. Mas é uma favela bonita, digna de receber a patricinha que cai de amores pelo vendedor de cachorro-quente. Mas, sabe, a vida não é bela, mesmo que o seja a favela. E a realidade se faz presente nas horas menos queridas cobrando seu tributo. E o amor bonito, acima de todos os preconceitos e convenções e barreiras, é atacado, e os preconceitos, convenções e barreiras vêm se impor. Donde se pode concluir que o problema não é amar um pobretão, mas se envolver com um pobretão de uma favela, ainda por cima carioca. Bem, gostei do filme, mas deveria ter baixado um pouco o tom e ser mais verossímil.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

ÚLTIMO DESEJO

E como é a vida, não!? Há poucos dias, foi-se Dorival Caymmi, dizem que a doença de sua amada Stella agravou a própria, do que não duvido, porque morre-se de amor e de saudade também; eu admiro casamentos longevos, e o deles durou mais de 60 anos (68 para ser exato). Imagina, o casal, se se dá bem e se respeita e se ama, torna-se uma só pessoa. Admiro e, por que não dizer, almejo um relacionamento duradouro assim. Bem, o que eu estava comentando é que eles foram embora com a pequena diferença de 11 dias. Stella (aliás, Adelaide) estava em coma desde abril e racionalmente pode nem ter sabido do desaparecimento de seu amado, mas duvido que sua alma não sentiu e não se esforçou para lhe fazer companhia. Agora, sim, a jangada voltou só. Pensava nesse post ontem à noite dirigindo ao trabalho ouvindo um CD com canções na voz de Maria Bethânia quando começa a tocar a faixa "Último desejo", de Noel Rosa. Poxa, essa foi a canção que, na voz de Stella, em um programa de calouros em uma rádio do Rio, fez Dorival se apaixonar por ela...

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Foi por medo de avião...



Espanta-me - e a todo o mundo, quero crer - essa onda de acidentes aéreos que vem rolando. Só nesta semana finda, foram dois (Espanha e Quirguistão), com pra lá de 200 mortos. Depois daquele da TAM confesso que deixei de considerar esse tipo de transporte muito bom. Minha primeira vez, em 1983, Fortaleza/SP, foi daquelas de tremer à primeira turbulência. Tenho registrado em meus escritos o momento, não falando da viagem em si, mas do motivo que me fez retornar das férias no Ceará - a morte de minha mãe. Muitas outras viagens de avião fiz depois, e o medo nunca me abandonou. Não pavor, porque senão sem subiria, mas aquele medinho do desconhecido, do inevitável, que dá quando a gente anda por uma rua deserta à noite, ou quando vê sozinho um filme de horror B (que eu já adorava bem antes de virar 'cult'). E agora com essa sucessão de tragédias fico com um pé atrás e o outro também, porque acidentes acontecem, mas falhas humanas nesse setor, caso as haja mesmo, são imperdoáveis. Antes pegar estrada com meu carrinho, porque, bem ou mal, o chão está mais perto.


Mas não foi para falar de acidentes aéreos que abri esse post. Foi para falar de medo, ou de vacilações, hesitações. Eu os tenho em abundância, muitos por uma questão de sobrevivência, os instintivos, mas outros pela falta de ousadia mesmo. É difícil se ter coragem, ser destemido, porque implica resistência, enfrentamento, lançar-se à frente, ter iniciativa. A sociedade louva esse tipo de pessoa, mas ao mesmo tempo faz muito para podar esse comportamento. Veja, por exemplo, essa imagem que já virou chavão, mas serve para ilustrar: a quantidade de 'nãos' que a pessoa ouve na vida, desde que nasce até a morte, é de matar qualquer vontade. Da família (essa instituição que primeiro nos molda aos parâmetros socialmente aceitos) a todas as demais "autoridades" com que nos defrontamos na vida, é um crescendo de cortes do nosso barato. Mas, em contrapartida, quer gente mais bem aceita - e invejada - que os chamados bem-sucedidos, aqueles que meteram as caras e foram atrás de seus sonhos, de seus projetos. Empresários, artistas, políticos, cientistas, intelectuais. Estão aí para dar o exemplo. Penso que se deveria estimular a coragem desde cedo, como fazem os animais. Mas o bicho homem, de maneira geral, gosta de superproteger, o que gera seres medrosos. Ouvi o nadador Michal Phelps dizer, após ganhar sua enésima medalha de ouro, que uma vez um professor disse que ele não ia ser nada na vida. Eu ouvi isso também, e não de um professor, mas de vários. A avó de uma amiga certa vez contestou a professora em uma questão - na qual ela, a avó, tinha razão -, e de castigo teve de ficar o resto do ano sem poder falar em classe. Anos depois a tal professora suicidou-se. E a avó viveu muito mais e realizou muitas coisas lindas na vida. Então é isso. Acho que não se pode podar a criatividade, a iniciativa, a ousadia, as idéias novas, os ideais, os talentos. Senão teremos, em vez de empreendedores, uma geração de medrosos que não fará o mundo ir para a frente.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Não vou falar de Olimpíada




Semana que vem não haverá mais esses jogos lá na China para absorver a atenção de uma Nação. Acho chato, não gostei dessa Olimpíada, e não é porque tivemos (até agora, 7h21) poucas medalhas. É que esse clima de que temos a obrigação de torcer pelos atletas não condiz com a realidade do país, e isso nem vale a pena se perder em dizer. Está evidente. E é tudo que falo de esporte hoje. Aliás, nem quero falar de notícias, um dos focos desse blog. Mas, enquanto a bolsa de Cingapura não fecha para eu terminar meu texto, vou divagando sobre o que me passa na cabeça; vou ser banal, até pueril. Falar de sonhos, por exemplo. Não aspirações, desejos, projetos. Sonhos mesmo, aquilo que normalmente temos ao dormir. Nesta noite (dia, no meu caso), sonhei que colhia cocos verdes dentro de uma casa, como se cortasse cacaus, mas dentro do coco/cacau havia não água-de-coco, mas suco de caju! Acho que é porque dormi ouvindo Sergeant Peppers'... e toda aquela psicodelia interferiu em meu subconsciente. Sei lá. Mas foi um bom sonho, pena que nele eu fumava, coisa que deixei pra trás há uns bons 5 ou 6 anos e não pretendo retomar. Mas de repente o charuto que estava em meu bolso virava chocolate, ou cacau mesmo. Sonho pirado, que, aliás, não interessa a ninguém. Mas estou assim mesmo hoje: sem vontade de ser profundo, me dando o direito de ser um pouco raso, de falar besteira, de não me obrigar a ser inteligível. Afinal, já cansei de ler coisas que não me passou pela cabeça a menor idéia do que se tratavam, e as editoras, jornais e revistas estão povoadas de tipos assim, que se arvoram escrever sem a preocupação de ser entendidos. O cinema, a música e o teatro também estão carregados de gente assim. Vamos, então, dar liberdade de escrever o que bem entender, vivia o hermetismo! Pra não dizer que não falei de notícias, não gostei de o novo ocupante da cadeira de Machado de Assis na ABL ser esse crítico musical, de O Globo, Luiz Paulo Horta. Não me lembro de ter lido nada dele, mas Ziraldo concorria, e eu preferia ele lá. Mas como nunca levei essa academia mesmo muito a sério, tudo bem, melhor pra Ziraldo. Mas seria gozado ver o Maluquinho de fardão... (Fechou Cingapura [alta de 0,4%], volto logo). A propósito, a cadeira 23 vagou com a morte de Zélia Gattai, que a ocupou depois de Jorge Amado. O patrono é José de Alencar. Na realidade, li pouco Ziraldo, acho que só Flicts e tirinhas na revista Playboy e no Pasquim. Mas já vi várias entrevistas dele e o acho um cara coerente, com posições claras e engraçado - ri até dele mesmo, uma qualidade que admiro. A última polêmica em que se envolveu, a do direito a indenização por perseguido na ditadura, achei que foi explorada com vilanismo pela imprensa, que poderia fazer um debate um pouco mais inteligente sobre o assunto. Mas aí é pedir muito mesmo. Qualquer hora falo da imprensa, mas por ora (que legal isso, como se chama mesmo essa figura de linguagem , aliás, é alguma?) me limito a falar bobagem, como esse sonho frutífero (se fosse uma mexerica ia casar legal com a música, no trecho "Picture yourself in a boat on a river/ With tangerine trees and marmalade skies"... Aliás, na época do lançamento do Sgt. Peppers' (67) surgiu o grupo alemão de música eletrônica Tangerine Dream que conheci, vejam só, porque um dia encontrei no lixo um disco (LP) dessa banda, levei para casa, ouvi e gostei. Vou procurar e ver se baixo músicas deles. É tipo Kraftwerk, tipo aquele movimento Krautrock. Gosto de música assim, não aquele bate-estaca dos 70, ou os acid-house e coisas assim de hoje, gosto de sintetizadores, órgãos, teclados, computadores... Frank Zappa! Falar nisso, não em Zappa, claro, mas em Sgt. Peppers', ontem me toquei que sempre entendi errado esse trecho: pra mim, era tangerine dream, não tangerine trees (coisa de meu inglês sacal). Outra coisa. Acho que a música que mais gosto nesse disco é Lovely Rita. A "meter maid", que custei um tempão pra entender (também antes não tinha internet né?) que se referia àquelas moças de fiscalização de trânsito e da zona azul (aqui, lá não sei como marcavam o tempo de estacionamento naquela época na Inglaterra) - ou algo assim, guarda de trânsito, nao sei. Essa música tem um balanço, meio country, ou sei lá que ritmo, mas adoro aquele pianinho, um som meio antigão, e em um disco revolucionário até os tubos, que influenciou todo mundo, e tão simplesinha essa canção (aliás, li no Wikipédia agora que essa música foi encarada como mais uma das evidências de que Paul estava morto, porque disseram que ele bateu o carro e morreu porque estava distraído olhando para a tal Rita :) Mas não é a única de que gosto nesse disco. Aliás, estou no terceiro, porque o vinil estragou, aí comprei um CD que uma amiga levou e "never more" e o terceiro que comprei nas Grandes Galerias, em SP. Gosto de She's leaving home, Fixing a hole, Gettin' better, ou seja, as canções mais suaves, sem esquecer de A day in the life, esta um épico que vi uma vez meu professor de rádio tocar no violão e babei. Veja, estou divagando na maionese... Mas é o fluxo de pensamentos oriundos da lembrança de um sonho estranho. Podia ter imaginado outras conexões, mas é que realmente ouvia Sgt. Peppers' ao dormir. Gosto de dormir com música, com qualquer tipo de som, desde que não seja barulho, nem silêncio. Não durmo bem com o silêncio, porque ouço meu interior, e me assusto. Gosto mesmo de deixar o rádio ligado, seja em notícias, seja em pregador evangélico ou locutor policial. O ritmo do som me embala e eu durmo bem. E acho que isso estimula meus sonhos, que sempre os há e são bons, pelo menos os que me lembro. Deve ser algum resquício da infância, porque sempre tinha alguém conversando ao meu redor quando eu dormia.
Não ia falar de Olimpíada, mas não deu: o ouro da Maurren no salto em distância inundou a redação e não tive como. Eu gosto dela, desde a primeira Olimpíada em que a vi. E gosto dessa modalidade, que eu praticava no ginásio, mas sem esse brilho, claro, de 7m04.

sábado, 16 de agosto de 2008

Morrer é gostoso


Foi isso que meu pai disse pouco antes de ir embora. Não sei por que ele disse isso, mas a frase me vem à cabeça agora que escrevo a respeito da morte de Dorival Caymmi, hoje, por volta de 6h, no Rio. Yemanjá o levou (como nessa ilustração, do mestre Elifas Andreatto) para as profundezas do mar,que ele cantou tanto e tão bem. Caymmi sempre me emocionou, desde a primeira vez que o ouvi, nem me recordo mais quando. Mas me lembro de cantar muito a Suíte do Pescador quando nos reuníamos para discutir os fatos da vida e refleti-los à luz dos Evangelhos. Nem é necessário me alongar muito sobre o mestre, porque ele é reconhecidamente um grande compositor e sua importância para nossa cultura é imensurável. Mas quero registrar que seu desaparecimento me deixou triste e constatei que ele é mais um que se vai antes que eu o possa ver ao vivo, como já foram Zappa, Lennon, Harrison, Renato Russo, Cazuza, Elis, Adoniran... tantos... Também, ver um show, nos dias de hoje, é um exercício complicado. O show business está cada vez mais voraz, e os artistas têm que se submeter a uma indústria que, não sei não, mas me parece muito mais interessada em lucro rápido que em difundir arte e cultura. Vide o show de João Gilberto agora, a confusão que a empresa encarregada de vender os ingressos proporcionou. A pessoa comprava, quando conseguiu acessar o site, e, dizem, não tinha garantia da compra nem determinado o lugar em que se sentaria. Fora os preços (até R$ 360). Assim, prefiro nem ir. Bons tempos quando a gente via show até em sociedade amigos de bairro, em ginásio de esportes, em teatros, não em casas em que os responsáveis não têm escrúpulos e não interrompem o serviço de bar quando o espetáculo começa. Pior os espectadores, que pedem sua bebida e petisco em plena cena aberta. Vil! Bem, sobre a morte ser gostosa, acho que meu pai deve ter dito isso porque talvez percebeu que ia se livrar da dor ou do desespero de ver sua vida fugir-lhe do controle. Se foi assim, foi bom para ele, e deve também ter sido para Caymmi. E que ele e sua jangada sigam tranqüilos para o mar...

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Algo lá atrás


Confesso que ando meio nostálgico, e quem porventura me lê não precisa ficar aguentando minhas reminiscências, mas não consigo, neste momento, escrever nada mais atual, ou moderno, ou contemporâneo. Mas, afinal, memórias são algo atual, pois referem-se a lembranças, hoje, de tempos passados. E na maioria das vezes permitem que revisemos algo que ficou lá atrás e sigamos em frente com, talvez, um pouco mais de sapiência, dada pela experiência. Pois isso me ocorre agora, quando reouço (existe esse verbo?) músicas que havia tempos não ouvia. Ontem foi outro Vandré, novamente graças ao companheiro (esse termo também faz tempo que não emprego) Eduardo. E ouvi também, de novo por conta dele, Raíces de América. Bem, nos tempos que esse grupo de canções latino-americanas existia, eu preferia o Tarancón, na mesma linha. Porque achava este mais, digamos, engajado que aquele, muito pop star, global (teve até uma atriz da Globo nele, recitando poesias) para meu/nosso gosto. Nunca fui um show deles e nem um disco comprei. Mas Tarancón não perdia um: Míriam Mirah, Jica, Turcão e Emílio, além do pintor Halter (bem, essa era a formação que eu vi, nos anos 80; eles se formaram em 72, creio). Tenho vários discos deles. Não estou, com isso, dizendo que o Raíces seja ruim; não são. É apenas uma questão de gosto: Emilinha/Dalva; Beatles/Stones, por aí. Mas ouvi-los trouxe-me de volta esse período e reflexões sobre o que eu fazia naquela época, sonhos que tinha, perspectivas, o que eu era... Eu sofri uma revolução na minha maneira de ser e pensar logo depois de terminar o serviço militar. Olha, eu, enquanto recruta, cheguei a alimentar idéias de seguir carreira. E logo em seguida abracei o que se costumava chamar de corrente progressista da sociedade (ah, não posso dizer que era comunista porque não era do tal partidão e nunca li mais que dois capítulos de O Capital, e mesmo assim em espanhol e para um trabalho de faculdade; nem posso dizer que era de esquerda, porque minha ação era meio encabulada, nunca apanhei da polícia nem fui preso, tampouco pichei um muro contra os banqueiros ou o imperialismo). Mas minha militância resumiu-se a visitar umas favelas para tomar um choque de realidade (como se eu morasse muito melhor que eles) e apresentar uma peça de Dias Gomes (A Invasão) à guisa de levar alguma consciência crítica aos moradores (como se tivéssemos muita). Enfim: pode-se dizer que eu era um membro da famosa "massa de manobra". Ah, e como fazíamos muita festa, pois éramos jovens (de idade, quero dizer), pode-se também dizer que pertencíamos a uma certa "esquerda festiva". De qualquer forma, foi um belo salto: de recruta com sonhos carreiristas a um projeto de revolucionário. Hoje, revisão feita e observando o cenário atual, posso dizer que pertenço ao grupo dos que foram da esquerda e não ficaram ricos e/ou famosos. Melhor para mim.
Outra razão de eu estar nesse clima foi que reli um negócio que escrevi há muito tempo, coisa de uns 10, 12 anos. Era um projeto de um conto, quem sabe um romance. Eu sempre alimentei um pouco a idéia de escrever algo além dos textos que faço ou refaço para minha subsistência. Mas sempre me faltou ou idéias ou disciplina... Ou talento. O certo é que abandonei o texto, que escrevia nos momentos vagos na hora do trabalho (quando não havia internet nem MSN para nos ocupar o tempo). Ainda bem que tive a sábia idéia de imprimir o que tinha escrito quando saí de lá. Quer dizer, ainda bem por quê? Se tiver alguma serventia hoje, quem sabe. Acabaram mesmo as idéias naquele tempo e retomar agora seria complicado, acho, porque eu estava experimentando naquele texto uma linguagem diferente, um cenário que eu não conheço. Muito fake. E nem estruturei direito o que queria fazer. Fui escrevendo, sem destino. Teria, portanto, de pensar em um desenvolvimento a partir de onde parei, rever a linguagem e o contexto, pôr mais tempero naquilo, que está apenas um exercício de estilo, quando muito. Quem sabe eu não retome mesmo o projeto, ou quem sabe eu não retome pelo menos o projeto de escrever algo mais que o do sustento e o que posto aqui... Quem sabe (faz a hora, não espera acontecer...)

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

O bronze de Cielo


Gosto de natação e esse bronze (César Cielo, aqui no traço de Misso, em O Liberal), hoje, em Pequim foi pouco. Sei lá se tem a ver, mas um país com tanta água como o nosso deveria ter recordistas no nado assim como os EUA têm globetrotter no basketball. Mas temos futebolistas... Aliás, eu não gosto de futebol, quem me conhece sabe bem disso. Não jogo, não assisto, não torço pra nenhum time. Só nas copas é que acabo sendo mordido pela emoção da "Pátria em chuteiras", como dizia Nelson Rodrigues (aliás, tinha um livro com esse título, compilação de crônicas esportivas do mestre recolhidas por Ruy Castro, que sumiu lá de casa; acho que emprestei a alguém que não devolveu). E é nesses dias de competições esportivas que viceja um nacionalismo, um ufanismo que me enoja, principalmente na mídia eletrônica, mais especificamente a televisiva. É só ter um brasileiro na competição para os locutores se esgoelarem. Não agüento isso. Mas é parte do espetáculo, fazer o quê. Por obrigação profissional, estou acompanhando os jogos e entrando no clima, mas nem tanto - digamos que estou mantendo um distanciamento profissional necessário. Hora (agora 8:08) de ir para a casa e cama e ouvir meus novos CDs... Conforme disse outro dia, vou ouvindo e comentando.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Caminhando e cantando


Estou em casa, são 13h22. Vim ouvindo Canto Geral, de Geraldo Vandré, garimpagem do amigo Eduardo Magossi que me proporcionou relembrar essa boa obra de tantos tempos passados (nem tanto assim, vai!). O efeito foi imediado: a audição me remeteu aos anos 80, quando fui apresentado a esse e a outros sons de luta, em uma época em que a mítica era uma coisa levada a sério, não apenas um efeito de marketing como se vê por aí, inclusive nas ações daqueles que lutavam naquela época e que me fizeram virar minha vida do avesso. Lembrei do quanto a gente cantava essas canções a plenos pulmões nos nossos encontros de jovens, acampamentos, reuniões, missas, caminhadas, passeatas, comícios... Rs... Soa nostalgia... E é, uai! Cantávamos também Violeta Parra, Victor Jara, Tarancón, Atahualpa Yupanqui, Chico Buarque, Milton Nascimento, Elis Regina, João Bosco, Sá e Guarabyra, Beto Guedes, Zé Ramalho, Fagner (Fagner? Sim, cantávamos!). Mas Vandré era "o" cara para nós; dizem que o sujeito apanhou tanto que pirou, virou outra pessoa. Não sei. Não o conheço. Se o visse, se conversasse com ele poderia ter uma idéia do que ele é agora, mas não sei. Mas gostei de ouvir de novo o meu ídolo dos 20 e poucos anos. Falta ainda ouvir as canções do filme A Hora E A Vez de Augusto Matraga, de Roberto Santos - e também falta ver esse filme, que ainda não consegui; se a fita soube transmitir o que o conto de Guimarães Rosa passa, hummm. As músicas de GV já são de arrepiar... Vou ver, tenho certeza. Essa tecnologia de hoje tudo permite.


domingo, 3 de agosto de 2008

Criança esperança?


Agora domingo 03/08/2008, meia-noite e meia. Está rolando o Criança Esperança, na TV Globo. Não sei, não gosto muito dessas coisas. Será que estou errado? Insensibilidade minha? Acho até bom incentivar a solidariedade, mas esse negócio de promover um show desses, artistas, pessoal da tevê... Será que eles abrem mão do cachê em nome da causa? Deveriam, afinal, a visibilidade que isso dá... Sei lá, não conheço a fundo o evento para criticar, mas que me soa estranho, soa.

Beatles; Janis - Hoje gravei os 5 CDs da caixa Artifacts que o colega Eduardo Magossi me emprestou. Não ouvi nada ainda, quero saborear depois a sós. Também baixei 4 álbuns de Janis Joplin. Levou um dia inteiro para transferir, o PC ficou lento, MSN toda hora dando problema, Internet ficou capenga. Não sei se por causa do Torrent, mas depois que acabou e religuei o computador ficou um pouco melhor. Eduardo também me emprestou o livro Revolution in the Head, de Ian MacDonalds, editora Pimlico. Conforme for lendo e ouvindo porei aqui minhas impressões.



Olimpíada - Sexta-feira começam os Jogos Olímpicos em Pequim (ou Beijing). É impressionante como isso dá matéria para a mídia. A Globo dá até raiva de ver. Em todos. Não é que eu não gosto. Pelo contrário, apesar de minha pouca afinidade com esportes, eu gosto de ver algumas modalidades, sim, principalmente as que não são coletivas, como o atletismo, ginástica. Ver aqueles seres que nem parecem humanos, por conta dos limites que extrapolam, realmente eu gosto. Mas o que irrita é o tsunami de informação que jogam, o clima que tentam criar. E sendo na China, ah, os jornalistas vão pautados com um que a mais, qual seja prescrutar como um país "comunista" lida com esse evento "capitalista". Pelo menos isso também será outra atração de se ver. Se conseguirem mesmo dar um relato que valha a pena ler. Fiquemos, pois de olho. E acho que Dunga & Cia não traz medalha não...

terça-feira, 10 de junho de 2008

BC dando exemplo ao Fed??



Bom dia. Agora são 7h36, hora de Brasília. Artigo interessante publicado hoje no Le Monde: "Fed deveria se inspirar no Brasil" (no original M. Bernanke devrait s'inspirer de la Banque centrale du Brésil). Quem lê em francês pode checar: http://www.lemonde.fr/economie/article/2008/06/09/m-bernanke-devrait-s-inspirer-de-la-banque-centrale-du-bresil_1055689_3234.html. A questão é a seguinte: de acordo com o artigo, o BC brasileiro deveria servir de exemplo ao similar americano, porque a "política de juros altos saneou a economia brasileira". O argumento é que o remédio seria o ideal para os EUA da atualidade, que estão com grande déficit na balança de pagamentos, moeda fraca, baixa taxa de poupança, além do déficit fiscal, a despeito de manter a taxa de crescimento. Quem diria, não é mesmo? O que não dá receber investiment grade de duas agências de rating importantes... Portanto, mr. Ben Bernanke, que tal um papinho com Meirelles? Aliás, falar nele, o presidente do Fed demonstrou ontem que a inflação já está no foco do BC americano também. Inflação que derrubou todas as bolsas da Ásia hoje (com destaque para as da China e Hong Kong). Aqui os índices de preços também não param de subir. Ontem o IGP-DI de maio cravou 1,88%, acumulando 12,14% em 12 meses. E o Mantega alertou que a inflação só cai no último trimestre. Mais tarde sai o PIB do 1º trimestre. Prevê-se 0,5% a 1,2% para o dado trimestral e 5,30% a 6,40% para a leitura anual. A ver...

sexta-feira, 6 de junho de 2008

A Amazônia e a fome



Bom dia. Agora são 06h06 do dia 06/06... Interessante.... Juro que não foi de propósito. Nem me ligo em numerologia. Sou incrédulo para isso e para muitas outras coisas. No último fim de semana falávamos disso em família. Eu expressando minha opinião sobre a existência de Deus, à qual não ponho em dúvida, mas não acho que seja um ser vivo, mas algo diferente, como uma força, um ser de outro nível. Bem, eu não consegui me fazer entender, afinal nem mesmo eu sei se entendo o que penso a respeito. Melhor não prolongar nem insistir no assunto. Dogmas, né. Bem, o que interessa dizer agora é que ontem foi dia internacional do meio ambiente e Lula anunciou a criação de três reservas de conservação no país - duas no Amazonas e uma no Pará. Havia outras duas previstas (outra no Pará e uma na Bahia), mas o presidente vetou-as. As unidades de conservação visam tentar evitar o avanço da fronteira agrícola e o desmate da Amazônia. Aliás, ontem, também, foi noticiado que o Ibama no Amazonas multou a madeireira Gethal, do sueco-britânico Johan Eliasch, por venda ilegal de madeira nobre - foram 230 mil árvores. A empresa foi autuada em R$ 450 milhões. Enquanto isso, uma cúpula da FAO em Roma, que reuniu diversos chefes de Estado para discutir a fome e soluções para combatê-la terminou ontem, depois de três dias, sem propor nada substancioso, conforme o relato de Clóvis Rossi na Folha. Dizem por aí que o Brasil tem grande parcela de culpa na fome mundial, ao focar a produção nos biocombustíveis em vez de na comida... Balela. Tanto que o documento final da cúpula não tratou do assunto etanol ou correlatos. Falar em fracasso, a CPI dos Cartões Corporativos terminou ontem sem botar ninguém na berlinda. PSDB, DEM e PPS entraram com ação na Procuradoria-Geral da República pedindo abertura de inquérito policial contra membros do governo que julgam ter responsabilidade pela montagem de dossiê (ou banco de dados, como diz Dilma) sobre os gastos de FHC. E Dilma está às voltas com outro problema: o Estadão deu ontem denúncia de Denise Abreu, ex-diretora da Anac, de que a ministra da Casa Civil a pressionou a tomar decisões favoráveis ao fundo americano Matlin Patterson no processo de compra da Varig e da VarigLog. Como a legislação não permite que estrangeiros detenham mais de 20% do capital de empresas aéreas, a ministra teria feito gestões junto a ex-diretora para facilitar a transação - por exemplo, não pedir declarações de Imposto de Renda dos três sócios brasileiros, que poderiam estar atuando como "laranjas" dos americanos. Entra no rolo ainda o advogado Roberto Teixeira, compradre de Lula, cujo escritório representava os compradores. Dilma nega. Mas o assunto repercutiu bastante.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Jefferson Peres, Romário, Parada Gay...



Antes de mais nada, notícia da hora: morreu hoje, por volta de 6h, o probo senador amazonense Jefferson Péres, do PDT. Parece que teve um ataque cardíaco. Um político de muita integridade, uma das referências éticas do Senado, segundo muitos. Disse, em entrevista ao JB (http://jbonline.terra.com.br/jb/papel/brasil/2005/05/14/jorbra20050514001.html) que "o governo Lula se tornou refém do fisiologismo, é ruim e incompetente". Propôs, a propósito das denúncias envolvendo seu correligionário Paulinho Pereira da Silva, seu afastamento do partido até que apresente explicações plausíveis sobre as acusações de envolvimento em irregularidades de empréstimos do BNDES. Defendia também a redução do número de parlamentares (propunha 2 senadores por Estado e cerca de 300 deputados). Vai fazer falta.
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Hoje, feriado para muitos (para mim, não, para variar). Fiz plantão ontem (22), e a noite rendeu. Muitas notícias interessantes para dar. A mais curiosa foi a senhora que trafegou mais de 8 quilômetros na contramão em pelna rodovia dos Imigrantes. Ela disse que fez isso porque, ao se aproximar do pedágio, deu-se conta de que estava sem a bolsa, portanto, sem dinheiro para a tarifa, apressada e transtornada que saiu (disse ela) após ter brigado com a filha. A imagem que e TV exibiu dela andando no contrafluxo de uma rodovia lotada em pleno feriado foi hilária. Ainda bem que não houve nenhum acidente. Outra de São Bernardo, um garoto de 11 anos foi libertado do cativeiro onde foi levado por seqüestradores há uma semana. Os meliantes pensaram que o menino era filho de algum capitão da indústria (pediram 1 milhão de reais!), mas a vítima, além de órfã de pai, não é de família abastada - o pai era "cegonheiro", profissão bastante comum na região que ele mora. A mãe procurou a polícia, que achou a criança em um barraco da favela do Jardim Silvina. Um casal foi preso e dois bandidos estão sendo procurados.

Romário, Marcha e Parada Gay

Morreu ontem (22) seu Edevair, pai de Romário, aos 76 anos, de complicações de uma infecção urinária. O agora aposentado jogador de futebol estava em Fortaleza, promovendo o DVD com seus mil gols (hummm) - claro que o vídeo não trará todos, né?
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A Marcha por Jesus, promovida pela igreja Renascer (aquela da bispa Sônia Hernandes), reuniu mais de 1 milhão de fiéis, segundo a Polícia, e foi capa de quase todos os jornais. Rolou na capital paulista, em seqüência a um culto-monstro da Igreja da Graça (aquela do missionário R.R. Soares, cunhado do Edir Macedo). Eles esperavam 5 milhões na marcha.
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Número que, não surpreenda-se, pode atingir nova Parada Gay em São Paulo, a se realizar neste domingo (25). A 12ª edição do evento terá este ano o tema "Homofobia mata! Por um Estado laico de fato". O site oficial é este http://www.paradasp.org.br/parada2008/index.php.





O que está hoje nos jornais:





  • Itaú quer leilão para a venda da Nossa Caixa (BB que comprar o banco paulista)
  • FAO: preços dos alimentos não vão cair este ano
  • Blairo Maggi discorda dos números de desmatamento apresentados por Minc
  • Decisão do TJ-SP descriminaliza porte de drogas
  • Lula congela proposta do fundo soberano
  • BNDES vai emitir UA$ 1 bilhão em eurobônus, aproveitando o upgrade
  • Salários já têm aumento acima dos índices de produtividade = pode gerar inflação
  • Depois de bater US$ 135, barril do petróleo cai a US$ 130; Opep tira o dele da reta
  • Brasil reclama na OMC de protecionismo da China
  • Países sul-americanos discutem hoje criação de Conselho de Defesa
  • Governo procura STF para evitar vitória de arrozeiros em Raposa Serra do Sol
  • Folha aponta quem formatou dossiê dos gastos de FHC: Marisol, da Casa Civil
  • Maluf toma multa da Suíça (US$ 20 mil) e da Ilha de Jersey (US$ 630 mil) por tentar evitar envio de seus extratos ao Ministério Público brasileiro
  • McCain e Obama já pensam nos nomes dos vice em suas chapas
  • Hezbollah começa a desmontar acampamentos no centro de Beirute
  • Cuba quer punir diplomatas dos EUA que estariam financiando dissidentes
  • OMS quer negociação mundial para reduzir consumo de álcool
  • Santos fora da Libertadores apesar de vencer América
  • Lucimar e Kleberson garantem presença no atletismo em Pequim-2008

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Marina se foi; panema nosso









A ministra Marina Silva (aqui, no traço de Ique, do JB) pediu pra sair. Azar (a tradução do termo aí no título) o nosso, do País, de Lula, uma vez que ela dava aos olhos internacionais o respaldo preservacionista necessário para o presidente dialogar em diversos fóruns munda afora. Ela, a se acreditar e se limitar no que dizem os jornais, não engoliu a nomeação do Mangabeira Unger, o "ministro do futuro", como coordenador do Plano Amazônia Sustentável. Uma baita perda para o governo, sem dúvida. E o canto do cisne de uma batalhadora incansável pelas coisas da natureza, que se defrontou com uma avidez pelo crescimento a qualquer custo e bateu de frente com figuras pouco dadas a ceder, como Dilma Rousseff e o Reinhold Stephanes. Carlos Minc, cotado para seu lugar, deu entrevista em Paris declinando do convite. Acho que ele não quer fazer papel de estátua. Resta Jorge Viana, ex-governador do Estado dela, o Acre. Matéria do Estadão de hoje diz que, em seus mais de cinco anos de gestão, desmatamento na Amazônia recuou coisa de 60%.
FELIZ CUMPLEAÑOS
Ontem, minha primeira sobrinha fez aniversário e hoje sou eu que faço: 47! Hoje tenho a reposição das aulas de inglês que não tive na sexta. Depois, vou buscar abadá de filhinha e aí ao almoço. Talvez eu durma hoje, sei lá.
Principais notícias do dia:

  • Marina deixa Ministério do Meio Ambiente

  • Governadores do MA e AL denunciados pelo MPF por corrupção

  • China busca mais de 23 mil soterrados; mortos passam de 12 mil

  • Chanceler da Alemanha, Angela Merkel, é recebida por Lula

  • Mantega anuncia criação do Fundo Soberano do Brasil

  • Baixa renda sofre inflação maior: 3,19% no 1º quadrimestre (FGV)

  • Ibovespa tem novo recorde de pontuação: 70.503,2

  • ONGs ligadas a Paulinho têm sigilos quebrados pela Justiça

  • Lula aprova aliança PT-PSDB em Belo Horizonte

  • Vazador de dossiê e assessor de Álvaro Dias (PSDB-PR) vão depor a CPI

  • Jader Barbalho tem bens bloqueados pelo TRF por desvio na Sudam

  • Atentado na Índia deixa 80 mortos e 200 feridos

  • Habeas-corpus a pai e madrasta de Isabella é negado

  • Ipea: população negra será maioria este ano no País

  • Corinthians está nas semifinais da Copa do Brasil

terça-feira, 13 de maio de 2008

CHINA: MAIS DE 10 MIL MORTOS




É. A coisa foi feia lá na China. O número de vítimas fatais do terremoto passa de 10 mil, fora os desaparecidos. Agora à noite, em Beichuan, leste do epicentro do sismo, uma escola desabou e mais de mil pessoas, entre estudantes e professores, morreram. E no Líbano a coisa também está feia, mas não por catástrofes naturais. Lá, desde quarta-feira, confrontos entre sunitas pró-governo e xiitas ligados ao Hezbollah (da oposição) já deixaram 82 mortos e mais de 250 feridos. O Exército libanês promete intervir hoje. E nos EUA está cada vez mais difícil que Hillary seja a indicada do Partido Democrata a concorrer com John MacCain à presidência do país em novembro. Hoje a notícia é que, mesmo que ela vença a primárias de Virgínia Ocidental, hoje, não alcançará vantagem sobre Barack Obama, que já a está ignorando e atacando o republicano .

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Terremoto na China e caso Isabella






Agora 7h30. Acontecimento desta madrugada (segunda-feira, 12), um terremoto de quase 8 graus na escala Richter abalou a região sudoeste da China, chegando a ser sentido na Tailândia e no Vietnã. Fala-se em quatro crianças mortas, mas o número pode ser maior. Aliás, o fim e início da semana foram pródigos em catástrofes: os EUA foram sacudidos por nada menos que 34 tornados, que mataram até agora 23 pessoas. Um navio da Cruz Vermelha que levava mantimentos às vítimas de um ciclone em Mianmar bateu em um tronco e afundou. Falar em Mianmar, lamentável a postura do governo militar do país, em boicotar a ajuda internacional. Os ditadores até seqüestraram carregamentos de comida e medicamentos para, vejam só, colar adesivos nas embalagens com propaganda do governo!


CASO ISABELLA


O Fantástico deu entrevista com a mãe de Isabella Nardoni, Ana Carolina Oliveira, providencial devido o Dia das Mães. Louvável pelo esforço de reportagem, mas lamentável por continuar a expor essa mulher, cuja dor não faz sentido exibir ainda mais. Os jornais deram, a propósito da entrevista, que a mãe considera justa a prisão do casal e que pretende depor contra Alexandre a Anna Carolina. A mãe disse que acha que a menina foi morta por causa de ciúmes da madrasta, que via em Isabella a representação da ex de seu marido.


FIM DE SEMANA AGITADO


Professora de inglês deu furo e tive que ir embora depois do rodízio, pois não ia ficar cinco horas à toa no trabalho. Aproveitei para mandar lavar o carro. Passei na concessionária para reclamar das peças do ar-condicionado. A consultora que me atendeu há mais de um mês não está mais trabalhando lá. Outra moça que nos atendeu, Adriene, acho, anotou os dados e ficou de verificar e dar retorno segunda-feira.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Boas notícias



Hoje sexta-feira, 9 de maio, 9h11. Aula de inglês foi cancelada, professora não pôde vir... e eu me matei para dar conta do calhamaço de exercícios que ela passou para o feriado e eu deixei para os últimos dias... Isso me fez dormir muito pouco ontem, menos de três horas. Mas estou bem, como sempre ocorre às sextas-feiras. Hoje à noite tivemos nova rodada de pizzas, desta vez até a nova diretora participou, ela que aqui veio para falar de projetos novos. Bem, notícias boas nestes dias: o pai e a madrasta de Isabella tiveram a prisão preventiva decretada porque o juiz Mauricio Fossen, do 2º Tribunal do Júri aceitou a denúncia do promotor Francisco Cembranelli se entregaram. Demos cobertura da ida deles ao IML e volta ao DP, material que foi elogiado. Esta madrugada, Anna Carolina foi transferida do Carandiru a uma unidade prisional em Tremembé, porque estava sendo ameaçada pelas outras prisioneiras.
DILMA DÁ BANHO?
Todo mundo - ou quase todo mundo - deu que Dilma Rousseff deu um banho em seu depoimento ao Senado quarta-feira, 7, porque, depois da pergunta infeliz do senador Agripino Maia (DEM-RN), ninguém mais teve moral (ou clima) para pegar no pé da dona. Dora Kramer diz no Estadão de hoje que ela deitou e rolou porque realmente a oposição não estava preparada e a bancada situacionista se fez de morta. Para o jornalzão centenário, ela aproveitou a maré favorável e falou o que quis, do jeito que quis, sobre o tal do PAC, que, segundo o editorial, "é um dos mais robustos engodos que um governo já tentou impingir aos brasileiros". Na carne! Lula vibrou com o "desempenho" da ministra-chefe, e tem-se que a investigação sobre o suposto dossiê dos gastos de FHC é assunto enterrado (se bem que hoje os jornais dêem que a Casa Civil identificou o vazador do documento, uma cria de Zé Dirceu chamada José Aparecido Nunes Pires). Esse assunto, ao que parece, é pão amanhecido, e a bola da vez é o sindicalista Paulinho da Força, suspeito de ser beneficiado com grana desviada do BNDES. Já se fala até em abrir processo de cassação do pedetista na Comissão de Ética da Câmara (que esta semana perdeu seu presidente, Ricardo Izar). Hoje deu que a ONG presidida pela mulher de Paulinho, Elza, a Meu Guri, recebeu R$ 1,199 milhão do banco de fomento. Melhor chamar a ONG de Meu Dindim...
MEIRELLES FORA DO BC?
Assunto que agita o mercado hoje é a possível (ou provável, ou suposta, ou?) saída de Henrique Meirelles do Banco Central para disputar o governo de Goiás em 2010. Até agora, não vi muita repercussão, ontem o Bernardo deu um desmentido. E hoje o Credit Suisse demonstrou preocupação com isso, porque não haveria "sucessor óbvio" para ele. A matéria é do Correio Braziliense, acho que do Vicente. Não sei se rende, mas se for rolar, será no segundo semestre de 2009 ainda, muito tempo para se arrumar as coisas...
O país fez captação externa de US$ 525 milhões, a primeira após o upgrade dado pela Standard & Poor's, a uma taxa a mais baixa que o Brasil já pagou para um título de dez anos. E o assunto que está na pauta é também o tal fundo soberano que o governo estuda criar, para ser um dos canais de financiamento de empresas brasileiras no exterior, processo hoje muito complicado e sujeito a taxações dispendiosas. A coisa deve aparecer até o final de junho. A ver.
E a inflação sobe a montanha. Ontem o IGP-DI já cravou dois dígitos, quando computado o índice acumulado em doze meses, pela primeira vez desde 2005. Hoje o IGP-M apontou a mesma tendência e o IPCA, também em doze meses fechados em abril, deu 5,04%, mais de meio ponto acima do núcleo da meta (4,5%). Dentro ainda da banda (dois pontos acima ou abaixo do núcleo). Mas aponta a pressão dos preços dos alimentos, fator que vem impulsionando a inflação praticamente no mundo todo. Mantega (ministro da Fazenda) disse na TV ontem que não adianta elevar juros, tem é que aumentar a produção de comida. Mais uma estocadinha dele na política monetária do Meirelles e cia.
GO HOME
Hora de pegar a estrada e ir para casa.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Ressaca do feriado

Hoje, segunda-feira, 7h34. Já terminei o expediente e logo vou embora. A noite foi tranqüila, o feriado de 1º de Maio - para mim não prolongado - colaborou para a fraqueza de notícias. Mas houve desastres feios mundo afora: naufrágio no rio Solimões (http://www.estadao.com.br/cidades/not_cid167217,0.htm), ciclones no Sul (http://www.estadao.com.br/cidades/not_cid167206,0.htm) e em Mianmar (http://www.estadao.com.br/internacional/not_int167122,0.htm). O coordenador do curso de Medicina na Federal da Bahia que insultou os baianos renunciou. Ronaldo deu entrevista a Patrícia Poeta no "Fantástico" na qual se diz arrependido pelo que fez e admite que sua imagem foi arranhada para sempre e espera ainda ser chamado pelo Flamengo, que sagrou-se campeão carioca após vencer o Botafogo por 3 a 1( http://fantastico.globo.com/Jornalismo/Fantastico/0,,AA1680132-4005,00.html). Os porquinhos comemoram o título paulista depois de 12 anos (5 a o em cima da Ponte Preta); Isabela vibrou no carro quando ouvimos a notícia, nós que vínhamos do Espaço Unibanco, onde assistimos a "Estômago" (http://www.adorocinemabrasileiro.com.br/filmes/estomago/estomago.asp). Bom filme, prende a atenção, enredo bem bolado, baseado em um conto de Lusa Silvestre, que co-assina o roteiro e o argumento. Li uma crítica que dizia que as cenas finais, meio grotescas, não precisavam, mas acho que couberam sim, dentro do universo tão realista que o filme retrata. Sabe, bem que a propaganda da fita está certa: a gente sai do cinema com fome, tamanho o festival de delícias apresentados. Antes do filme tínhamos almoçado na tia Marina, rango de domingão mesmo, macarrão e frango... Deixei Isa na igreja e fui para casa. Sábado ainda houve festinha do tio Manoel, à qual também comparecemos. Casa cheia, homenagem justa e sincera a um grande homem. Antes disso, fomos conhecer Ellis, filha de Rogério e Kelly. Bebê lindo. Bem, hora de ir para casa.

sábado, 3 de maio de 2008

Sábado modorrento




Bom dia, agora sábado 03/05, 10h19 (o site põe a hora errada; deve ser o horário da sede da Google, administrador desse blog). Estou ouvindo Chris Isaak, a música é Move Along, do álbum San Francisco Days. Boa música, meio country, moderna, boa voz. Lembra um pouco Roy Orbison. Acordei muito cedo (7h e pouco). Ontem comi pizza, da Babbo (ia comprar no Carrefour, mas estava uma fila enorme ontem à noite), quebrando minha dieta, e tomei uma latinha de Skol enquanto esperava a redonda, neutralizando o efeito dos medicamentos. (Agora rola Milton, Portal da Cor, de Encontros e Despedidas, ótimo disco.) Choveu bastante ontem. Trabalhei, porque não emendamos o feriado de 1º de Maio (não fomos ver os shows e ato político, porque eu teria de trabalhar e descansar, e também este ano o ato da CUT foi em Interlagos, muito longe - para mim, claro). Marta Suplicy foi no ato da Força e recebeu muita vaia (é normal, candidato tem que engolir vários sapos na trajetória). Notícia internacional de destaque foi a nacionalização de quatro petrolíferas e uma tele na Bolívia. (agora toca Beatallica, Sandman - inspirada em Taxman de Beatles; esse grupo toca músicas do quarteto de Liverpool ao estilo Metallica). Aqui, o "investment grade" que o Brasil obteve da Standard & Poor's repercute, o Ibovespa fechou em alta de 2,21% a quase 70 mil pontos, recorde histórico. Notícia do plantão: um barco e uma lancha colidiram no lago Paranoá, perto do Palácia do Alvorada; um capitão do Exército morreu e uma mulher está internada com traumatismo craniano. Ambos estavam no barco, atingido pela lancha. O JN deu.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

BLOG DO BLOGA


Boa tarde (agora são 17h29). O Bóris Casoy está falando na Band News FM, sobre o caso do coordenador do curso de Medicina da Universidade Federal da Bahia, que, ao comentar a baixa nota obtida pela faculdade no Enem, atribuiu o mau desempenho à pouca inteligência dos baianos. Casoy disse que o cara estava bêbado e agora desdiz o que disse. Também repercute bastante o caso do austríaco que manteve presa e escondida a filha por 24 anos e com ela teve sete filhos - um deles natimorto. A dúvida é se a esposa dela era cúmplice, pois ele viajou várias vezes e, assim, como a moça e as crianças se alimentavam? Um entrevistado disse que ele mantinha uma geladeira abastecida no cativeiro da filha. Outro fato de destaque é o primeiro mês da morte de Isabella Nardoni, ontem (29), e o pedido de prisão do pai e madrasta da menina que a polícia fez ao Ministério Público [http://noticias.uol.com.br/ultnot/2008/04/30/ult23u2080.jhtm]. Bomba, bomba! Petrobras anuncia agora, 17h34, aumento de 10% nos preços da gasolina e diesel. Anteontem, Lula, Gabrielli, Mantega e outros se reuniram e o presidente não quis anunciar o reajuste agora, com medo de impacto na inflação. Mantega dá entrevista agora e diz que na bomba a gasosa terá reajuste de 8,8% e garante que o impacto na inflação será mínimo, de 0,15pp. Bolsa hoje arrebentou a boca do balão e subia mais de 6% por conta de a Standard & Poor's alçar o Brasil a grau de investimento [http://economia.uol.com.br/cotacoes/ultnot/2008/04/30/ult1918u931.jhtm]. Casoy acha que o ministro está minimizando o efeito desse aumento de preço na inflação (a propósito, o IGP-M divulgado ontem deu acumulado em 12 meses quase 10%). Agora, repete o Zé Simão que todo dia participa do programa do Boechat na mesma Band. O tema, claro, o affair Ronaldo Fenômeno/travecos... A denunciante armou confusão com a turma do Pânico na TV [http://portalimprensa.uol.com.br/portal/ultimas_noticias/2008/04/30/imprensa19054.shtml]. Como se lê nessa reportagem, a tal de Andréia ia participar de três programas na Rede TV!. Eu pergunto: faz sentido dar tanta publicidade a essa infeliz? Para que manchar tanto a imagem do jogador? Ele cometeu algum crime? Quem, neste país, não participou já de alguma sacanagem? Se o cara bobeou, coitado, é problema dele. A imprensa, sempre ávida por carne fresca (ou estragada, para lembra da "Montanha dos Sete Abutres"), deveria deixar o caso pra lá, já deu a repercussão que tinha que dar... Mas, claro, os programas da tarde não vão dar sossego, como têm feito com o caso da Isabella.