O Barquinho Cultural

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sexta-feira, 1 de julho de 2022

Tudo está bem? Tudo está bem!


A cantora, compositora e atriz paulistana Vanessa Bumagny lançou nesta sexta-feira, 1º de julho de 2022, o videoclipe da canção "Tudo Está Bem", de sua autoria, que abre seu quarto CD, "Cinema Apocalipse". O clipe está disponível em seu canal no YouTube e o disco, nas plataformas de streaming de música.

Nesses tempos sombrios de pandemia, crise econômica, desemprego, fome e um governo que parece apostar no quanto pior, melhor, Vanessa canta sobre lutar dançando, sobre resistir com potência e sobre olhar, também, para o que está bom, "porque alegria é a maior revolução que existe", defende a letra.

Assista ao clipe:






O clipe foi filmado em parceria com a SP Escola de Teatro, nas imediações de onde foi gravado, além também do Teatro Satyros, e conta com a participação de amigos e parceiros, como o ativista Jean Wyllys, ex-deputado federal que saiu do país após sofrer ameaças a ele e sua família.

Vanessa conta que a inspiração para a letra veio depois de assistir a uma aula de história de Rita Von Hunty, na qual ela disse que é exatamente isso que o sistema espera de você: ficar tão arrasado que se perde a esperança na mudança. "E nasceu a canção como antídoto para todo esse desamparo."

Rita Von Hunty é o nome artístico de Guilherme Terreri Lima Pereira, professor, ator, youtuber, comediante e drag queen, nascido em Ribeirão Preto, interior de São Paulo.

Vanessa se inspirou também nas palavras do professor norte-americano Jon Kabat-Zinn, especialista em meditação, que diz “se você tá respirando tem mais coisa boa com você do que ruim”.

O disco "Cinema Apocalipse" foi lançado em janeiro de 2022. Produzido por Rafael Castro, o álbum conta com dez faixas incluindo parcerias com Zeca Baleiro, Fernanda Takai, Chico César e Luiz Tatit, além do poema “Lady Lazarus”, de Sylvia Plath, musicado por Vanessa.

A seguir, Vanessa nos conta sobre por que "Tudo Está Bem" é uma afirmação em vez de interrogação:

Bloga: Você está lançando agora nesta sexta-feira, dia primeiro de julho, o clipe e o single “Tudo está bem”, que é uma mensagem interessante para esses tempos atuais. Você fala na letra “lutar dançando, resistir com potência e olhar também para o que está bom”. O que está bom nesses tempos, Vanessa?

Vanessa: Olha eu acho que o que está bom depende muito das vidas das pessoas, mas basicamente estar vivo é o que está bom. Porque enquanto a gente estiver vivo, eu acho que a gente não tem outra alternativa a não ser lutar. E esse plano do qual eu falo na música, que é essa coisa de inundar a gente, deixar a gente soterrado numa avalanche de notícias ruins, que vão te deixando cada vez mais deprimido, com aquela sensação de que nem adianta fazer nada porque tanta coisa para fazer, está tudo muito ruim, isso para eles, digo para o status quo, é muito confortável que as pessoas achem que não dá para fazer nada. Então eu acho que esse olhar para o que está bom, que acaba sendo assim ‘primeiro eu estou vivo’, então eu preciso lutar, porque se eu não luto a coisa só vai tender a piorar, né? E é isso. Acho que o que está bem é muito difícil falar: ‘olha só quanta coisa boa, não é que eu estou jogando o jogo do contente falando ‘ah não, gente, está tudo ótimo’,  sabe, aquelas coisas meio hipócritas que alguns políticos querem falar, do tipo ‘não pense em crise, trabalhe’, não é nada disso, é muito pelo contrário.

Bloga: É, a gente precisa estar, como dizia lá o Caetano, atento e forte, né?

Vanessa: Exatamente! Não temos tempo de temer a morte.

Bloga: Você disse que a letra surgiu depois que você ouviu uma aula de história da Rita Von Hunty, em que ela disse que o sistema quer a gente arrasada, triste e cansada. A alegria pode vencer esses tempos sombrios?

Vanessa: Eu acho que só alegria pode. Porque a partir do momento que a gente tem alguma alegria dentro de nós, a gente vai em direção ao que é construtivo. Se a gente pensar que está vivendo em uma era de muito impulso de morte, eu acho que uma hora que a gente mais precisa fomentar o impulso de vida.

Bloga: Eles querem a gente mesmo triste e arrasada, né? Para que o domínio fique mais fácil. Porque daí vem com aquele agrado, né? Eu acho que é por aí...

Vanessa: É exatamente isso. E comprando, porque o capitalismo também tem um pouco essa pegada de que quanto você está muito triste, muito frustrado, muito detonado, muito deprimido, você fica achando que se tiver alguma coisa, tiver outra coisa, comprar isso, comprar aquilo, você vai se sentir melhor. Ou também medicado, essa coisa da medicação psiquiátrica, que está tão em voga nesses dias. Ah, está deprimido? Dá-lhe medicação...

Bloga: O que não é assim recomendado, né? Eu acho que a gente tem que trazer aqui dentro aquela energia, aquela força para resistir. Você fala na letra assim, o que que não dá para esperar exatamente? Tem coisa que você pode esperar, deixar para depois. Agora nesse momento atual o que é urgente, o que não dá para deixar para depois? O que você quis dizer com essa frase?

Vanessa: Só voltando àquilo que você falou que não é o ideal medicar, eu acho que tem gente que precisa sim de medicação. Não é que seja contra medicação, tem de medicar sim as pessoas que precisam e muita gente precisa porque realmente as coisas são muito difíceis, mas eu acho que só a medicação não é o que vai resolver. A gente vive numa sociedade que adoece, então medicação, sim, é importante, mas também tem que tentar reverter essa sociedade que adoece para que a gente não precise mais de medicação.

Sobre o que não dá pra deixar para depois é o que cada um tem que saber, quem sou eu para dizer o que não dá para deixar para depois? Eu acho que a gente tem muitas lutas e a gente tem que saber cada um a sua própria. Mas eu acho que não dá para deixar para depois, por exemplo, você se organizar e se educar, tentar se informar, saber quem é que está fazendo? Quem é que está lutando? Quem é que está mexendo? Então eu, por exemplo, tento me aproximar de tudo que o PSol [Partido Socialismo e Liberdade] faz ou fala, de tudo que o MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra] está fazendo, eu tento me aproximar dessas lutas, me organizar junto com eles, tentar chegar perto. Quem é que está na luta? Porque acho que a luta é coletiva, não é individual... Individualmente a gente consegue fazer muito pouca coisa. A gente tem que se unir enquanto classe trabalhadora, enquanto cidadão, a gente tem que entender melhor o que é ser cidadão, acho que isso não dá para esperar.

Bloga: Exato, porque nós tivemos nesse meio tempo, além da eleição dessa turma aí, uma pandemia, que isolou as pessoas, isso desmobilizou, digamos assim, mas claro que muitos continuaram lutando, então não dá para deixar para depois né? E outra coisa... Na letra você cita o Jon Kabat-Zinn, um especialista em meditação, que fala ‘se você está respirando então tem mais coisa boa em você do que ruim’. Aí eu me lembrei do Jair Bolsonaro caçoando daquelas pessoas que estavam sofrendo lá em Manaus porque não tinham respiradores. Como ter esperança respirando o mesmo ar que gente como essa?

Vanessa: Eu acho meio difícil, né? Quanto mais tiver pessoas como essas, mais a gente tem que focar na nossa energia, no que nos dá força, porque jogar a toalha não pode ser não opção. Como é que eu me protejo? Eu não consigo ver os vídeos desse cara, eu me sinto tão mal vendo esse tipo de coisa, principalmente contra mulheres, os direitos das mulheres, o direito ao aborto, o direito da mulher ao próprio corpo. Então se a gente ficar olhando para isso e pensar no que nos causa a gente vai perecer, não vai conseguir. Então a ideia é você fazer o que te dá energia. Eu gosto muito do Jon Kabat-Zinn, porque ele me salva em muitos momentos, ele tem vários recursos, ele ensina sobre meditação. A meditação é uma grande ferramenta para a gente se fortalecer e é perto dessas pessoas que a gente tem que ficar, das que nos dão ferramentas para ter força para lidar com tudo isso e consegui sair para frente e ir para a luta. Então é nessas horas que a gente precisa mais ainda ficar perto do que nos dá força, do que nos dá energia, nos alimenta. Temos a Rita von Hunty, temos Jean Wyllys, que estão ali no clipe representados, o Jean numa participação especial, a Rita que é a musa inspiradora, pessoas que estão mostrando pra gente como lutar e estão dando as direções, as diretrizes. Como eu falei: a gente precisa se agrupar, a luta não é individual, é em grupo, então são essas pessoas que eu quero ter perto.

Bloga: Eu enxerguei nessa canção uma mensagem também de amor. Você concorda comigo?

Vanessa: Exatamente, totalmente. A questão é: estamos do lado da morte ou do lado da vida? E o que representa melhor a vida do que o amor? Nada representa mais que o amor, o amor pela vida e o amor pelas outras pessoas, o amor pela sociedade em geral, melhor distribuição de renda, que as pessoas possam comer, possam morar... isso é puro amor.

Bloga: Ou seja, é entre quem defende a vida e quem defende a morte...

Vanessa: Exatamente. Como faz para se ficar do lado da vida, se alimentando do que nos dá força.


Acesse aqui a primeira entrevista de Vanessa ao Blog por Bloga, por ocasião do lançamento de seu terceiro CD, "O Segundo Sexo"




sexta-feira, 4 de março de 2022

Bodas de Ouro: "Diana"


Diana - o famoso Disco Azul. A carioca Ana Maria Siqueira Iório começou a cantar profissionalmente aos 16 anos no selo Caravelle, do Rio de Janeiro, cantando bossa nova, e encantou com sua voz um executivo da CBS, que encarregou o produtor Raulzito (ele mesmo, Raul Seixas) de trabalhar com ela. De início, dois compactos simples e em seguida o LP. O disco tem quatro composições do baiano Raulzito com o carioca Mauro Motta: "Estou Completamente Apaixonada", "Você Tem Que Aceitar", "Hoje Sonhei Com Você" e "Ainda Queima a Esperança" (lado A do segundo compacto dela, de 1971). As outras faixas são versões de músicas estrangeiras - uma exigência das gravadoras à época -, sendo o maior sucesso uma versão dela e de Rossini Pinto para a obra do americano Neil Diamond "I Am... I Said", que ganhou aqui o título "Por que Brigamos". Em 2014, Diannah (nova grafia de seu nome artístico... coisas de numerologia...) voltou à cena depois que a niteroiense indie Bárbara Eugênio regravou "Por que Brigamos", que rendeu umas apresentações juntas, com participações de Fernando Catatau (do Cidadão Instigado) e de Karina Buhr. A baiana-recifense Karina, aliás muito parecida com a Diana dos anos 1970, compôs, com Paulinho Moska, uma música chamada "Eu Menti pra Você" (que dá nome a seu primeiro CD, de 2010), coincidentemente quase o mesmo nome da primeira música gravada por Diana, em 1969, "Menti pra Você", de sua autoria... Eu nunca tive esse disco, mas as músicas dela eram tocadas sem parar nas rádios e programas de auditório na TV. E eu adorava!

Clica aí e ouça o LP - e preste atenção na bela produção do Maluco Beleza: Diana 1972

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Bodas de Ouro: "Slade Alive", Slade


No começo de 1972, com a boa repercussão de três singles da banda no Reino Unido, o empresário Chas Chandler (ex-baixista do The Animals que descobriu e empresariou Jimi Hendrix) resolve lançar o primeiro álbum ao vivo do Slade.

O grupo vinha dos bons frutos colhidos do LP "Coz I Luv You" - sim, a grafia errada era uma de suas "marcas registradas" -, uma compilação de músicas de seus dois LPs e singles anteriores, lançado apenas na Alemanha, Holanda, Noruega, Suécia, Austrália e Argentina, de onde foram extraídos os três singles.

O material de "Slade Alive" foi retirado de suas três apresentações no Command Theatre Studio (Londres) em 19, 20 e 21 de outubro de 1971, com uma audiência de cerca de 300 pessoas por noite.

Em 24 de março de 1972 o disco sai e logo alcança o 2º lugar nas paradas britânicas, lá permanecendo por 58 semanas. Nos EUA, entrou nas 200 Mais da Billboard na 158ª colocação.

A banda integrada por Noddy Holder (vocal líder, guitarra rítmica), Dave Hill (guitarra principal e backing vocals), Jim Lea (baixo e backing vocals) e Don Powell (bateria) apresenta no LP três composições próprias - "In Like a Shot From My Gun", "Know Who You Are" e "Keep on Rocking" - e covers de Ten Years After ("Hear Me Calling", de Alvin Lee), The Lovin' Spoonful ("Darling Be Home Soon", de John Sebastian), Bobby Marchan ("Get Down With It") e Steppenwolf ("Born To Be Wild", de Mars Bonfire).

É considerado por muitos o melhor álbum ao vivo de rock de todos os tempos, classificado como hard rock tocado por uma banda muito glam rock dos 70's.

Ao ouvir esse LP, trazido pelo namorado de minha irmã mais velha Vilma Mercuri Caetano, que viria se tornar meu cunhado, Wanderley Caetano, eu nunca mais fui o mesmo. Para o bem ou para o mal... Para ouvir no último volume!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Bodas de Ouro: "O Bofe", de Roberto e Erasmo Carlos


A trilha nacional de "O Bofe", novela de Bráulio Pedroso (depois Lauro César Muniz), dirigida por Lima Duarte, Daniel Filho e Wálter Campos, que a TV Globo exibiu entre junho de 1972 e janeiro de 1973 no horário das 22h, é a única que os compositores Roberto e Erasmo Carlos fizeram para um folhetim televiso. Era comum, na época, os produtores encomendarem as trilhas nacionais a uma dupla de compositores, para dar mais "unidade" aos temas.

Segundo conta Erasmo, deram-lhes 15 dias para compor as 12 faixas, que eles cumpriram aproveitando algumas composições inéditas então, apenas adaptando aos personagens aos quais se referiam. Mas os intérpretes foram diversos outros, e não os ex-ídolos da Jovem Guarda.

Ali temos então cantores do pequeno cast da Som Livre (como Renata e Flávia, Djalma Dias, Sandra e Betinho); a já consagrada Elza Soares; Osmar Milito, um pianista de jazz de presença constante em especiais musicais da emissora, que comparece em duas faixas, uma acompanhando Luna e Suza (da Som Livre) e a outra com o Quarteto Forma, do qual fazia parte Eduardo Lage, que em 1977 se tornaria maestro de Roberto; Os Vips, dupla da Jovem Guarda formadas pelos irmãos Ronaldo Luís e Márcio Augusto Antonucci; Claudio Faissal, que cantava na banda de Ronnie Von e depois seguiu carreira solo interpretando canções em italiano, Jacks Wu, também intérprete em vários outras trilhas de novela da época (pai da roqueira de Salvador Shalin Way Attemporais)

O disco tem também uma faixa cantada por Eustáquio Sena, produtor do LP junto com Waltel Branco nos arranjos, e outra por Nelson Motta, que gravou a faixa "Madame Sabe Tudo", da personagem Stanislava Grotoviska, interpretada por Ziembinski (primeiro personagem travestido da TV, dizem), após Marilia Pêra não ter gostado de seu trabalho.

A novela era um escracho ao desejo de ascensão na sociedade e ao próprio formato de telenovelas. A audiência era pífia e Bráulio acabou substituído por César Muniz, mas mesmo assim não decolou. Bem como o disco, que passou batido e é considerado até por Motta um trabalho mediano da dupla Carlos.

Uma única música da trilha, "Moço", agora interpretada por Erasmo, teve sobrevida e acabou entrando em outra novela, "A Idade da Loba", de Alcione Araújo, direção de Jayme Monjardim e Marcos Schechtmann, exibida de julho de 1995 a janeiro de 1996 na TV Bandeirantes e que o Tremendão regravou no EP "Quem disse que não faço samba", de 2019.

A gente tinha esse LP em casa ou na loja de discos de meu pai, mas não me lembro de tê-lo escutado. Só me recordo de ficar com medo da personagem de Ziembinski, que enchia a cara de xarope e sonhava com o galã Jardel Filho, um dos bofes (à época, sujeito grosseiro, sem educação) da trama, junto de Cláudio Marzo.

"Moço
Vê se larga o osso
Com a vida no bolso
Procure um amor
Não tem"

sábado, 12 de fevereiro de 2022

Bodas de ouro: "Cicatrizes", MPB-4

2022: Ano em que muitos discos essenciais completam 50 anos de lançamento. Eu, com 60, me lembro de muitos deles. E vou relembrar alguns que foram importantes - pelo menos para mim.

Começo com esse do MPB-4, "Cicatrizes", lançado pela Philips/Phonogram, com produção de Mazzola/Roberto Menescal. Magro, Ruy, Miltinho e Aquiles Rique Reis cantam aqui gente de alto quilate, como os hoje esquecidos Tom e Dito ('Agiborê'), Sidney Miller ('O Navegante'), o já clássico "San Vicente", de Fernando Brant e Milton Nascimento, lançado em Clube da Esquina, outro cinquentão que logo será aqui resenhado; Maurício Tapajós e Hermínio Bello de Carvalho ('Desalento'); Murilo Antunes, outro expoente do pessoal da esquina de Minas, com Sirlan ('Viva Zapátria'); a faixa título, do mestre Paulo César Pinheiro em parceira com Miltinho; Chico Buarque, que comparece com "Partido Alto" - esta a que me marcou profundamente na época, que me lembro de ouvi-la comendo uma boa feijoada no boteco da esquina da Silva Bueno, onde o pai tinha papelaria que vendia discos; Jorge Ben (ante do sufixo Jor), com "Bom Dia, Boa Tarde, Boa Noite"; a angustiante (e, incrivelmente, ignorada pela censura) "Pesadelo", de Paulo César Pinheiro e Maurício Tapajós; tem ainda Caymmi ('Canto de Nanã'); mais PC Pinheiro com Baden Powell ('Última Forma'); uma dos portelenses Cabana e Norival Reis, "Ilu Ayê (Terra da Vida)", e novamente PC Pinheiro com Tapajós, "Faz Tempo". Um disco de grande qualidade, de um tempo de um Brasil que se julgava enterrado e esquecido teima em voltar...

"E se a força é tua ela um dia é nossa
Olha o muro, olha a ponte, olhe o dia de ontem chegando
Que medo você tem de nós, olha aí..."