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domingo, 14 de setembro de 2025

Tenório Jr. volta...

Foto: Amberes Revista Cultural

Durante quase 50 anos a família do músico Tenório Jr. deve ter sofrido muito ao ouvir essa canção de Lupicínio Rodrigues, na voz de Gal Costa, do disco "Índia", de 1973, no qual
ele a acompanha ao órgão. Conforme reportagem de Eduardo Reina e Vitor Nuzzi no "Estadão" deste sábado, 12/09/25, foi identificado seu corpo, desaparecido desde março de 1976 durante uma turnê com Vinícius e Toquinho em Buenos Aires.

Morto com 5 tiros, provavelmente confundido com algum inimigo do regime militar que se instalaria no país dias depois, a Equipe Argentina de Antropologia Forense (EAAF) finalmente o identificou. Ele havia sido sepultado com não identificado em um cemitério local.

Francisco Tenório Cerqueira Júnior, conhecido como Tenório Júnior, nasceu em 4 de julho de 1941 no Rio de Janeiro e cresceu no bairro de Laranjeiras. Pianista talentoso, destacou-se no gênero samba-jazz, estilo de música instrumental brasileira dos anos 1960. Admirador de Bill Evans e Horace Silver, era presença constante nos clubes do Beco das Garrafas, em Copacabana.

Seu único álbum como líder foi "Embalo" (RGE, 1964), gravado enquanto cursava Medicina, com participações de grandes nomes como Paulo Moura, Raul de Souza, Milton Banana e Rubens Bassini. O disco inclui faixas marcantes como "Nebulosa", "Samadhi" - ambas dele - e "Consolação" (Baden Powell e Vinícius de Moraes), revelando seu talento precoce aos 23 anos.

Tenório também colaborou em álbuns de artistas como Edison Machado ('É samba novo'), Wanda Sá ('Vagamante'), além de ter seu nome presente em gravações de Milton Nascimento, Edu Lobo, entre outros.

A esposa, Carmen Cerqueira Magalhães, e dois de seus cinco filhos não estão mais aqui para receber a notícia.

Volta (Lupicínio Rodrigues)
Quantas noites não durmo
A rolar-me na cama
A sentir tantas coisas
Que a gente não pode explicar quando ama

O calor das cobertas
Não me aquece direito
Não há nada no mundo
Que possa afastar esse frio do meu peito

Volta
Vem viver outra vez ao meu lado
Não consigo dormir sem teu braço
Pois meu corpo está acostumado

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