O Barquinho Cultural

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sábado, 10 de março de 2012

O preço

Tudo neste mundo capitalista (mesmo nos ditos socialistas) tem um preço. Monetário ou não, há sempre um valor determinado a pagar pelo que você deseja. Também aquilo que você pratica tem um custo, está na física: para cada ação, há uma reação correspondente, de igual intensidade. Boca grande também costuma suscitar a cobrança de tributo. Tenho o hábito de falar o que me dá na telha, sem medir as consequências. Isso é resultado de anos de mutismo, que trabalhei anos para superar. O problema é que acho que erro na dose. Ponderar sempre é bom. O velho ditado de pensar dez vezes antes de agir - ou falar algo - é uma verdade absoluta.

A sabedoria, dizem, está em ouvir mais e falar menos. Na época que frequentava as comunidades eclesiais de base, as CEBs, havia a máxima Ver, Julgar, Agir. Acho que ando me esquecendo um pouco da palavra do meio, ou então julgado errado, ou apressadamente. E, como disse, pago o preço pelo afobamento.

Tive perdas recentes, por causa de não avaliar adequadamente a situação, e despejar a primeira impressão que me veio à cabeça. E certas perdas são irredutíveis, não têm volta. Agora é administrar o prejuízo e aprender com essa lição (tema do post anterior, ora veja!).

Alguém me disse dias atrás que é necessário se basear em fatos concretos para tomar alguma atitude. Suspeitas, indícios, evidências podem acender o sinal amarelo, mas não podem ser a base para o julgamento, a ação, a palavra dita. O problema é que isso fica registrado na mente, mas o impulso não permite muitas vezes resgatá-lo antes de fazer qualquer coisa.

As pessoas estão muito impacientes hoje, acho que sempre, mas agora sinto um pouco mais de intensidade nisso, sei lá. Ninguém mais vai tolerar ser maltratada ou distratada, ou tentar compreender a razão de certos gestos. É mandar às favas e chamar o próximo da fila - odeio a expressão 'a fila anda'. Porque parece que as relações se estabelecem em bases pouco firmes, e qualquer abalo é suficiente para deixarem de existir.

Pois é, o ano que me parecia que seria glorioso, até o momento só tem me trazido dissabores, e é hora de parar um pouco e refletir sobre o que vem acontecendo, rever as ideias, pensamentos, analisar os comportamentos, atitudes, e, principalmente, parar para pensar antes de pôr qualquer gesto em ação. Espero que aprenda a lição.

5 comentários:

Emily disse...

É válido destacar esse trecho: "É mandar às favas e chamar o próximo da fila - odeio a expressão 'a fila anda'. Porque parece que as relações se estabelecem em bases pouco firmes, e qualquer abalo é suficiente para deixarem de existir", pra mim, diz muito sobre o estado atual da sociedade.

O "grande lance" não é engolir o que pensamos, é expressar o que pensamos sim, porém, com cautela. Lembra: "não é o que se fala, é como (maneira) se fala" ? Por aí...rs

Eu gosto de textos que nos levam a refletir.

Parabéns!

Isabela disse...

Achar que a culpa é sua é sempre o lado 'mais fácil'... se liga paaai!!!
Te amooo, se cuida, beijosss

Carlos Mercuri disse...

Valeu pelo comentário, priminha... Acho que é por aí mmesmo. Bj

Carlos Mercuri disse...

É, priminha, as pessoas estão muito apressadas e impacientes; somos descartáveis, esta é a verdade. obrigado pelo comentário. Bjs

Carlos Mercuri disse...

A gente tem sempre um pouco de culpa, até mesmo por ter sido besta por querer, acreditar que as coisas podiam dar certo. Mas estou me ligando, sim, filhinha., Te amos,. bjs