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segunda-feira, 29 de novembro de 2021

George Harrison: Um gigante entre gigantes



Hoje, 29/11/2021, 20 anos da morte de George Harrison, que divide com John Lennon o posto de meu Beatle preferido. O cara morreu com 58 anos, 2 a menos do que tenho hoje, o que é estranho... 

Por que George está ao lado de Lennon em minhas preferências? Poxa, o cara era a guitarra solo da maioria dos hits dos Fab Four - afinal, foi admitido na banda porque sabia mais acordes dos rockões da época que John e Paul. O cara só apresentava música foda e, talvez por isso, não ganhava tanto espaço assim nos álbuns.

Ele introduziu os amigos ao universo indiano, à meditação transcedental, e 'otras cositas más'. O que acumulou nesse tempo todo e não pôde aproveitar ele rasgou no álbum triplo "All Things Must Pass", em 1970. Depois, fez parceria com, vejam só, Bob Dylan ('I'd have you anytime'). Organizou, em 1971, o Concert for Bangladesh, megashow beneficente antes de Live Aid (1985) e USA for Africa (1985 também).

Foi o primeiro Beatle a vir ao Brasil (1979), se bem que não para tocar, mas para ver uma corrida de Fórmula 1, uma de suas paixões. Em 1988, ele formou o que se convencionou chamar de superbanda com Jeff Lynne, Roy Orbison, Bob Dylan e Tom Petty, os Traveling Wilburys.

Em 1970, o single "My Sweet Lord" apareceu lá na loja de discos de meu pai e eu caí de quatro, literalmente; antes, ou depois, não me lembro, veio "Mother", de Lennon... Tá, "Another Day", de McCartney, e, depois, "It Don't Come Easy", de Ringo, também fizeram minha cabeça, eu que já pirara com o álbum "Abbey Road", que, vejam só, traz dois dos maiores sucessos de Harrison: "Something" e "Here Comes The Sun".

Mas algo em "Mother" e "My Sweet Lord" me pegou de jeito. Eu tinha 9, 10 anos, não tinha ideia do que as letras diziam, mas entendi a mensagem para a mãe de Lennon e para Deus de Harrison. Não precisava entender a letra... Isso é arte.

Paul, dizem, era um perfeccionista e ególatra e Lennon, líder um tanto inseguro que, ao lado de Yoko, encontrou um sentido para a vida num ativismo que quase lhe custou deportação dos EUA, o país que amou e que lhe tirou a vida em 1980. Ringo o bom sujeito, sobrevivente de doenças infantis e que, injustiçado, nunca, à época, teve seu valor reconhecido.

George, o tal Beatle quieto, podia não ter a palavra final nas decisões da banda, mas suas intervenções não eram pouca coisa. Basta ver o grande tributo "Concert for George", gravado no primeiro aniversário de sua morte, no qual músicos como Ravi Shankar, Eric Clapton, Jeff Lynne, Billy Preston, Tom Petty, além de seu filho Dhani e os ex-parceiros Paul McCartney e Ringo Starr, prestam justa homenagem ao menino. Fico imaginando se, vivo estivesse, o que Lennon diria ali...

George era um gigante entre gigantes e, se na sombra por opção ou falta de, se abria ao sol quando possível e eternizou lindas obras.