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sexta-feira, 23 de maio de 2025

Morre Sebastião Salgado, um dos maiores fotógrafos do mundo

O fotógrafo Sebastião Salgado morreu nesta sexta-feira, 23/05/25, aos 81 anos, vítima de complicações de uma malária.

Sebastião Ribeiro Salgado Júnior nasceu em Vila de Conceição do Capim, distrito do município de Aimoré (MG), no Vale do Rio Doce, em 8 de fevereiro de 1944. Mas vivia em Paris desde o fim da década de 1960.

Em 1969, a partir do endurecimento do regime militar, ele e a esposa, Lélia Wanick Salgado, decidiram deixar o Brasil e se exilar na França.

Antes de ser fotógrafo, ele obteve o mestrado em Economia pela Universidade de São Paulo, em 1968, e se tornou doutor pela Université de Paris, em 1971.

Sebastião Salgado trabalhou como secretário da Organização Internacional do Café, em Londres, entre 1971 e 1973, antes de retornar a Paris e passar a fotografar profissionalmente para a agência Sygma, em 1974.

Transferiu-se no ano seguinte para a agência Gamma, iniciando a documentação sobre as condições de vida dos camponeses e índios latino-americanos. Esse trabalho o tornaria mundialmente conhecido.

Em 1979, deixou a Gamma pela agência Magnum, que chegou a presidir e onde permaneceu até 1994. No mesmo ano, criou a Amazonas Imagens com sua esposa.

Era especializado na cobertura dos deslocamentos humanos, da degradação tanto dos seres humanos como dos ambientes, de olhar único e estilo inconfundível, com suas imagens em preto e branco captadas em sua indefectível Laika analógica (só recentemente aderiu ao digital, por praticidade).

Em 30 de março de 1981, enviado da Magnum, trabalhava em uma reportagem do "New York Times" sobre os 100 dias de governo do presidente americano Ronald Reagan. Ele se preparava para fotografar Reagan saindo de um hotel em Washington quando ouviu tiros: o presidente fora baleado e Salgado registrou tudo com suas objetivas.

O fotógrafo documentou o caos que se seguiu ao ataque, desferido por John Warnock Hinckley Jr., um rapaz de 25 anos que disse ter atirado no presidente para chamar atenção da atriz Jodie Foster. 


Em abril de 1997, ele lança o livro "Terra", com 137 fotografias retratando gentes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST).

O livro trazia ainda um CD com 4 músicas de Chico Buarque ('Assentamento', 'Brejo da Cruz', 'Levantados do Chão' - com Milton Nascimento -, e 'Fantasia'). O prefácio do livro é do escritor português José Saramago (1922-2010).


Os três estiveram no lançamento da obra na sede do MST em São Paulo e eu estava lá.

Vi algumas exposições de Salgado e não há como negar: suas fotografias falam por si e, mais do que a beleza técnica que expõem, perturbam nossa zona de conforto ao revelar as entranhas deste mundo em que vivemos.

Veja os vídeos de "Assentamento", "Levantados do Chão", "Brejo da Cruz" e "Fantasia":





(Com informações de Agência Brasil, O Globo e ptnotícias)

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