O Barquinho Cultural

O Barquinho Cultural
Agora, o Blog por Bloga e O Barquinho Cultural são parceiros. Compartilhamento de conteúdos, colaboração mútua, dicas e trocas de figurinhas serão as vantagens
dessa sintonia. Ganham todos: criadores, leitores/ouvintes, nós e vocês. É só clicar no barquinho aí em cima que te levamos para uma viagem para o mundo cultural

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Deliciosamente romântico

O show de Roberto Carlos em São Paulo, que eu assisti na sexta, 21, foi tudo o que se esperava dele, mas por incrível foi sensacional. Não sei se foi o fato de ser a primeira vez que vejo o Rei ao vivo, ou pelo grande profissionalismo e carisma do artista, o fato é que me emocionei verdadeiramente neste espetáculo no ginásio do Ibirapuera, lotado com mais de 9 mil fãs. Não vou descrever como foi o roteiro, as músicas tocadas, pois isso está em qualquer jornal, e o objetivo desse blog é refletir a vida a partir dos eventos dos quais tomo parte. Para começar, o som me surpreendeu, pois imaginava que aquele ginásio não teria acústica boa, mas estava impecável. E o cenário também estava encantador. Fui envolvido em uma atmosfera romântica que não deu para ignorar. E a presença de Roberto é também envolvente. Ele fala com seu público de uma maneira que ele quer ouvir. Apesar de sabermos que foram falas decoradas, talvez cuidadosamente elaboradas, o impacto delas na platéia é coisa que se vê em poucos espetáculos. Bem, não é à toa que ele está aí há 50 anos, com seus baixos, seus altos, mas sempre em evidência. Tocou músicas representativas de cada época sua, mas com uma leitura homogênea, de modo que as músicas da Jovem Guarda ficaram parecendo como se compostas e lançadas nos anos 80 ou 90. Mas ficou bom. A orquestra foi acrescida de cordas da Osesp, muito chique, e ele simpático e falante como todos gostam que ele seja, e eu tenho certeza de que ele é honesto em sua relação com seus fãs. Falar neles, a platéia é um show à parte: senhoras de todas as idades, gritando "Roberto eu te amo" como se adolescentes fossem, correndo sem se preocupar com as limitações atrás de uma das rosas beijadas por ele ao final do show. Achei muito engraçado. Sabia de tudo isso, mas precisava ver, tinha que ver um show do Roberto, afinal, é um cara que é artista há mais tempo que eu vivo. E que me remete a muitas épocas de minha vida. Não posso negar que cada grande sucesso do Roberto suscita uma pequena recordação de algo na minha vida. Na Jovem Guarda, eu era muito pequeno, mas sentia perfeitamente o clima e ao crescer um pouco passei a curtir muito aqueles cabeludos cantando naquelo ritmo alucinante. Depois que Roberto deixou a JG, foi a época em que meu pai comprou a discoteca. E aí passei a acompanhar sua discografia, pois todo fim de ano essa era uma compra obrigatória. Curti o disco de 1970 e o de 1971. Depois os outros fui gostando de uma música ou outra, até rarear o trabalho que me agradasse. De qualquer forma seu romantismo dos anos iniciais pós-JG puseram no imaginário muitas canções que a gente pode não saber de cor, mas com certeza lembra assim que ouve os primeiros acordes. Uma coisa curiosa: detestei quando ele começou a homenagear mulher de óculos, gordinha e tal. Mas sabe que no show Mulher Pequena saiu muito legal, acompanhada do Caminhoneiro, igualmente tocante. É, Roberto sabe fazer as coisas... Isso de uma certa maneira redime uma falha grave de Roberto. Quando eu era garotinho, todo 28 de julho era aniversário de São Caetano, onde eu morava, e a Prefeitura promovia um grande show, como músicos, palhaços, aqualoucos, e sempre vinha um pessoal da JG. E todo ano esperávamos que RC aparecesse. Mas ele nunca veio, frustrando o sonho de toda uma cidade e de um menino fã em particular. Sem graça, meu pai se desculpava: deve ter outros compromissos, ano que vem ele vem. Chega o ano seguinte, e ele não vinha. Não chegava a chorar, porque ainda não tinha essa consciência de fã, que fui desenvolver só poucos anos depois com os Beatles. Mas ficava decepcionado, pois, como todo mundo, queria ver o Rei de perto. E isso agora se deu. Apesar de ficar na tal cadeira de visão parcial. Deu para ver o cara o tempo todo, mas de costas e com alguns praticáveis na frente, mas não muito longe, mas não posso dizer que não o vi de perto. E que o menino finalmente matou sua vontade. E se fartou. (As fotos eu preciso recuperar, pois minha máquina teve um acidente; se não conseguir, posto as de minha filha.)

3 comentários:

Vivi disse...

Não sabia que você gostava do Roberto.....
beijos

Carlos Mercuri disse...

Gosto, não de toda a obra, mas ele é uma figura. Beijos amiga

Fernanda disse...

Não gosto de Roberto Carlos, mas seu comentário me deixou com vontade de assistir a um show dele...
Ele deveria te agradecer por uma propaganda gratuita tão perfeita!!!
Beijos!