O Barquinho Cultural

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sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

A crise dos 30

É estranho, mas aos 48 anos, que completei em maio passado, os 30 anos são constantes em várias coisas na vida. São quase 30 anos que comecei a faculdade de jornalismo, 30 que comecei a trabalhar com constância, 30 que servi à Pátria como soldado, 30 que conheci uma galera e uma ideologia que mudaram minha maneira de ver o mundo, 30 que tive a primeira namorada que se pode chamar disso, quase 30 que perdi minha mãe, 30 que fui tio pela segunda vez, 30 que comprei o primeiro carro. Nossa, quanta coisa a gente faz por volta dos 18 anos! Por isso essa data dizem que é o ingresso na vida adulta. E a garotada parece que resolve tirar o atraso e fazer tudo de uma vez (estou falando de meu tempo; hoje as coisas são bem mais ligeiras). E ao olhar para trás me dá uma certa coisa, não sei explicar. É como se dar-se conta da passagem desse tempo fosse algo que a gente evita. Mas não há mesmo como evitar. O que procuro é não ficar pensando muito nisso. Porque se pensasse ia começar a fazer um balanço, achar que fiz coisas que não deveria, e coisas que deveria e não fiz. Ou seja, a reflexão que todos fazem. Tenho a favor disso que a experiência que se ganha é algo que não há paralelo. E a gente pode compartilhar isso com os mais novos, não para guiá-los, mas para orientar, mostrar se estão indo bem, mas sem impedir que voem com suas próprias asas. Errei muito, claro, e é por isso que posso ensinar. Aliás, é para isso que quis - e ainda quero - fazer mestrado. Acho que ensinar é uma obrigação de qualquer um que aprende algo, que vive uma experiência. Saber guardado é saber perdido. E o saber também se alimenta da retroalimentação (o tal feed back), daquilo que o ensino traz ao próprindo professor (ou mestre, ou orientador, qualquer coisa). Eu quando era vice-coordenador do grupo de jovens da igreja de meu bairro gostava de pegar algum trecho da Bíblia e discutir com o pessoal, para a gente entender junto, não eu vir com meu entendimento pronto e fechado. Sempre gostei de discussão, de debate, de troca de idéias. E acho que assim todos se nutrem do saber. Detesto quem vem com as ideias prontas e não aceitam visões divergentes. Tive muitos professores assim. Acho que dar aula é uma sequência natural de minha carreira. Não que eu saiba muito de jornalismo, mas 30 anos de vida profissional dá uma retaguarda que quem gosta de aprender pode usufruir. O problema é a timidez, mas isso se resolve. Então penso que essa crise dos 30 pode ser melhor resolvida se aproveitar esse tempo de estrada para tornar o fardo das novas gerações mais leve - ou mais pesado, dependendo do que a pessoa, pessoas forem fazer com isso. Espero que em 2011 eu possa estar fazendo aqui  um balanço de minha experiência como professor, ou ao menos como aluno de um curso de mestrado. Ou, pelo menos, como escritor, porque essa também é uma forma de expandir o conhecimento. Escrever um livro é um projeto antigo, mas ainda não cheguei a um consenso sobre o tema. Aceito sugestões (sem sacanagem).

6 comentários:

Sandra Evangelista disse...

Oi Carlos, você lembra do seu passado com muita riqueza de detalhes e isso é muito gostoso, uma vez que a lembrança fica muito viva. Difícil sugerir o tema do seu livro, rsrsr.
Beijão. Flor

Edu M disse...

Eu também sou um leitor muito especial do seu blog ok?

Sugestão: uma guia de viagem, agora que vc cruza o país em aventuras intergaláticas...tipo, 1001 lugares para se conhecer antes de 2012...


abs e JUÍZO, MERCURI!!!!!

Carlos Mercuri disse...

Obrigado, Flor, seus comentários são sempre um bálsamo. Lembranças são mesmo uma constante em meus pensamentos. Não sei se isso é bom ou ruim. Beijão também.

Edu, fico sempre feliz quando sei que leu esse modesto blog. Sobre sua sugestão, bem, é uma boa, vou pensar no assunto. Abração.

isabela disse...

é, pai.. daqui a 3 meses faço 18 anos! espero poder fazer muuuitas coisas, assim como você!! e sobre seu livro.. você poderia terminar aquele conto e fazer outros, quem sabe um livro de contos? beijoss

Carlos Mercuri disse...

Puxa, filha, é mesmo! Terminar aquele conto é um projeto antigo, de repente ele pode até mesmo virar um romance. E quanto a fazer muitas coisas, tenho certeza de que você fará muito mesmo, porque tem garra e muita vontade. Beijos. Saudades.

Sandra Evangelista disse...

Olá meu querido amigo Carlos, acho que boas lembranças são sempre bem vindas. Adorei a sugestão do Eduardo, com certeza, vc tem muitas histórias de aventuras pra contar sobre várias regiões do Brasil, inclusive sobre a gastronomia, que vc curte tanto, né?
Bjos