O Barquinho Cultural

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terça-feira, 22 de julho de 2025

Ozzy

No meio dos anos 1970, meu então futuro cunhado aparece em casa com o LP "Black Sabbath Vol. 4" (o que tem o hit 'Changes'). É... cunhado serve para algo, às vezes (brincadeira, Machadão, rs...). Foi quando conheci a banda e o carismático vocalista Ozzy Osbourne, morto nesta terça-feira, 22/07/25, aos 76 anos.


O disco - entre tantos outros da mesma época - me transformou. Não vou entrar em detalhes, mas mordi meu primeiro pombo ao vê-los no saudoso TV2 Pop Show (precursor da MTV).

Não posso me considerar assim um entusiasta do heavy metal, sou mais Beatles, Doors, Stones, Who, Zeppelin.. Mas algo no Sabbath me ligava. Talvez a vontade de ser doidão sem remorso - e ainda ganhar uma boa grana com isso.

Em 2013, comprei ingresso para a apresentação do Sabbath em São Paulo - com a formação original (Tony, Geezer, Ozzy e Bill). Não fui. Caí num bode raulseixal...

Uma pena. Foi uma de suas inúmeras despedidas dos palcos. Consolidada agora com a ida de Ozzy ao Reino das Trevas.

A gente se encontra logo...

Aliás, o último show de Ozzy com a banda Black Sabbath vai virar filme. A apresentação foi em 5 de julho de 2025, em Birmingham (Inglaterra), terra natal do grupo.

O longa, de 100 minutos, vai se chamar "Back to the Beginning: Ozzy's Final Bow", com estreia prevista para 2026, segundo a revista "Variety". A apresentação marcou a primeira reunião da banda em 20 anos.


domingo, 6 de julho de 2025

Teocracia em vertigem


"Apocalipse nos Trópicos", mais recente documentário de Petra Costa (de 'Democracia em Vertigem', indicado ao Oscar em 2020), busca responder à questão: como uma Democracia se converte em Teocracia? No caso, ela fixa o olhar no Brasil dos últimos anos, a ascensão das ditas igrejas neopentecostais no país, sua crescente influência na sociedade, culminando em seu imiscuir nos poderes da República.


Para tanto, cola na figura do pastor Silas Malafaia, acompanhando parte de sua rotina e ouvindo sua pregação de conquista de mentes e corações em todos os aspectos cruciais da vida: o espírito (claro), a cultura, a educação, a economia, a política...

É aí, em suas próprias palavras, que Malafaia e sua congregação se diferenciam de outras denominações evangélicas (quiçá cristãs): enquanto as outras se ocupam da vida celestial pós-morte de seus fieis, ele também acena para uma vida melhor aqui na Terra.

A ocupação de todas as esferas de interesse da vida, em sua pregação, visa. no fundo, a aniquilação do que ele identifica como o Mal: a Esquerda, o PT, o Comunismo e seu discurso para eles (os crentes) distorcido sobre aborto, liberalização das drogas, direitos de casais homoafetivos etc.

O projeto é claro: depois de a tal bancada evangélica triplicar em pouco tempo, conquistar a Presidência da República e uma cadeira no STF (ou seja, estar presente nos Três Poderes), é impor sua narrativa, seu alcance tentacular em todos os campos possíveis e instaurar aqui (quem sabe no Planeta?) o tal regime Teocrático.

O resultado todos vimos há pouco tempo.

Portanto, antes de o filme desenhar o avanço desse segmento evangélico (sim, porque há outros, menos ambiciosos em questões materiais, eu diria), cuida mais de explicar como uma determinada ideologia e seus ideólogos se valeram de uma tema caro ao ser humano, o Sagrado, para alcançar seus objetivos.

Nos cinemas até 9 de julho e, após 14 de julho, na Netflix.