O Barquinho Cultural

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terça-feira, 21 de abril de 2009

Minha alma canta...

No fim de semana de 17 a 19 de abril voltei ao Rio. Comecei a epopéia etílico-gastronômica pela cacharia Mangue Seco, na rua do Lavradio. Lá matei a sede da viagem com uma Original e uma dose de Corisco Branco, aguardente de Minas bem ardida mesmo. Depois que Ilana saiu do trabalho, voltamos a esse lugar e comemos uma bela caldeirada de frutos do mar de lamber os beiços. No andar de cima rolava um samba dos antigos. Subimos antes de chegar a comida e ainda deu para ensaiar uns passos tímidos. Ilana disse que sou duro. Claro, falta o gingado, mas um dia aprendo, viu? A foto tá escura, mas o samba estava bem iluminado. Bem alimentados, fomos à Lapa. Isso já era bem depois de meia-noite. O bairro fervia. Lotado. Gente para todos os lados e cantos. Todas as tribos. Confesso que esperava outra coisa da famosa e afamada Lapa. Acho que é como disse o Chico mesmo, a tal malandragem não existe mais. O que vi ali foi muita bagunça, sujeira, marreteiros de todo tipo, gente vendendo todo tipo de petisco e bebida, um som em cada birosca, uma zona total. Acho que é um mundo que de repente até tem a ver para quem é de lá, mas para mim não funciona. Detesto multidão, gosto de lugares calmos e monotemáticos. Acabamos em um bar chamado Borracha para o último drink da noite. Estava já meio caído o lugar, afinal eram 4 da madruga. Tomamos e saímos logo. Para fechar a noite, acabei me estressando com a hostess ou segurança da casa, que me viu com a piña colada da Ilana em um copo descartável, que ela pediu pq não tomou toda, e achou que eu trouxera de fora. Essa moça disse que eu não poderia beber drinks de fora da casa lá e eu respondi que tinha comprado lá. Mas ela muito má educadamente duvidou. Aí engrossei, porque detesto que digam que estou mentindo.Pedi para ela perguntar para o garçon que nos atendeu se não era verdade. Se ela duvidasse, que perguntasse. Mas preferiu bater boca comigo. Pois não me fiz de rogado e discuti mesmo, até ela sair fora. Bem, isso não estragou minha noite, ainda bem.

No sábado, após o café, fomos à rua da Uruguaiana, no centro, onde tem uma feira popular que lembra o Promocenter da Paulista misturado com 25 de Março. Comprei lá uns CDs de funk irados e um Match 3 que espero não me prejudicar a cútis (rs). Em seguida, fomos na rua do Ouvidor, de tanta importância na epoca do Império e da República Velha. Hoje está lotada de lojas do tipo Casas Bahia, Insinuante. Mas tomamos um chá e comemos madrilenãs na Confeitaria Manon, uma casa dos anos 1940 bem charmosa e que deu para sentir-me um pouquinho no Rio antigo. De lá rumamos para o estação dos bondes que fica atrás da sede da Petrobras. É onde se pega o bondinho que leva a Santa Teresa. Que viagem incrível! Ver a Lapa de cima é uma visão magnifíca. O bairro de Santa Teresa é um charme também. Um grande morro cheio de barzinhos e restaurantes e construções antigas que dá gosto de ver. E o bondinho é, claro, uma grande atração. E o curioso é que é uma condução mesmo para os moradores do lugar. Não é só para turista não. A passagem é 60 centavos. Voltamos e almoçamos uma carnuda feijoada no Cantinho do Senado, na Lavradio com a rua do Senado.

No domingo, após fechar a conta do Ibis, pegamos a ponte e rumamos para Niterói. A primeira parada foi no Museu de Arte Contemporânea (MAC). Uma construção bem interessante, projetada por Niemeyer. Parece um disco voador, como bem lembrou Ilana. Pena que não havia nenhuma exposição no dia. Mas entramos na galeria e a visão de lá é muito legal. Toda envidraçada em 360 graus de vista. O interior é bem legal também, onde se vê a paixão de Niemeyer pelas curvas e linhas sinuosas. Dia 26 agora começa uma exposição lá, quem sabe não estarei lá de novo para ver. Saindo de lá, seguimos rumo à praia de São Francisco, onde há vários restaurantes. Queria um peixe e entramos no Botequim Informal. Uma Original para refrescar, bolinhos de aipim com carne seca para abrir o apetite e esperar a tilápia com arroz de açafrão, que veio divina, se bem que muito puxado na manteigza, o arroz, mas tudo bem, o peixe veio crocante e farto. Vimos um pouco da final da Taça Rio entre Flamengo e Botafogo mas, antes do gol contra do Fogão, saímos e subimos o morro da Viração, em cima do qual se encontra o Parque da Cidade. Vista magnífica da cidade e do Rio de lá, onde há duas rampas para saltos de asa delta e para-pente. Assistimos ao pôr do sol, que se esconde na baía ao longe em mil cores. Depois desse espetáculo, hora de terminar a visita e pegar a Dutra, porque a noite é de trabalho. E, mais uma vez, vou embora com vontade de ficar. E voltar. Rio você foi feito pra mim.

Um comentário:

Sandra Evangelista disse...

Carlos, é gratificante ver sua visão tão eufórica do Rio, diante do contraditório da violência que vimos nos noticiários da TV, diariamente. Mas não podemos negar que o Rio é muito abençoado pela mãe natureza.
Concordo planamente com você em relação a Lapa, pois a última vez que estive lá, estava muito sujo e confesso que senti muito medo, apesar de ter casas interessantes, onde já assisti maravilhosos shows de samba. Acredito que a Lapa seja um dos poucos lugares onde reúnem pessoas de diferentes classes sociais, econômicas e culturais, de todas as tribos, como vc disse, e isso é muito bom.
Vc viu como ficou interessante sua foto do pôr do sol? O sol está se pondo bem em cima da sua cabeça.
Que você continue tendo esta visão gostosa do Rio.