O Barquinho Cultural

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sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

McCartney III: Nostalgia da modernidade


Acabei de ouvir McCartney III, novo álbum de Paul McCartney, no qual, como nos anteriores na mesma linha do "faz-tudo" McCartney I (1970) e McCartney II (1980), ele toca praticamente todos os instrumentos e compôs todas as músicas. O I teve "Baby, I'm Amazed" e o II, "Coming Up". Este qual será o "carro-chefe"? Isso ainda existe? O trabalho surpreende, pois traz o velho Macca antenado com as novas tecnologias e acoplado às descobertas do passado. No geral, gostei. Um Paul maduro, com a voz mudada, mas capaz de imprimir sentimentos ao cantar. Abaixo, minhas impressões iniciais, do ponto de vista melódico, harmônico, dos arranjos, não, ainda, das letras. Sou assim desde menino: o som me chama mais a atenção que a palavra...


Long tailed winter bird - Sonoridade meio oriental, marroquina... Lá no final, entram incidentalmente os melotrons de Strawberry Fields Forever...


Find my way - Uma interessante combinação da rouquidão dos 78 anos ao falsete sessentista; parte instrumental remonta às experiências de estúdio em Abbey Road.

Pretty boys - Gosto do violão de aço e do contracanto.

Women and wives - Diz Paul que se inspirou em biografia de Huddie William Ledbetter, um dos pioneiros do chamado "blues rural" (segundo o Wikipedia). Gosto do piano bem dos primórdios de Ray Charles.

Lavatory lil - Guitarras meio claptonianas, talvez homenagem a Harrison?

Deep deep feeling - Umas nuances de Live and let die; a faixa mais longa... Sabe (no sentido de ter sabor) a Wings em certos momentos...

Slidin' - Um Paul bem 'heavy metal', mas poupando a voz (poderia ele hoje ainda cantar 'Helter Skelter'?)

The kiss of Venus - Começa um folkinzinho em falsete; violão bem Blackbird, Michelle... Ele sola legal...

Seize the day - Uma sonoridade à la lado B de Abbey Road.

Deep down - Uma profusão de sintetizadores, baterias eletrônicas, metais, programações... Um Macca moderno dos 80's. Bases bem black.

Winter bird/When winter comes - Diz que foi gravada em 1992, com George Martin na mesa. Um Paul dos primórdios, a voz está muito limpa (caramba, 28 anos fazem baita diferença!)