O Barquinho Cultural

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sexta-feira, 29 de agosto de 2008

ÚLTIMO DESEJO

E como é a vida, não!? Há poucos dias, foi-se Dorival Caymmi, dizem que a doença de sua amada Stella agravou a própria, do que não duvido, porque morre-se de amor e de saudade também; eu admiro casamentos longevos, e o deles durou mais de 60 anos (68 para ser exato). Imagina, o casal, se se dá bem e se respeita e se ama, torna-se uma só pessoa. Admiro e, por que não dizer, almejo um relacionamento duradouro assim. Bem, o que eu estava comentando é que eles foram embora com a pequena diferença de 11 dias. Stella (aliás, Adelaide) estava em coma desde abril e racionalmente pode nem ter sabido do desaparecimento de seu amado, mas duvido que sua alma não sentiu e não se esforçou para lhe fazer companhia. Agora, sim, a jangada voltou só. Pensava nesse post ontem à noite dirigindo ao trabalho ouvindo um CD com canções na voz de Maria Bethânia quando começa a tocar a faixa "Último desejo", de Noel Rosa. Poxa, essa foi a canção que, na voz de Stella, em um programa de calouros em uma rádio do Rio, fez Dorival se apaixonar por ela...

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Foi por medo de avião...



Espanta-me - e a todo o mundo, quero crer - essa onda de acidentes aéreos que vem rolando. Só nesta semana finda, foram dois (Espanha e Quirguistão), com pra lá de 200 mortos. Depois daquele da TAM confesso que deixei de considerar esse tipo de transporte muito bom. Minha primeira vez, em 1983, Fortaleza/SP, foi daquelas de tremer à primeira turbulência. Tenho registrado em meus escritos o momento, não falando da viagem em si, mas do motivo que me fez retornar das férias no Ceará - a morte de minha mãe. Muitas outras viagens de avião fiz depois, e o medo nunca me abandonou. Não pavor, porque senão sem subiria, mas aquele medinho do desconhecido, do inevitável, que dá quando a gente anda por uma rua deserta à noite, ou quando vê sozinho um filme de horror B (que eu já adorava bem antes de virar 'cult'). E agora com essa sucessão de tragédias fico com um pé atrás e o outro também, porque acidentes acontecem, mas falhas humanas nesse setor, caso as haja mesmo, são imperdoáveis. Antes pegar estrada com meu carrinho, porque, bem ou mal, o chão está mais perto.


Mas não foi para falar de acidentes aéreos que abri esse post. Foi para falar de medo, ou de vacilações, hesitações. Eu os tenho em abundância, muitos por uma questão de sobrevivência, os instintivos, mas outros pela falta de ousadia mesmo. É difícil se ter coragem, ser destemido, porque implica resistência, enfrentamento, lançar-se à frente, ter iniciativa. A sociedade louva esse tipo de pessoa, mas ao mesmo tempo faz muito para podar esse comportamento. Veja, por exemplo, essa imagem que já virou chavão, mas serve para ilustrar: a quantidade de 'nãos' que a pessoa ouve na vida, desde que nasce até a morte, é de matar qualquer vontade. Da família (essa instituição que primeiro nos molda aos parâmetros socialmente aceitos) a todas as demais "autoridades" com que nos defrontamos na vida, é um crescendo de cortes do nosso barato. Mas, em contrapartida, quer gente mais bem aceita - e invejada - que os chamados bem-sucedidos, aqueles que meteram as caras e foram atrás de seus sonhos, de seus projetos. Empresários, artistas, políticos, cientistas, intelectuais. Estão aí para dar o exemplo. Penso que se deveria estimular a coragem desde cedo, como fazem os animais. Mas o bicho homem, de maneira geral, gosta de superproteger, o que gera seres medrosos. Ouvi o nadador Michal Phelps dizer, após ganhar sua enésima medalha de ouro, que uma vez um professor disse que ele não ia ser nada na vida. Eu ouvi isso também, e não de um professor, mas de vários. A avó de uma amiga certa vez contestou a professora em uma questão - na qual ela, a avó, tinha razão -, e de castigo teve de ficar o resto do ano sem poder falar em classe. Anos depois a tal professora suicidou-se. E a avó viveu muito mais e realizou muitas coisas lindas na vida. Então é isso. Acho que não se pode podar a criatividade, a iniciativa, a ousadia, as idéias novas, os ideais, os talentos. Senão teremos, em vez de empreendedores, uma geração de medrosos que não fará o mundo ir para a frente.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Não vou falar de Olimpíada




Semana que vem não haverá mais esses jogos lá na China para absorver a atenção de uma Nação. Acho chato, não gostei dessa Olimpíada, e não é porque tivemos (até agora, 7h21) poucas medalhas. É que esse clima de que temos a obrigação de torcer pelos atletas não condiz com a realidade do país, e isso nem vale a pena se perder em dizer. Está evidente. E é tudo que falo de esporte hoje. Aliás, nem quero falar de notícias, um dos focos desse blog. Mas, enquanto a bolsa de Cingapura não fecha para eu terminar meu texto, vou divagando sobre o que me passa na cabeça; vou ser banal, até pueril. Falar de sonhos, por exemplo. Não aspirações, desejos, projetos. Sonhos mesmo, aquilo que normalmente temos ao dormir. Nesta noite (dia, no meu caso), sonhei que colhia cocos verdes dentro de uma casa, como se cortasse cacaus, mas dentro do coco/cacau havia não água-de-coco, mas suco de caju! Acho que é porque dormi ouvindo Sergeant Peppers'... e toda aquela psicodelia interferiu em meu subconsciente. Sei lá. Mas foi um bom sonho, pena que nele eu fumava, coisa que deixei pra trás há uns bons 5 ou 6 anos e não pretendo retomar. Mas de repente o charuto que estava em meu bolso virava chocolate, ou cacau mesmo. Sonho pirado, que, aliás, não interessa a ninguém. Mas estou assim mesmo hoje: sem vontade de ser profundo, me dando o direito de ser um pouco raso, de falar besteira, de não me obrigar a ser inteligível. Afinal, já cansei de ler coisas que não me passou pela cabeça a menor idéia do que se tratavam, e as editoras, jornais e revistas estão povoadas de tipos assim, que se arvoram escrever sem a preocupação de ser entendidos. O cinema, a música e o teatro também estão carregados de gente assim. Vamos, então, dar liberdade de escrever o que bem entender, vivia o hermetismo! Pra não dizer que não falei de notícias, não gostei de o novo ocupante da cadeira de Machado de Assis na ABL ser esse crítico musical, de O Globo, Luiz Paulo Horta. Não me lembro de ter lido nada dele, mas Ziraldo concorria, e eu preferia ele lá. Mas como nunca levei essa academia mesmo muito a sério, tudo bem, melhor pra Ziraldo. Mas seria gozado ver o Maluquinho de fardão... (Fechou Cingapura [alta de 0,4%], volto logo). A propósito, a cadeira 23 vagou com a morte de Zélia Gattai, que a ocupou depois de Jorge Amado. O patrono é José de Alencar. Na realidade, li pouco Ziraldo, acho que só Flicts e tirinhas na revista Playboy e no Pasquim. Mas já vi várias entrevistas dele e o acho um cara coerente, com posições claras e engraçado - ri até dele mesmo, uma qualidade que admiro. A última polêmica em que se envolveu, a do direito a indenização por perseguido na ditadura, achei que foi explorada com vilanismo pela imprensa, que poderia fazer um debate um pouco mais inteligente sobre o assunto. Mas aí é pedir muito mesmo. Qualquer hora falo da imprensa, mas por ora (que legal isso, como se chama mesmo essa figura de linguagem , aliás, é alguma?) me limito a falar bobagem, como esse sonho frutífero (se fosse uma mexerica ia casar legal com a música, no trecho "Picture yourself in a boat on a river/ With tangerine trees and marmalade skies"... Aliás, na época do lançamento do Sgt. Peppers' (67) surgiu o grupo alemão de música eletrônica Tangerine Dream que conheci, vejam só, porque um dia encontrei no lixo um disco (LP) dessa banda, levei para casa, ouvi e gostei. Vou procurar e ver se baixo músicas deles. É tipo Kraftwerk, tipo aquele movimento Krautrock. Gosto de música assim, não aquele bate-estaca dos 70, ou os acid-house e coisas assim de hoje, gosto de sintetizadores, órgãos, teclados, computadores... Frank Zappa! Falar nisso, não em Zappa, claro, mas em Sgt. Peppers', ontem me toquei que sempre entendi errado esse trecho: pra mim, era tangerine dream, não tangerine trees (coisa de meu inglês sacal). Outra coisa. Acho que a música que mais gosto nesse disco é Lovely Rita. A "meter maid", que custei um tempão pra entender (também antes não tinha internet né?) que se referia àquelas moças de fiscalização de trânsito e da zona azul (aqui, lá não sei como marcavam o tempo de estacionamento naquela época na Inglaterra) - ou algo assim, guarda de trânsito, nao sei. Essa música tem um balanço, meio country, ou sei lá que ritmo, mas adoro aquele pianinho, um som meio antigão, e em um disco revolucionário até os tubos, que influenciou todo mundo, e tão simplesinha essa canção (aliás, li no Wikipédia agora que essa música foi encarada como mais uma das evidências de que Paul estava morto, porque disseram que ele bateu o carro e morreu porque estava distraído olhando para a tal Rita :) Mas não é a única de que gosto nesse disco. Aliás, estou no terceiro, porque o vinil estragou, aí comprei um CD que uma amiga levou e "never more" e o terceiro que comprei nas Grandes Galerias, em SP. Gosto de She's leaving home, Fixing a hole, Gettin' better, ou seja, as canções mais suaves, sem esquecer de A day in the life, esta um épico que vi uma vez meu professor de rádio tocar no violão e babei. Veja, estou divagando na maionese... Mas é o fluxo de pensamentos oriundos da lembrança de um sonho estranho. Podia ter imaginado outras conexões, mas é que realmente ouvia Sgt. Peppers' ao dormir. Gosto de dormir com música, com qualquer tipo de som, desde que não seja barulho, nem silêncio. Não durmo bem com o silêncio, porque ouço meu interior, e me assusto. Gosto mesmo de deixar o rádio ligado, seja em notícias, seja em pregador evangélico ou locutor policial. O ritmo do som me embala e eu durmo bem. E acho que isso estimula meus sonhos, que sempre os há e são bons, pelo menos os que me lembro. Deve ser algum resquício da infância, porque sempre tinha alguém conversando ao meu redor quando eu dormia.
Não ia falar de Olimpíada, mas não deu: o ouro da Maurren no salto em distância inundou a redação e não tive como. Eu gosto dela, desde a primeira Olimpíada em que a vi. E gosto dessa modalidade, que eu praticava no ginásio, mas sem esse brilho, claro, de 7m04.

sábado, 16 de agosto de 2008

Morrer é gostoso


Foi isso que meu pai disse pouco antes de ir embora. Não sei por que ele disse isso, mas a frase me vem à cabeça agora que escrevo a respeito da morte de Dorival Caymmi, hoje, por volta de 6h, no Rio. Yemanjá o levou (como nessa ilustração, do mestre Elifas Andreatto) para as profundezas do mar,que ele cantou tanto e tão bem. Caymmi sempre me emocionou, desde a primeira vez que o ouvi, nem me recordo mais quando. Mas me lembro de cantar muito a Suíte do Pescador quando nos reuníamos para discutir os fatos da vida e refleti-los à luz dos Evangelhos. Nem é necessário me alongar muito sobre o mestre, porque ele é reconhecidamente um grande compositor e sua importância para nossa cultura é imensurável. Mas quero registrar que seu desaparecimento me deixou triste e constatei que ele é mais um que se vai antes que eu o possa ver ao vivo, como já foram Zappa, Lennon, Harrison, Renato Russo, Cazuza, Elis, Adoniran... tantos... Também, ver um show, nos dias de hoje, é um exercício complicado. O show business está cada vez mais voraz, e os artistas têm que se submeter a uma indústria que, não sei não, mas me parece muito mais interessada em lucro rápido que em difundir arte e cultura. Vide o show de João Gilberto agora, a confusão que a empresa encarregada de vender os ingressos proporcionou. A pessoa comprava, quando conseguiu acessar o site, e, dizem, não tinha garantia da compra nem determinado o lugar em que se sentaria. Fora os preços (até R$ 360). Assim, prefiro nem ir. Bons tempos quando a gente via show até em sociedade amigos de bairro, em ginásio de esportes, em teatros, não em casas em que os responsáveis não têm escrúpulos e não interrompem o serviço de bar quando o espetáculo começa. Pior os espectadores, que pedem sua bebida e petisco em plena cena aberta. Vil! Bem, sobre a morte ser gostosa, acho que meu pai deve ter dito isso porque talvez percebeu que ia se livrar da dor ou do desespero de ver sua vida fugir-lhe do controle. Se foi assim, foi bom para ele, e deve também ter sido para Caymmi. E que ele e sua jangada sigam tranqüilos para o mar...

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Algo lá atrás


Confesso que ando meio nostálgico, e quem porventura me lê não precisa ficar aguentando minhas reminiscências, mas não consigo, neste momento, escrever nada mais atual, ou moderno, ou contemporâneo. Mas, afinal, memórias são algo atual, pois referem-se a lembranças, hoje, de tempos passados. E na maioria das vezes permitem que revisemos algo que ficou lá atrás e sigamos em frente com, talvez, um pouco mais de sapiência, dada pela experiência. Pois isso me ocorre agora, quando reouço (existe esse verbo?) músicas que havia tempos não ouvia. Ontem foi outro Vandré, novamente graças ao companheiro (esse termo também faz tempo que não emprego) Eduardo. E ouvi também, de novo por conta dele, Raíces de América. Bem, nos tempos que esse grupo de canções latino-americanas existia, eu preferia o Tarancón, na mesma linha. Porque achava este mais, digamos, engajado que aquele, muito pop star, global (teve até uma atriz da Globo nele, recitando poesias) para meu/nosso gosto. Nunca fui um show deles e nem um disco comprei. Mas Tarancón não perdia um: Míriam Mirah, Jica, Turcão e Emílio, além do pintor Halter (bem, essa era a formação que eu vi, nos anos 80; eles se formaram em 72, creio). Tenho vários discos deles. Não estou, com isso, dizendo que o Raíces seja ruim; não são. É apenas uma questão de gosto: Emilinha/Dalva; Beatles/Stones, por aí. Mas ouvi-los trouxe-me de volta esse período e reflexões sobre o que eu fazia naquela época, sonhos que tinha, perspectivas, o que eu era... Eu sofri uma revolução na minha maneira de ser e pensar logo depois de terminar o serviço militar. Olha, eu, enquanto recruta, cheguei a alimentar idéias de seguir carreira. E logo em seguida abracei o que se costumava chamar de corrente progressista da sociedade (ah, não posso dizer que era comunista porque não era do tal partidão e nunca li mais que dois capítulos de O Capital, e mesmo assim em espanhol e para um trabalho de faculdade; nem posso dizer que era de esquerda, porque minha ação era meio encabulada, nunca apanhei da polícia nem fui preso, tampouco pichei um muro contra os banqueiros ou o imperialismo). Mas minha militância resumiu-se a visitar umas favelas para tomar um choque de realidade (como se eu morasse muito melhor que eles) e apresentar uma peça de Dias Gomes (A Invasão) à guisa de levar alguma consciência crítica aos moradores (como se tivéssemos muita). Enfim: pode-se dizer que eu era um membro da famosa "massa de manobra". Ah, e como fazíamos muita festa, pois éramos jovens (de idade, quero dizer), pode-se também dizer que pertencíamos a uma certa "esquerda festiva". De qualquer forma, foi um belo salto: de recruta com sonhos carreiristas a um projeto de revolucionário. Hoje, revisão feita e observando o cenário atual, posso dizer que pertenço ao grupo dos que foram da esquerda e não ficaram ricos e/ou famosos. Melhor para mim.
Outra razão de eu estar nesse clima foi que reli um negócio que escrevi há muito tempo, coisa de uns 10, 12 anos. Era um projeto de um conto, quem sabe um romance. Eu sempre alimentei um pouco a idéia de escrever algo além dos textos que faço ou refaço para minha subsistência. Mas sempre me faltou ou idéias ou disciplina... Ou talento. O certo é que abandonei o texto, que escrevia nos momentos vagos na hora do trabalho (quando não havia internet nem MSN para nos ocupar o tempo). Ainda bem que tive a sábia idéia de imprimir o que tinha escrito quando saí de lá. Quer dizer, ainda bem por quê? Se tiver alguma serventia hoje, quem sabe. Acabaram mesmo as idéias naquele tempo e retomar agora seria complicado, acho, porque eu estava experimentando naquele texto uma linguagem diferente, um cenário que eu não conheço. Muito fake. E nem estruturei direito o que queria fazer. Fui escrevendo, sem destino. Teria, portanto, de pensar em um desenvolvimento a partir de onde parei, rever a linguagem e o contexto, pôr mais tempero naquilo, que está apenas um exercício de estilo, quando muito. Quem sabe eu não retome mesmo o projeto, ou quem sabe eu não retome pelo menos o projeto de escrever algo mais que o do sustento e o que posto aqui... Quem sabe (faz a hora, não espera acontecer...)

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

O bronze de Cielo


Gosto de natação e esse bronze (César Cielo, aqui no traço de Misso, em O Liberal), hoje, em Pequim foi pouco. Sei lá se tem a ver, mas um país com tanta água como o nosso deveria ter recordistas no nado assim como os EUA têm globetrotter no basketball. Mas temos futebolistas... Aliás, eu não gosto de futebol, quem me conhece sabe bem disso. Não jogo, não assisto, não torço pra nenhum time. Só nas copas é que acabo sendo mordido pela emoção da "Pátria em chuteiras", como dizia Nelson Rodrigues (aliás, tinha um livro com esse título, compilação de crônicas esportivas do mestre recolhidas por Ruy Castro, que sumiu lá de casa; acho que emprestei a alguém que não devolveu). E é nesses dias de competições esportivas que viceja um nacionalismo, um ufanismo que me enoja, principalmente na mídia eletrônica, mais especificamente a televisiva. É só ter um brasileiro na competição para os locutores se esgoelarem. Não agüento isso. Mas é parte do espetáculo, fazer o quê. Por obrigação profissional, estou acompanhando os jogos e entrando no clima, mas nem tanto - digamos que estou mantendo um distanciamento profissional necessário. Hora (agora 8:08) de ir para a casa e cama e ouvir meus novos CDs... Conforme disse outro dia, vou ouvindo e comentando.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Caminhando e cantando


Estou em casa, são 13h22. Vim ouvindo Canto Geral, de Geraldo Vandré, garimpagem do amigo Eduardo Magossi que me proporcionou relembrar essa boa obra de tantos tempos passados (nem tanto assim, vai!). O efeito foi imediado: a audição me remeteu aos anos 80, quando fui apresentado a esse e a outros sons de luta, em uma época em que a mítica era uma coisa levada a sério, não apenas um efeito de marketing como se vê por aí, inclusive nas ações daqueles que lutavam naquela época e que me fizeram virar minha vida do avesso. Lembrei do quanto a gente cantava essas canções a plenos pulmões nos nossos encontros de jovens, acampamentos, reuniões, missas, caminhadas, passeatas, comícios... Rs... Soa nostalgia... E é, uai! Cantávamos também Violeta Parra, Victor Jara, Tarancón, Atahualpa Yupanqui, Chico Buarque, Milton Nascimento, Elis Regina, João Bosco, Sá e Guarabyra, Beto Guedes, Zé Ramalho, Fagner (Fagner? Sim, cantávamos!). Mas Vandré era "o" cara para nós; dizem que o sujeito apanhou tanto que pirou, virou outra pessoa. Não sei. Não o conheço. Se o visse, se conversasse com ele poderia ter uma idéia do que ele é agora, mas não sei. Mas gostei de ouvir de novo o meu ídolo dos 20 e poucos anos. Falta ainda ouvir as canções do filme A Hora E A Vez de Augusto Matraga, de Roberto Santos - e também falta ver esse filme, que ainda não consegui; se a fita soube transmitir o que o conto de Guimarães Rosa passa, hummm. As músicas de GV já são de arrepiar... Vou ver, tenho certeza. Essa tecnologia de hoje tudo permite.


domingo, 3 de agosto de 2008

Criança esperança?


Agora domingo 03/08/2008, meia-noite e meia. Está rolando o Criança Esperança, na TV Globo. Não sei, não gosto muito dessas coisas. Será que estou errado? Insensibilidade minha? Acho até bom incentivar a solidariedade, mas esse negócio de promover um show desses, artistas, pessoal da tevê... Será que eles abrem mão do cachê em nome da causa? Deveriam, afinal, a visibilidade que isso dá... Sei lá, não conheço a fundo o evento para criticar, mas que me soa estranho, soa.

Beatles; Janis - Hoje gravei os 5 CDs da caixa Artifacts que o colega Eduardo Magossi me emprestou. Não ouvi nada ainda, quero saborear depois a sós. Também baixei 4 álbuns de Janis Joplin. Levou um dia inteiro para transferir, o PC ficou lento, MSN toda hora dando problema, Internet ficou capenga. Não sei se por causa do Torrent, mas depois que acabou e religuei o computador ficou um pouco melhor. Eduardo também me emprestou o livro Revolution in the Head, de Ian MacDonalds, editora Pimlico. Conforme for lendo e ouvindo porei aqui minhas impressões.



Olimpíada - Sexta-feira começam os Jogos Olímpicos em Pequim (ou Beijing). É impressionante como isso dá matéria para a mídia. A Globo dá até raiva de ver. Em todos. Não é que eu não gosto. Pelo contrário, apesar de minha pouca afinidade com esportes, eu gosto de ver algumas modalidades, sim, principalmente as que não são coletivas, como o atletismo, ginástica. Ver aqueles seres que nem parecem humanos, por conta dos limites que extrapolam, realmente eu gosto. Mas o que irrita é o tsunami de informação que jogam, o clima que tentam criar. E sendo na China, ah, os jornalistas vão pautados com um que a mais, qual seja prescrutar como um país "comunista" lida com esse evento "capitalista". Pelo menos isso também será outra atração de se ver. Se conseguirem mesmo dar um relato que valha a pena ler. Fiquemos, pois de olho. E acho que Dunga & Cia não traz medalha não...