O Barquinho Cultural

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Agora, o Blog por Bloga e O Barquinho Cultural são parceiros. Compartilhamento de conteúdos, colaboração mútua, dicas e trocas de figurinhas serão as vantagens
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sexta-feira, 29 de maio de 2009

A desalambrar

É noticiada hoje a prisão de um dos militares que mataram o chileno Victor Jara durante a ditadura de Pinochet. Aos 16 de setembro de 1973 - exatos cinco dias após o golpe que derrubou Salvador Allende e pôs os militares no poder -, Jara era executado no estádio que depois seria rebatizado com seu nome, diz a notícia que com 44 tiros de fuzil, depois de ter as mãos quebradas com os canos das armas. Quando eu soube da história do compositor de Te Recuerdo Amanda, se dizia que ele teve as mãos quebradas para não fazer mais músicas revolucionárias, ao que teria respondido que fazia música com a cabeça, não com as mãos. Bem, houve até versões que se lhe tinham decepado ambas as mãos. O que importa é terem sido as mãos o objeto da ira e do sadismo dos jovens soldados. Sim, porque esse Adolfo Paredes Márquez que foi preso agora tinha 18 anos na época. E Jara, 40. Quebrar as mãos para que ele não mais tocasse seu violão? Para que não escrevesse suas canções? Ouvi falar de Jara no começo da década de 80, quando comecei a frequentar o grupo de jovens da igreja Nossa Senhora das Dores, na vila Palmares, em Santo André. O padre lá, Rubens Chasseraux, era da linha progressista - era, porque já há mais de 20 anos que ele mudou de lado - e as missas eram povoadas de canções latino-americanas, os trabalhos de base focavam os pobres e despossuídos (o padre tinha um trabalho junto à favela do bairro que se tornou símbolo mundial). Então vivíamos cantando Jara, Violeta Parra, Atahualpa Yupanqui, Gabino Palomares e outros. E aprendi a admirar esse homem que, antes de se firmar como cantor e compositor, foi ator e diretor teatral de grande brilho, além de jornalista e professor. Suas canções falam da vida do povo, dos trabalhadores, de injustiças. Cantávamos A Desalambrar em nossas reuniões cheias de violões (até eu, na época, meti-me a tentar aprender o instrumento) com um vigor como se o simples cantar derrubasse mesmo as cercas que separavam as propriedades privadas dos campesinos sem terra (o MST iria só surgir, como organização, 4 ou 5 anos depois, mas já havia sementes por aí). Bem, não me tornei um bom revolucionário, como era de esperar. Mas o que aprendi e conheci nessa época constituíram meu pensar e meu agir. E posso hoje ler essa notícia e pensar, com angústia, nesse tempo em que "falar de flores era até um crime pois implicava calar sobre tantos horrores" - conforme Brecht.
Gazeta Mercantil - O "jornal de economia do Brasil desde 1920" informou hoje na capa que esta era a última edição sob a responsabilidade da Editora JB S.A. O dono da editora, Nelson Tanure, devolveu a marca à família Levy, alegando dívidas trabalhistas inadministráveis. Não se sabe, ainda, se o jornal voltará a circular em breve ou algum dia. São 60 jornalistas que estão apreensivos, porque obviamente não serão todos que poderão ser reaproveitados em outros títulos da Cia Brasileira de Mídia. É uma pena, mesmo. Sempre gostei da Gazeta, a qual comecei a ler quando era bancário no Noroeste, nos anos 80. Sempre que os gerentes iam embora, no final da tarde, eu ficava mais um tempo na agência e pegava uma edição abandonada na mesa de um deles e lia, mesmo sem entender muito, mas com curiosidade e aplicação. Acho que foi a Gazeta, junto com a revista Visão, que eu assinava, que me fizeram pegar gosto por temas econômicos, apesar de ir concentrar meu trabalho nessa área apenas 10 anos depois de ter iniciado minha carreira de jornalista. Mas gostava dos textos elegantes e precisos do jornal. E de sua postura sempre tão formal, os desenhos de bico-de-pena antes de a fotografia e a cor tomarem conta do jornal à guiza de modernização. Lembro como se referiam ao então sindicalista Lula como sr. Luiz Inácio da Silva (rs). Tentei trabalhar lá uma vez, mas não deu certo, porém teria sido uma experiência interessante. Conheço muitos profissionais de lá, e fico chateado, mas com certeza a gente vai se encontrando por aí e no fim todos se acomodam. Fica apenas no ar um gosto amargo de ver um grande jornal deixar de existir, depois de anos definhando e sem futuro certo.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Uísque e mulher ranzinza

(Este texto é em homenagem à notícia dada pelo Guardian de que jornalistas são os profissionais que mais bebem.)
Eu tinha doze garrafas de uísque na minha adega e minha mulher me disse para despejar todas na pia, porque senão...
- Assim seja! Seja feita a vossa vontade, disse eu, humildemente. E comecei a desempenhar, com religiosa obediência, a minha ingrata tarefa.
Tirei a rolha da primeira garrafa è despejei o seu conteúdo na pia, com exceção de um copo, que bebi.
Extraí a rolha da segunda garrafa e procedi da mesma maneira, com exceção de um copo, que virei.
Arranquei a rolha da terceira garrafa e despejei o uísque na pia, com exceção de um copo, que empinei.
Puxei a pia da quarta rolha e despejei o copo na garrafa, que bebi.
Apanhei a quinta rolha da pia, despejei o copo no resto e bebi a garrafa, por exceção.
Agarrei o copo da sexta pia, puxei o uísque e bebi a garrafa, com exceção da rolha.
Tirei a rolha seguinte, despejei a pia dentro da gar­rafa, arrolhei o copo e bebi por exceção.
Quando esvaziei todas as garrafas, menos duas, que escondi atrás do banheiro, para lavar a boca amanhã cedo, resolvi conferir o serviço que tinha feito, de acordo com as ordens da minha mulher, a quem não gosto de contrariar, pelo mau gênio que tem.
Segurei então a casa com uma mão e com a outra contei direitinho as garrafas, rolhas, copos e pias, que eram exatamente trinta e nove. Quando a casa passou mais uma vez pela minha frente, aproveitei para recontar tudo e deu noventa e três, o que confere, já que todas as coisas no momento estão ao contrário.
Para maior segurança, vou conferir tudo mais uma vez, contando todas as pias, rolhas, banheiros, copos, casas e garrafas, menos aquelas duas que escondi e acho que não vão chegar até amanhã, porque estou com uma sede louca ...

(Barão de Itararé)

terça-feira, 26 de maio de 2009

Viva o cinema novo



A Folha de S. Paulo traz hoje reportagem informando que o cine Marabá, na avenida Ipiranga, quase esquina com a São João, será reinaugurado nesta sexta-feira, reformado, com sua enorme sala de mais de 1.600 lugares fracionada em cinco salas menores, dentro do conceito multiplex que impera nas salas de exibição há pelo menos uma década. O Marabá é um dos últimos cinemas de rua resistentes na cidade de São Paulo, ao lado de outras salas que decaíram para a programação pornográfica e outras que viraram templos religiosos ou bingos. Fechado em 2007 para a reforma, conduzida por Ruy Ohtake e Samuel Kruchin, tombado pelo patrimônio histórico municipal, este cine sempre me impressionou quando eu andava por essa região. É um prédio de dimensão superlativa mesmo, com suas colunas de mármore, suas franjas na fachada. E o interior. Enorme, em seus áureos tempos com revestimento de ouro, poltronas vermelhas, um saguão interminável. É do tempo em que ir ao cinema era um programa chique, as pessoas iam com suas roupas de gala, como se fossem à ópera ou ao concerto. Bem, claro que eu não vivi esse período, mas nem por isso deixei de me sentir como que ingressando em um santuário ao ir ver algum filme lá. Não me lembro quantas vezes fui ao Marabá, nem quais filmes assisti, porque era mais comum eu ir a algum cinema em minha região mesmo, o ABC, onde também havia bons cinemas de rua na época de minha infância e adolescência. Nada contra cinemas de shopping, que têm o conforto adequado a um público que gosta desses templos de consumo exatamente por isso. Mas esses cinemões faziam a gente ver a sétima arte como isso mesmo, arte, não mero entretenimento. As telas eram enormes, fazendo o filme nos envolver e tornar a experiência algo que mexia com quase todos os sentidos. Nunca me esquecerei de Os Dez Mandamentos, com Charlton Heston no papel de Moisés, no cine Comodoro, da São João, com sua telona de 70 milímetros. A abertura e travessia do Mar Vermelho foi uma visão que duvido que terei outra similar. Assim como o barulhão em perfeito dolby surround do Terremoto - não me lembro em que cinema, talvez no próprio Marabá, ou no Vitória, em São Caetano. Agora outra lembrança boa é a do filme Embalos de Sábado à Noite (sim, eu vi, e quem não viu?), acho que no Comodoro também. Saí do cinema convicto de que eu era o próprio Travolta e no primeiro baile que fui sábado já estava devidamente trajado de camiseta de manguinha arregaçada e cabelo penteado pra trás com topetão. Agora, quanto à dança, melhor nem falar. Era gostoso ir ao cinema em São Paulo, parecia que estávamos recebendo um banho de civilização, um upgrade social, quase caipiras que éramos. E o bom também é que, com um ingresso apenas, a gente podia assistir a quantas projeções quisesse. Eu, às vezes, quando não tinha nada para fazer, entrava no cinema de manhã e só saía à tarde. Quando o filme era bom, claro. E havia ainda as sessões duplas, com dois filmes correlatos, por exemplo, dois western ou dois de aventura. Claro que isso acabou, mas ainda há a possibilidade de se ver o Noitão no HSBC Belas Artes, em uma sexta-feira do mês, com três filmes e ao final um lauto café da manhã. Eu frequentei os noitões que eram realizados pelo antigo cineclube Oscarito, na praça Roosevelt, mas não havia breakfast (porém sempre tinha alguém vendendo café e sanduíches). Assisti lá a uma maratona espetacular de filmes e vídeos dos Beatles, a uma noitada com filmes de vampiros, outra de Hitchcock. Fechado em 1991, o Oscarito hoje abriga o teatro Os Satyros. O Comodoro virou igreja, ou bingo, nem sei. O Vitória é uma casa de shows e baladas. Agora, tristeza mesmo me deu quando fui ver que fim levou o antigo cinema que eu frequentava no bairro do Ipiranga, o Imperador, na rua Brigadeiro Jordão, perto da igreja. Vi uma infinidade de filmes lá, muitas vezes cantando o lanterninha para nos deixar entrar em filmes cuja idade mínima eu não alcançava. Algumas vezes, iniciada a projeção, ele abria a portinha lateral e deixava eu entrar, de graça! Esse cinema, vi recentemente, não teve nem a honra de abrigar um bingo ou um templo religioso. Está vazio, abandonado, sujo, largado, abrigo de sem-teto e depósito de coisas inservíveis que as pessoas insensíveis teimam em largar ali dentro. Leio em um site que chegou a funcionar uma metalúrgica lá, mas dessa fábrica não resta nem um vestígio. Outro cinema que eu frequentava no Ipiranga, o Anchieta, na rua Silva Bueno, onde assisti ao primeiro A Fantástica Fábrica de Chocolate, virou um estacionamento. Portanto, dentro dessa realidade tão triste dos antigos cinemas de rua, o renascimento do Marabá, ainda que sob o estilo multiplex, merece ser muito comemorado. Com certeza estarei lá. Uma Noite no Museu 2 é uma boa opção, não?

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Fratura exposta

Assistimos à montagem de Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, sob a direção de Gabriel Villela, em São Paulo. Este é um texto clássico, de 1943, que marca o início do teatro moderno brasileiro, graças também à direção revolucionária de Ziembinski. A atual montagem, se não se pode dizer que seja revolucionária, ao menos inova na solução para os três planos indicados por Rodrigues: a alucinação, a realidade e a memória. Villela optou por fundir as três dimensões e trabalhar com luzes, interpretações e figurinos para demarcá-las, mas há momentos em que nada se distingue, e é, a meu ver, proposital, pois estamos vendo uma protagonista - Alaíde, de Leandra Leal - atropelada e entre a vida e a morte. É um bom teatro, com atuações corretas de Marcello Antony (Pedro), Vera Zimmermann (Lúcia) e Luciana Carnieli (Madame Clessi), além dos demais atores do elenco. Os figurinos estilo brechó e a trilha sonora (de Daniel Maia) povoada de tangos e boleros antigos dão um aspecto meio barroco à montagem - quiçá rococó. O cenário também impressiona: um portal que ora serve de altar ora de sepultura, acrescentado, conforme a cena, de praticáveis e cadeiras que os atores levam e trazem. Ou seja, não há os três níveis da montagem de 1943, e isso o diretor defende que não se há necessidade de ser explícito, pois o público, hoje, está acostumado com a complexidade. Concordo, até porque espero que nunca o teatro se renda à poética da televisão, que tudo pasteuriza e simplifica, nada contribuindo para a formação de um público de artes cênicas. É bom, pois, que atores de novelas façam teatro e o façam bem, e que ao menos as pessoas que vão ao teatro atraídas pelos atores globais criem o hábito de ver e entender outras linguagens. Nelson Rodrigues é um autor que eu admiro e tenho lido há algum tempo. Confesso que sou mais leitor de suas crônicas - inclusive de futebol - do que de sua obra teatral, mas essa é uma lacuna que pretendo preencher logo. O livro de crônicas A menina sem estrela, com textos recolhidos por Ruy Castro dos jornais para os quais Nelson escreveu, é de uma beleza ímpar, textos de uma força e uma precisão que impressionam e nos fazem ficar com boa inveja e desejar escrever de tal maneira, tão simples e tão profunda. Lê-se no Anjo Pornográfico, do mesmo Ruy Castro, que o jornalista, dramaturgo e escritor era prolífico, trabalhava muito, e teve uma vida cheia de tragédias - talvez venha daí sua facilidade de descrever tantas desgraças em seus textos. E esse Vestido de Noiva é cara dele. Dizem que é seu primeiro texto freudiano. Bem, isso não sei, mas é um texto carregado de culpas, complexos, repressões, hipocrisias, ou seja, bem rodrigueano. Ler - ou ver - Nelson Rodrigues é deparar-se com a sordidez humana e ter uma reação qualquer, seja um sorriso amarelo, ou um rubor na face, nunca a indiferença.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Eu quero a esperança de óculos


A lembrança mais remota que tenho de Zé Rodrix, que se foi hoje para o destino que não nos é dado saber, é do lançamento da música Soy latinoamericano, por volta de 1975, 76, creio.

Meu pai ainda tinha a papelaria e discoteca no bairro do Ipiranga, na zona sul de São Paulo, e achei muito engraçada aquela letra, a voz aguda daquele cara de bigodão e óculos que eu botava no círculo dos cantores-humoristas, ou melhor, dos que tinham letras bem-humoradas.

Teve depois Quando Será, igualmente de forma humorada para abordar temas sérios. Mal sabia eu na época a história do cara, que vim a saber depois, da parceria com Luiz Carlos Sá e Gutemberg Guarabyra, do Momento Quatro dos festivais, do Som Imaginário, da canção que Elis eternizou (Casa no Campo) e mais tarde com os punks do Joelho de Porco.

E também os jingles - alguns a gente identificava, outros nem imaginava. Sempre o achei um bom sujeito, um músico de respeito e de talento. Fico chateado com sua morte, sinal de que os meus ídolos começam a ir embora. Isso é muito chato de pensar.


segunda-feira, 18 de maio de 2009

A vida tem dessas coisas

A semana não começou bem. Acho que meu inferno astral começa depois do aniversário, não antes, como dizem ser normal - a se acreditar em coisas como essa. Sou incrédulo para um monte de coisas, mas também não deixo de dar uma pensadinha a respeito. Afinal, há mistérios para todos os gostos nesse mundo. Já passei por situações que nem sei como, depois de passada fiquei matutando: que força estranha que me livrou do pior ou que me proporcionou o melhor?? Bem, o importante é que devo fazer algo para que a semana não seja um fracasso, ao contrário dessa que terminou, que foi coroada de êxitos. Mas depois eu penso nisso. Agora quero mais é ir para casa e dormir muito. Se der, acordo mais cedo para as pedaladas, se não, fico devendo.

Black night


Já estou em Sampa. Foi um bom fim de semana no Rio, apesar da garoa e do frio que peguei lá, ora vejam! No sábado, almoçamos na Confeitaria Manon, na rua do Ouvidor, e tomamos uns chopes no Bar Luiz, na rua da Carioca. O garçon gentilmente me pediu que assinasse o livro de visitas do bar, inaugurado em 1887 (!). Escrevi meu testemunho e assinei, e vi na página anterior o do ministro Joaquim Barboza, do STF. À noite, fomos mesmo ao Estrela da Lapa assistir ao show do Gerson King Combo com a SuperGroove. Showzaço, sonzaço. E ainda teve a participação luxuosa de Carlos Dafé ("Não quero mais saber de ti; vou me recuperar quero sorrir, quero sorrir; esquecendo a quem amei; pra que vou recordar o que chorei"; "Era lindo, era lindo"). Foi um ótimo show, com clássicos da black music nacional e internacional. Antes, caldinho de feijão no Brazooca. Bom, mas caro (R$ 12). Essa parada nos fez perder uma hora do show, pois não contávamos que fosse começar rigorosamente às 23h. Mas a banda é muito boa, com duas vocalistas, guitarra, teclados, bateria, baixo, saxofone (tocado por uma negra linda) e trombone de vara. Lá encontrei a Roberta, uma das criadoras do site Homem é tudo palhaço, divertidos relatos das sacanagens que nós homens cometemos com as mulheres. A moça é bastante simpática, mas o local não era propício para papos mais profundos. Sendo assim, o negócio foi dançar a bela trilha sonora executada na casa.
O domingo estava nublado, sem graça, mas até que tinha um solzinho dando as caras, mas não deu praia. Comemos um galetinho na Tijuca, segundo Ilana o melhor do Rio (muito apetitoso realmente, mas o ambiente é bem simples). Depois fomos a um churrasco de aniversário de uma amiga dela, Ana. Foi no morro de São Carlos. Uma operação tática para subir e descer. E o que vimos no caminho é melhor nem narrar. Uau! Mas foi bom, a galera do churrasco foi bem receptiva e simpática. Pena que tive que me ausentar por umas duas horas para tirar um cochilo, já que teria de encarar 450 km dirigindo e depois 8 horas de trabalho na madrugada.

sábado, 16 de maio de 2009

Vinho gelado?

Estou no Rio, e por incrível que pareça está chovendo. Aliás, a viagem praticamente toda peguei chuva. Já era o programa da praia. Pretendia ver o show do Pedro Luís e a Parede no Circo Voador, mas ficamos sem pique. Fomos comer uma pizza na Cobal. Pedimos uma muito boa com palmito e linguiça de javali. O problema é que o garçon trouxe o vinho tinto gelado! Estranho. Mas valeu. Vai ver carioca toma assim mesmo, por causa do calor. Neste sábado estou a fim de ver o Gerson King Combo com o Carlos Dafé. Vamos ver.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Blue noite


Como adiantei aí embaixo, nesta quinta-feira (14/05/2009) fui à abertura do Bridgestone Music Festival 2009, em sua segunda edição em São Paulo. A primeira, ano passado, foi dedicada à world music e, esta, ao jazz e ao soul, em três noites no Citibank Hall. A noite de ontem, 14, teve o Robert Glasper Trio e a Jimmy Cobb's So What Band, homenageando os 50 anos de lançamento do visceral álbum Kind of Blue, de Miles Davis.

O pianista Robert Glasper, acompanhado de Vicente Archer (baixo) e Chris Dave (bateria), mostrou por que é chamado de "astro do piano em ascensão". O cara tem 29 anos, toca desde os 12 e é senhor de uma técnica impressionante. Passeia os dedos pelo teclado como se nascesse fazendo aquilo. E o som é límpido, pulsante, bem balançado. Flerta com vários ritmos e casa com perfeição com seu acompanhantes, que também têm seus momentos solo para brilhar em particular. É um rapaz muito simpático e moderno, que deve escrever seu nome no panteão dos grandes músicos de jazz e quem sabe até fazer escola. Ambição e ousadia para tal ele tem.
O sexteto de James Cobb já trouxe uma formação mais veterana, a começar pelo próprio baterista que participou da gravação do Kind of Blue e é o único músico vivo daquele disco. Aos 80 anos, mostrou total vigor e pleno domínio do instrumento, o qual executa com precisão e elegância.

Os outros músicos, na casa dos 40 a 60 anos, também demonstraram ser feras em sua arte. As músicas do cinquentenário disco foram executadas bem mais aceleradas que na gravação original, e com muito improviso, o que não é de estranhar, em se tratando de jazz. É incrível como eles levantaram a galera, como o suingue que saía de seus instrumentos fazia a gente vibrar. A hora passou e nem me dei conta; quando vi era o fim, aí o bis e a consagração final.

Eles se comunicaram pouco com a platéia, mas a performance foi de verdadeiros lordes, e a audiência respondeu com a devida reverência e o respeito que músicos dessa categoria merecem. O trompete de Wallace Roney não envergonharia Davis. Um sopro doce e preciso, com nuances sutis que até faziam às vezes lembrar o grande Miles, mas havia ali a personalidade desse garoto de Philadelphia.

Acompanhando-o na cozinha estavam Vincent Herring, no sax alto, e Javon Jackson, no sax tenor. Os três se revezavam nos solos, às vezes os três juntos, ou aos pares, costurando as frases perfeitas de Larry Willis, mestre no piano, e Buster Williams, no baixo personalíssimo. Realmente, uma noite para não esquecer. E um autopresente bem escolhido.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Segundo aniversário blogado


Neste dia 14 completo 48 anos, e é a segunda vez que faço aniversário depois que criei esse blog. Mas isso não tem importância. O que importa é o carinho das pessoas que me ligaram ou mandaram mensagem por algum meio para me cumprimentar, o almoço que minha filha fez sábado, comemorando junto o dia das mães, o abraço dos amigos. Eu me dei de presente assistir hoje ao show em que se comemora os 50 anos do disco Kind of Blue, de Miles Davis, que será tocado na íntegra por uma banda liderada pelo baterista original da gravação, Jimmy Cobb, hoje aos 80 anos, chamada So What Band (So What é a primeira faixa do disco, para quem não sabe). Confesso que não sei distinguir, dentro do espectro da história do jazz, a mudança que esse disco representa. Leio que ele é muito importante, pelas novas estruturas que trouxe, mal comparando um Sgt Peppers do jazz (exagero?). Sei que ouvi-lo é um prazer, um som muito elegante, minimalista, sem arroubos megalomaníacos, sem virtuosismo, um disco econômico mas fundamental. E muito bem executado, sem dúvida. Estou ansioso para a audição de hoje logo mais, à noite.

domingo, 10 de maio de 2009

Uma noite de reverência ao Mestre

Não foi um show. Não. Foi um culto. A reverência a um mito e a sua extraordinária obra. A apresentação de Ike Willis e a Central Scrutinizer, banda-tributo a Frank Zappa, na madrugada deste domingo, 10, na Aldeia Turiassu, representou a catarse coletiva - aristotelicamente falando - de não fãs, mas fiéis seguidores dessa quase religião que se tornou o Zappa. E isso não é crítica, porque eu estava lá nessa mesma condição, mimeticamente me sentindo como em um show do próprio mestre, a figura de Ike, que com ele tocou durante 15 anos e voz forte e inconfundível em tantas canções, ajudando bastante a me sentir como se diante do próprio Zeus Zappa. Foi uma noite dedicada às guitarras, o repertório foi pinçado dentre as obras escritas e executadas nesse instrumento por meio do qual o grande músico se tornou o que se tornou. Faltou, para meu gosto, Watermelon in Easter Hay, imperdoável para um grupo com esse nome, afinal, refere-se ao personagem da ópera Joe's Garage, da qual Watermelon faz parte. Bem, não se pode ter tudo mesmo. Mas acha que vou reclamar? Afinal, foram quatro horas de puro deleite, as músicas que não me canso de ouvir, executadas ao vivo por uma banda talentosíssima, elogiada, pregam, pelo próprio mestre. E com Ike Willis, em pessoa! Depois de os perder na Virada, não podia ter recompensa melhor. Foi um show-culto para ficar na memória para sempre. É impressionante como eles executam à perfeição as músicas por si só já bastante complexas, e estão lá nota por nota, cada instrumento reproduzindo como se fosse o disco que estivesse sendo executado. Claro que isso não é assim muito louvável, mas o propósito de bandas cover, tributo e similares é esse mesmo: reproduzir com fidelidade as músicas do artista homenageado. Mas o interessante dessa Central Scrutinizer é que eles se preocupam apenas com a música, não tem ninguém lá de bigodão e pera quadrada no queixo, até porque, até onde eu sei, ninguém faz o papel de Zappa na banda. Ainda bem. O negócio deles é o som. Eles também formaram a base do Karnak, a banda que acompanhou o André Abujamra tempos atrás. Segundo eles contam, mandaram dois vídeos para o Zappa e, conforme garante um assessor, o mestre viu e elogiou. Bem, se o Ike os aprecia - e isso pude testemunhar domingo -, não há por que duvidar. Já tinha visto a Central há alguns anos, mas não pude ver o show até o final, porque era no meio da semana e tinha de ir trabalhar. Mas desta vez, como se diz no interior, lavei a égua. E quero mais.
As fotos, na sequência (esq. p/ dir): galera fiel; Mano Bap; Rainer Tankred Pappo; Juliano Beccari; Ike, Cadu Bap e Hugo Hori; Ike Willis e Caio Goes (se errei a identificação depois corrijo)

sábado, 9 de maio de 2009

Asfalto selvagem

Hoje, sábado, eu resolvi fugir do traçado original para minhas pedaladas. Peguei a Anchieta sentido litoral no intuito de ir até a barraca de pamonha que tem lá perto da entrada do Estoril. Ui, já vi que quem não é de Sampa está boiando. Eu explico. Anchieta é a rodovia que liga a capital de SP a Santos e demais cidades do litoral. Estoril é um parque aquático que tem aqui em São Bernardo, onde moro, e onde quando eu era bem pequeno a família frequentava sempre. Não tem nada de mais, é um parque ao lado da represa Billings, que abastece de água boa parte da Grande São Paulo, incluindo essa mancha que se convencionou chamar de Grande ABC, berço das montadoras de veículos e incubadora do líder sindical Lula que todos conhecem - pelo menos deveriam conhecer. E a pamonha é uma iguaria que é vendida em todo o percurso até o litoral. Proliferaram ranchos da pamonha pela estrada toda e sempre foi uma boa pedida, ao descer ao litoral ou voltar da praia, parar em um dos ranchos e deliciar-se com esse doce delicioso de milho. A versão salgada e frita, que conheci em Pirenópolis (GO), ainda não vi. Será que há? É igualmente deliciosa. Bem, voltando à bicicleta, hoje eu fiz o caminho contrário. Cheguei na barraca após 50 minutos de pedaladas. Comi uma pamonha e segui caminho de volta. Mas fiquei chateado com o que vi. Os derivados de milho nessa barraca não são a atração principal. Tem de tudo lá: cocadas, batatas chips, esfihas, cervejas, refrigerantes. Quer dizer, a pamonha, curau, bolo de milho e suco de milho parece que já não sustentam o negócio. Isso faz a infância ficar ainda mais distante, e confirmar um pensamento que eu estava tendo hoje de manhã e até cheguei a comentar com minha amiga goiana Sandra: hoje você tem opções demais, é muita coisa pra escolher. O que conta nesses dias globalizados é a tal agregação de valor. É um tormento ir ao supermercado. Era bem mais fácil quando você tinha no máximo duas opções: a mais barata e a de grife. Hoje, perceba bem. Além de várias marcas, entre elas ainda há diversas variedades que a gente nem sabe na verdade qual a diferença entre uma e outra. Bem, deixando a divagação de lado, voltei pela estrada e penei viu, porque havia trechos da Anchieta sem acostamento, o que me empurrava rente ao guard-rail e me deixava em perigo real. Poxa, essa cidade não tem ciclovias, não tem simplesmente! E não é só em São Bernardo, não, várias outras cidades simplemente ignoram o pobre do ciclista, que seria um excelente aliado ao controle da poluição. Eu já disse: vou me mudar para perto do meu trabalho e só vou usar o carro em dias de chuva, isso se não tiver ônibus fácil. Nesse trecho da Anchieta está em construção o trecho Sul do Rodoanel Metropolitano pelo governo do Estado de SP. O rodoanel é uma via circular que liga as principais rodovias que cruzam a Grande São Paulo e tem como meta desafogar o trânsito de caminhões do centro da cidade, deixando as ruas da metrópole apenas para os carros e ônibus. Acho que pode ajudar a tirar os caminhões das ruas da cidade, mas não penso que seja a melhor solução para melhorar o tráfego e a poluição. O transporte coletivo fica sempre neglicenciado em nome da facilitação para o transporte individual, que cada vez é mais individual, porque raramente se vê um carro com alguma outra pessoa além do motorista. E os pobres ciclistas então ninguém pensa neles. Eu quero ir trabalhar de bicicleta, tenho background (vide o post Pedaladas) porque carro está me dando problema demais? É trânsito, multas, manutenção, estacionamento. Não sei se o conforto que proporciona vale o preço que se paga. Adoraria viver sem carro, sinceramente. Mas bem ou mal, esses meus dois primeiros dias de ciclista me deixaram bem animado. Lembro que quando ganhei a berlineta, lá nos meus 10 anos, eu ficar o dia todo pedalando, voltava para casa tarde da noite, não queria outra coisa da vida. Hoje, no momento, tenho de lutar contra o cansaço, a falta de fôlego, a preguiça, mas tenho certeza que depois de alguns dias de prática isso vai ser batata. Mas penso sinceramente em usar a ciclovia do Parque Central de Santo André, coisa que pelo que sei não tem em São Bernardo. E olha que tem um espaço ótimo, na praça Salvador Arena, basta fazer.

Quarenta e cinco minutos


Meu primeiro dia de treino nas pedaladas foi bom, diria, apesar de não ter parâmetros para comparar. Mas fiz o trajeto de 10 km em 45 minutos, considerando ida e volta. A ida foi mais rápida, 20 minutos e 19 segundos; mas na volta peguei vento contra e mais ladeiras. Mas acho que foi um bom tempo. Não em cansei muito também, apesar de ter sentido sede, e esqueci de levar uma garrafinha de água. Também fizeram falta os óculos e um par de luvas. A bicicleta está boa, macia, com o câmbio funcionando bem e os freios em cima. Espero que a preguiça não me impeça de manter essa rotina. E pensar em voos mais altos, trajetos mais ousados, para conhecer esse Brasilzão de bike, deve ser uma delícia.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Pedalando

Mandei minha bicicleta ao conserto ontem, hoje deve ficar pronta e já vou iniciar meu mais novo projeto: 10 quilômetros diários de pedaladas. Acho que bastam, vamos ver meu tempo. Se for muito fraco, aumento. É a maneira de fazer exercício e manter meu colesterol em níveis de segurança, conforme recomendação médica. Cansei de academia. Se é para fazer tudo sozinho, não preciso pagar por isso. Espero manter a disciplina e, se não chover, fazer todo dia o trajeto que escrevi. Eu gosto muito de bicicleta. Tive, se não me engano, quatro, contando o primeiro triciclo Bandeirante. Aos 10, ganhei uma berlineta dobrável, da Caloi, comprada na então Eletroradiobrás, hoje incorporada ao grupo Pão de Açúcar. Fiz o diabo com aquela magrela pelas ruas movimentadas do Ipiranga. Uma vez, passei em frente a um ônibus a milhão. Meu pai trancou a bicicleta com corrente e cadeado. Ah, nem titubeei: arranjei uma serra e libertei meu brinquedo, agora um pouco mais atento. Com ela fiz a primeira grande merda de minha vida. Quebrou o cabo do freio e a besta aqui, seguindo os conselhos imbecis dos colegas, tirou o conjunto todo (manoplas, acionador, sapatas) e jogou no bueiro. Lógico que meu pai não o repôs e fiquei o resto da vida com um freio só. Minha irmãzinha Sônia aprendeu a andar (a Vilma, mais velha, nunca se interessou) e não a largava. Eu tinha escandalosos pitis quando a via na bicicleta. Tadinha. Não sei o destino que teve aquela minha segunda magrela - na verdade, a primeira de duas rodas. Aliás, vale lembrar como aprendi a andar. Tinha um amigo a quem chamávamos de Carioca, apesar de ser natural da Bahia. Ele tinha uma bicicleta bem veloz e cismou de me ensinar a pedalar. Eu não conseguia de jeito nenhum me equilibrar. Até que um dia o baiano/carioca me empurra ladeira abaixo. Desci feito louco, atravei um cruzamento perigosíssimo e logo depois tomei um homérico tombo, de arrancar cabelos e tudo. Levantei-me, sacudi a poeira e, sabe-se lá por quê, montei na magrela e saí andando na boa... Vai entender... Ah, agora me lembro, meu pai reformou e deu (ou vendeu) para um primo meu um pouco mais novo, de quem eu viria a ser padrinho de casamento anos depois, o Dagoberto.
Mais tarde, eu viria a comprar minha Caloi 10. Eu tinha uns 22 ou 23 anos e trabalhava no banco Noroeste do Ipiranga (olha o destino aí). Mas morava em Santo André (11 km de distância) e todos os dias praticamente eu chegava atrasado, porque perdia a hora e não pegava o ônibus no horário que me permitia chegar as 9h. E aí outro ônibus só depois de 40 minutos. Aquilo começou a me chatear e resolvi comprar uma bicicleta para ir trabalhar. Não me lembro em que loja foi, mas fiz em prestações na certeza de que pagaria as parcelas apenas com o que economizaria de passagens. E dito e feito. Causou um certo espanto eu chegar em cima de uma bicicleta para trabalhar, mas não me importava. Na agência havia um armário onde eu deixava camisas sociais para a semana toda; a calça eu trazia na mochila. Chegava, me limpava e trocava de roupa. Depois do trabalho, ia para a faculdade com ela, deixava amarrada na grade de frente do prédio e pronto. Foram momentos mágicos também, pois andar de bicicleta dá uma sensação de liberdade indescritível. E fui juntando grana ainda, até que tive o suficiente para dar entrada em uma moto e aí abandonei a Caloi 10 num canto do banco. Ficou lá esquecida até que eu resolvi levar para casa. Um amigo meu do banco com carro me ajudou. E ela também teve como destino final algum outro parente. Depois disso tive outras duas motos, as duas primeiras igualmente roubadas, e a terceira que me proporcionou belos tombos, que me levaram a fazer vendê-la, até porque estávamos agora grávidos e eu tinha que preservar minha vida. Depois comecei a comprar e andar de automóvel até que, há cerca de dois anos, comprei esta bicicleta que deixei ontem na oficina. Comprei e andei se muito cinco vezes nela. Preguiça pura. Mas desta vez eis-me retornando a ela, não por lazer, como na juventude, ou economia, razão da mocidade. Mas por saúde! Pois é, cada idade sua necessidade!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Jornada Cultural em Sampa


Nunca vi tanta gente à noite em Sampa: a 5ª edição da Virada Cultural, neste sábado e domingo em vários pontos da cidade, extrapolou; segundo os jornais, foram mais de 4 milhões de pessoas a prestigiar as mais diversas atrações artísticas em 24 horas ininterruptas. E que atrações! Eu particularmente fiz minha programação e esperava ter ao menos umas 12 horas de puro prazer. Deixei o carro em frente ao Jardim da Luz, onde estavam expostas as esculturas de fogo da companhia francesa Carabosse. Muito bonitas as instalações. Fomos andando até a praça da República para ver se pegávamos o finalzinho do show do Camisa de Vênus. Qual o quê! Chegamos por volta de 2 da manhã e o Camisa já tinha terminado. Aí esperamos para tentar ver as Velhas Virgens no mesmo local. Mas a multidão não nos permitiu enxergar nada e o som também não estava nada bom do ponto em que estávamos. Desistimos. Passamos no Arouche e vimos um pouco do Reginaldo Rossi, que estava cantando uma das canções em italiano que o Roberto gravou no disco San Remo 1968, lançado em 1976. Depois fomos molhar a garganta em um bar e, no palco montado na avenida São João, assistimos ao final da apresentação do disco Racional, de Tim Maia, com uma galera muito boa (BNegão, Carlos Dafé, o coletivo Instituto e Thalma de Freitas). Este um show que valeria a pena ter visto inteiro, mas a cachaça né... Queria esperar até as 9h15 para ver as Velhas tocarem o Abre-te Sésamo, de Raul, na Luz, mas estávamos cansados e com sono. Passamos por lá, estavam tocando Os 20 Maiores Sucessos do Rock de Todos Os Tempos, mas era extremamente chato e fomos embora. Pegamos o carro - que, milagrosamente estava ali, apesar de, constatei na hora, o ter deixado destrancado e com alarme desligado - e fomos comer algo no bar Estadão (eu de pernil, Ilana de americano). E cama. Bem, o comentário é o seguinte: foi um dia espetacular mesmo, shows que valeriam sempre a pena ver, e imagina tudo em um mesmo dia e no mesmo perímetro! Os espetáculos do Municipal são para ficar na história. Pena que não vi nenhum, afinal, a fila era de pelo menos três horas, e havia tanta coisa boa também para ver em outros pontos que era uma questão de escolha: decidir-se por um palco/local e ficar lá. Ou aventurar-se em penetrar na multidão para deslocar-se de local em local atrás das melhores atrações. Saldo: ainda não foi desta vez que curti a virada como quis. O consolo foi que pude ver ao show da Maria Rita no conforto de meu quarto, em alta definição, pois a TV Cultura o exibiu. Valeu.