2022: Ano em que muitos discos essenciais completam 50 anos de lançamento. Eu, com 60, me lembro de muitos deles. E vou relembrar alguns que foram importantes - pelo menos para mim.
Começo com esse do MPB-4, "Cicatrizes", lançado pela Philips/Phonogram, com produção de Mazzola/Roberto Menescal. Magro, Ruy, Miltinho e Aquiles Rique Reis cantam aqui gente de alto quilate, como os hoje esquecidos Tom e Dito ('Agiborê'), Sidney Miller ('O Navegante'), o já clássico "San Vicente", de Fernando Brant e Milton Nascimento, lançado em Clube da Esquina, outro cinquentão que logo será aqui resenhado; Maurício Tapajós e Hermínio Bello de Carvalho ('Desalento'); Murilo Antunes, outro expoente do pessoal da esquina de Minas, com Sirlan ('Viva Zapátria'); a faixa título, do mestre Paulo César Pinheiro em parceira com Miltinho; Chico Buarque, que comparece com "Partido Alto" - esta a que me marcou profundamente na época, que me lembro de ouvi-la comendo uma boa feijoada no boteco da esquina da Silva Bueno, onde o pai tinha papelaria que vendia discos; Jorge Ben (ante do sufixo Jor), com "Bom Dia, Boa Tarde, Boa Noite"; a angustiante (e, incrivelmente, ignorada pela censura) "Pesadelo", de Paulo César Pinheiro e Maurício Tapajós; tem ainda Caymmi ('Canto de Nanã'); mais PC Pinheiro com Baden Powell ('Última Forma'); uma dos portelenses Cabana e Norival Reis, "Ilu Ayê (Terra da Vida)", e novamente PC Pinheiro com Tapajós, "Faz Tempo". Um disco de grande qualidade, de um tempo de um Brasil que se julgava enterrado e esquecido teima em voltar...
Nenhum comentário:
Postar um comentário