O Barquinho Cultural

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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Uma graça de cantora

Vanessa da Mata é uma graça, não consigo achar adjetivo mais apropriado. Poderia dizer que ela é talentosa, excelente cantora, linda, simpática, mas esses servem a qualquer uma. Vanessa, em minha opinião, tem graciosidade, que faz com que todos os outros predicados orbitem em torno desse que elegi como meu preferido.

No show que ela apresentou em São Paulo esse fim de semana (10 e 11 de dezembro), no condenável Citibank Hall, demonstrou uma performance que me fez chegar a essa conclusão. Baseado em seu último CD, Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias, o show foi um primor para mexer com os sentidos.

Com um longo branco todo cheio de babados (não sei se o nome é esse mesmo), com uma flor da mesma cor nos belos e incríveis cabelos, a mato-grossense de voz forte e aveludada iniciou o espetáculo sentada em um praticável, à esquerda do palco, cantando As Palavras, do disco novo, composição sua, em que fala para o amado tomar cuidado com o que diz, porque as palavras, afinal, ferem ("escolha os versos para ser meu bem / e não ser meu mal / reabilite o meu coração").

Em seguida se levanta e vai de O Tal Casal, também dela e do novo CD, falando de uma reconciliação ("voltávamos a ser então o tal casal / apaixonado, apaixonado"). Ela fala de amor de uma maneira muito doce, sem ranços, não se atém a dores de cotovelo e perdas irreparáveis. Canta o amor vivido, puro, bem adequado a sua figura - esguia, mas de um romantismo latente.

Mesmo em uma canção que fala de rompimento, como , dela e de Lokua Kanza, ela coloca um traço de generosidade que a faz uma grande mulher, apesar da firmeza da decisão ("vá se descobrir / vá crescer / entender e saber").

Ela cantou várias outras canções do disco novo - que não me canso de ouvir - e outras mais antigas, como os hits Amado, Vermelho, Boa Sorte, Ai, ai, ai. E ainda uma de Roberto, que, infelizmente não me lembro o nome, revivendo o primeiro CD, quando cantou Nossa Canção, de Luiz Ayrão, mas sucesso na voz do Rei.

A nota negativa fica por conta da casa, que eu detesto, pela péssima mania de juntar o máximo de gente no espaço disponível, o que faz com que fiquemos todos espremidos, e pela plateia sem noção que insiste em fazer pedidos aos garçons no decorrer do espetáculo, atrapalhando a boa audição e visibilidade do show. Fora isso, um show belíssimo de uma artista de quem eu gosto muito.

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