O Barquinho Cultural

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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Macca no Brasil; eu vou

Paul McCartney, o baixista e compositor dos Beatles, volta ao Brasil em novembro. Estão previstos dois shows, dias 21 e 22, no estádio do Morumbi. Eu vou. Não poderia deixar de ir, como quando ele esteve pela segunda vez e tocou em São Paulo e Curitiba e não fui. Estive no Maracanã em abril de 1990 e me esbaldei. Foi uma grande aventura ir a esse show. Pegamos - fui com amigos da revisão do Diário Popular - um ônibus na sexta à noite e de manhã chegávamos ao Rio. Demos uma volta por lá, almoçamos no Estácio e fomos para a frente do estádio esperar abrir os portões. Estava apinhado de gente. O povo ficou impaciente e começou a bater nos portões, querendo abri-los. Quando eles finalmente foram abertos, pareceu um estouro de boiada, quase fui pisoteado. Mas valeu a pena. Consegui chegar bem perto do palco e me deliciei. A cada canção dos Beatles que ele entoava eu ficava em êxtase. A sequência que ele fez do album Abbey Road foi de deixar qualquer um emocionado, e eu não fui exceção, Terminado o show, na madrugada de domingo, fomos de volta para casa, caminhando pela avenida, até que um taxista parou e pediu para entrarmos, porque era perigoso ficar caminhando naquele local àquela hora da noite. Não sei se era verdade ou esperteza dele para angariar clientes. O certo é que pegamos o táxi até a rodoviária. Depois das seis horas de viagem, fui trabalhar, pois era meu plantão no Dipo. Espero que desta vez não haja tamanho sacrifício. A se basear pela sua atual turnê, Up and Coming, serão executadas 36 músicas,  das quais 23 da era Beatle. Um deleite.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Leituras

O curso da Fipe miou, não sei por quê, mas não recebi nenhum comunicado para efetuar a matrícula. Penso que não conseguiram o número mínimo de participantes. Desta forma, resolvi estudar em casa enquanto não aparece outro curso do qual me interesse. Já li um livro de economia do Cláudio Securato, que foi meu professor no MBA que cursei na FIA, e iniciei a leitura do Economia em Contexto, de Peter Kennedy. É um livro difícil, mas estou dando conta - apenas os exercícios ainda não tentei resolver, mas porque fiz de início uma leitura rápida. Estou retomando as leituras, o que tem me deixado contente. Para espairecer um pouco, li uma série de livros de Darren Shan, chamado O Circo dos Horrores, sobre um menino meio vampiro. É literatura juvenil, mas é bom para passar o tempo e retomar o hábito da leitura. Achei na internet e baixei (trata-se de e-book). Também achei um site que tem a obra completa do Machado de Assis e já li o conto Missa do Galo, que achei muito bom. Aliás, Machado é irrepreensível. Li quase nada dele e pretendo reparar essa falta. Como se diz por aí, Machado é imprescindível para quem tem o escrever como ofício. Eu concordo. Só jornal que estou achando um saco ler, e isso é um grande erro, pois se trata de meu instrumento de trabalho. É que estou achando os jornais muito fracos, pobres de texto e de intenções, ainda mais agora nesse período eleitoral. Vai longe os tempos em que eu lia os jornais com gosto. Mas aos poucos estou readquirindo esse hábito. Fiquei muito tempo sem nada ler por questões de desânimo, mas já estou melhor e meu ânimo está bem superior ao de antes. Estou ainda nos estudos bíblicos, o que tem me agradado muito, se bem que é um estudo bem introdutório, pois a Bíblia é bem difícil de entender, mas é uma lacuna que quero preencher. Bem, este é meu estado atual, e estou gostando muito desse momento.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Inverno das paixões

Quadrilha, Carlos Drummond de Andrade

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história


Esse poema de Drummond é citado nos comentários a respeito da peça Inverno da Luz Vermelha, dirigida por Mônica Gardenberg, e que assisti, junto de minha filha e Joana, no teatro Faap. Porque, à semelhança do poema, os personagens da peça de Adam Rapp experimentam as impossibilidades do amor. No texto, dois amigos, David (André Frateschi) e Matheus (Rafael Primot) estão em Amsterdã. O primeiro é um insensível bon vivant, enquanto o outro, roteirista de cinema,  amarga  uma desilusão amorosa (provocada pelo próprio amigo, sabe-se depois). Talvez para tentar amenizar um pouco a traição, David contrata a prostituta francesa Christine (Marjorie Estiano) para que o amigo se divirta. Acontece que Matheus não tem o menor jeito com as mulheres e prefere estabelecer um diálogo com a moça, que acaba tendo que tomar a iniciativa e resolver o assunto. Um ano depois, em São Paulo, a cena se passa no apartamento de Matheus, que recebe a visita de Christine (na verdade a paulista Ana). O rapaz desmaia quando vê a moça, por quem nutriu esse tempo todo uma paixão ao mesmo tempo platônica e fetichista, já que ficou com um casaco que ela esqueceu no apartamento deles na Holanda e transfere ao objeto a paixão pela prostituta. Ela veio no endereço atrás de David, que informou o do amigo quando ela pediu para enviar um CD. Esse pedido - do endereço - já antecipa que Christine/Ana envolveu-se com o cliente mais do que para um simples programa. De fato, na segunda parte vê-se a quadrilha: Matheus que amava Christine que amava David que não amava ninguém. O texto tem grande carga dramática, mas também bastante comicidade. E marca meu retorno às plateias teatrais, que não consigo me lembrar a data em que fui pela última vez. Fui na semana anterior ver o musical Zorro, mas saímos no meio da peça porque a Joana caiu e estava sentindo dores. Gosto muito de teatro, apesar da dificuldade de se encontrar boas peças por aí. Gosto de textos que trazem leveza à alma e fazem refletir. Esse Inverno provocou os dois efeitos, e a boa atuação dos atores, direção segura e cenário adequado, além de iluminação e trilha sonora de grande efeito, levam à conclusão de que se trata de um bom espetáculo.