O Barquinho Cultural

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domingo, 19 de maio de 2013

A colcha de retalhos de Soderbergh

Jude Law e Catherine Zeta-Jones (Reprodução)
"Terapia de risco" (Side Effects), de Steven Soderbergh, aborda males psiquiátricos, como a depressão, mas apenas como pano de fundo para uma trama policial, e passa por leve pela questão da política da medicação às vezes de maneira leviana e o poder da indústria farmacêutica. Catherine Zeta-Jones, bipolar assumida, vive uma psiquiatra envolvida em um golpe sórdido. O filme é bom, se bem que se perde um pouco no desenvolvimento dos assuntos, mudando o enfoque e deixando no ar sobre o quê, afinal, o diretor quer falar. É assunto que daria para explorar bastante. Mas a opção do diretor foi outra, e me frustrou um tanto. O filme aborda ainda a prática de fraude no mercado financeiro, mas também de maneira superficial.

Quanto à Catherine, li no começo do ano entrevista com ela dizendo que aceitou fazer o filme por ser um convite - quase uma intimação - de Sordenbergh, que a dirigiu em "Traffic" e "Doze Homens e Outro Segredo". Ela anda reclusa para cuidar dos dois filhos que teve com Michael Douglas. Mas filmou ainda "RED 2 - Aposentados e Ainda Mais Perigosos", de Dean Parisot (inédito), com Bruce Willis, com quem atuou em "O Dobro ou Nada", uma bobagem de Stephen Frears. Depois do Oscar por "Chicago", de Rob Marshall, parece que tem errado a mão em suas escolhas. Mas é sempre um prazer vê-la na tela.

Irreparável a atuação de Rooney Mara, a protagonista, psicóloga de formação - ela que teve indicação ao Oscar ano passado pela atuação em "Os Homens Que Não Amavam as Mulheres" e foi a namoradinha do criador do Facebook antes de ele "enricar", em "A Rede Social". Consegue enganar bem o espectador, em uma trama bem à la Hitchock. Jude Law também convence como o psiquiatra endividado que se mete em uma confusão da qual sai um pouco herói, desenvolvimento também explorado de maneira vaga e inverossímil por Soderbergh. Confesso que saí do cinema sem entender muito bem o desfecho.

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