O Barquinho Cultural

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domingo, 22 de março de 2009

Um reencontro com a paz e a natureza


Conheci Pirenópolis, em Goiás. Adorei. Uma cidade muito bucólica, um point no meio do cerrado para se curtir a natureza e a noite. Claro que um fim de semana é pouco demais para conhecer e usufruir tudo que a cidade e os arredores têm de bom. Fui em uma cachoeira, a Nossa Senhora do Rosário, a 33 km da cidade. O lugar é maravilhoso. Tem um restaurante de pedra muito zen, com diversas esculturas - na verdade, pedras empilhadas de uma maneira que só o cara que fez deve saber por quê -, um quarto cheio de redes onde vi um pôr-do-sol divino, depois de tirar uma soneca como há muito tempo não tirava. De lá, após descer um morro bem íngreme, se chega a um mirante, de onde se pode ver o cerrado, aquela vegetação tão especial, com cada flor incrível. Mais para baixo há uma piscina natural com uma água límpida, que revela um fundo de pedras e folhas caídas das muitas árvores ao redor que remete a uma paz incrível. Como me senti bem naquele lugar. Mas a água estava fria demais, e o sol, encoberto pela copa das árvores, não ajudava a aquecer. Resultado: nem entrei na água, do que me arrependo, porque deveria estar maravilhosa. Descendo outro tanto, em uma escadinha a quase 90 graus, chega-se à cachoeira, que cai em um laguinho repleto de pedras redondas fazendo um leito muito bonito. Bem, aí tive coragem de entrar na água, e por isso me arrependi de não entrar na piscina, porque a água é gelada, mas depois de dentro dela o corpo se acostuma e fica até quente. É muito bom mesmo sentir o jorro daquela queda d'água nas costas, na cabeça. Depois o almoço naquela casa de pedra, onde um tucano, de nome Obama, faz voos rasantes e vem pousar em nosso braço à espera de algum pedaço de comida. O almoço foi tudo de bom também, comida feita em fogão de lenha, muitos legumes da horta dos donos. Um local bem integrado à natureza, e onde se dá vontade de ficar muito tempo, sem querer ir embora.

A pousada é outro destaque. De nome Quintas de Santa Bárbara, é instalada em um terreno enorme repleto de árvores, jardins, onde se pode deparar de repente com famílias de cotias e micos muito graciosos. Redes na varanda dos quartos onde se pode render-se à preguiça sem a menor culpa. Aliás, lá se esquece de qualquer problema e vive-se apenas integrado à natureza, convivendo com pássaros de todos os tipos - vi uma dupla de periquitos comendo coquinhos que foi um espetáculo. A gente que é do asfalto muitas vezes nem se dá conta de como isso é importante. À noite, em uma volta pela cidade, dá para se ver como fervilha. Inúmeros barzinhos, onde pude experimentar o famoso empadão goiano, uma delícia, um sorvete de capim santo (erva cidreira) surpreendente. Antes de ir embora, almoço no restaurante Pedreira, onde comi uma pamonha frita que nunca imaginei existir. Que delícia! Nossa, é um lugar muito gostoso, de um astral incrível, com uma riqueza cultural que ainda há muito a se explorar. O ponto negativo são as inúmeras pedreiras ao redor, que parece que tornam a extração de pedras a principal atividade econômica da região. Isso é que nem garimpo, sabe, degrada muito a natureza. Ah, em outra pousada conheci um trecho do rio das Almas, que me fez definitivamente tomar a decisão de nunca mais na vida chamar o Tietê, o Pinheiros e o Tamanduateí de rios. Uma beleza de paisagem também, que havia muito tempo não vislumbrava. Lembrei-me de quando era menino de 5, 6 anos, que morava em um lugar, em São Caetano, em que havia ainda rios límpidos, matas virgens, natureza mesmo. Pena que o progresso terminou com tudo isso. Mas o bom é que ainda há muitos lugares assim neste país, basta viajar um pouco e se depara com o verde, o céu cravejado de estrelas, uma lua redondinha e um sol benfeitor a banhar todo o cenário e dar-nos o espetáculo de seu nascer e seu pôr.
Destaque especial à minha amiga Sandra, que me revelou esse esplêndido lugar e confirmou a impressão que já tivera dela na Ilha do Mel, uma pessoa agradabilíssima e excelente companhia, com que tive conversas maravilhosas e momentos inesquecíveis.

2 comentários:

Sandra Evangelista disse...

Carlos, que delícia ler seu comentário! Você descreve Pirenópolis com tanta lealdade nos detalhes, que até quem nunca esteve lá consegue imaginar a beleza do lugar.Obrigada pela referência a minha pessoa. Fui privilegiada por ter sua companhia e compartilhar momentos de tanta paz e natureza.Foi um final de semana abençoado por Deus e bonito por natureza.
Eu e o cerrado agradecemos de coração e esperamos que você volte sempre. Bjos

Damaris Morais disse...

puxa, agora até eu que estou aqui pertinho me arrependi de não ter visto td isso lá ainda...mas vou. valeu Carlos, cm se diz por aí, se quer agradar a mãe, elogie o filho, se quer agradar os goianos, elogie nosso cerrado.