O Barquinho Cultural

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quarta-feira, 15 de abril de 2015

A música sincera e positiva de Aline Duran

A cantora e compositora paulistana Aline Duran inicia a turnê “Sente o Som” – título de seu último álbum – neste sábado, 18 de abril, em São Paulo. Será na Funarte-SP (Alameda Nothmann, 1.058, Campos Elíseos), às 18h, com ingressos a R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada).


Com um trabalho sério e dedicado, Aline alçou altos voos (foto: Breno Banu)
De Aline Duran pode-se dizer muitas palavras. É uma linda mulher, tem uma voz gostosa de se ouvir, suas composições e melodias são de fácil assimilação e o som que ela e sua banda levam agrada muito aos ouvidos. Mas, tão importante quanto tudo isso, é a paz e a tranquilidade que ela passa para a gente.

A quase meia hora que conversamos para esta entrevista transcorreu na mais perfeita harmonia, com respostas precisas, uma convicção total de suas propostas, e uma carga de otimismo e alto astral que faz a gente acreditar que somos capazes de tudo alcançar, se houver fé e muito trabalho, além de um plano bem traçado sobre aonde se quer chegar.

Ela conseguiu. Chegou aonde se propôs, mas, com humildade, diz que ainda está em crescimento, há muito a fazer, a aperfeiçoar... Fico imaginando onde esta menina estará daqui a algum tempo.

Em pouco mais de dez anos de carreira, Aline alcançou o respeito e a admiração do público e de músicos de peso. Cantou com Bunny Rugs, falecido em fevereiro de 2014, da lendária banda jamaicana Third World – uma das quatro mais importantes da cena reggae à época de Bob Marley; dividiu os microfones também com Andrew Tosh, filho do igualmente célebre Peter Tosh.
Já em seu primeiro álbum (Novo Dia), contou com a participação de Bi Ribeiro e João Fera, do Paralamas do Sucesso; do DJ Marcelinho da Lua, produtor e muitas outras coisas, da prestigiada galera carioca Bossacucanova; do rapper fluminense Black Alien, que tocou no PlanetHemp e com muitos outros feras.

Bunny Rugs, morto em 2014

Antes de lançar esse primeiro CD, já se apresentara na Argentina, representando o Brasil no Dynamic Reggae Soundclash; com um disco demo nas mãos, participou de diversos festivais de reggae pelo país, como o Grito de Carnaval Reggae, em São Paulo, teve seu trabalho difundido por rádios importantes.

Com o primeiro disco lançado, pela Deckdisc, e em seguida o single “Sorrir pra Mim”, produzido por Alberto Vaz, segue uma trajetória meteórica que a coloca em palcos importantes, como a Virada Cultural de São Paulo, o Festival de Inverno de Campos do Jordão, mais apresentações em Buenos Aires, sai em turnê com os jamaicanos Don Carlos e Apple Gabriel, toca com a banda americana S.O.J.A (Soldiers of Jah Army).

Em 2012, a convite do portal Uol, grava “Love is Strong”, música do disco Voodoo Lounge, em comemoração dos 50 anos da banda britânica Rolling Stones promovida pelo portal. Em 2013, faz o dueto com Andrew Tosh na música “Can’t Buy me Love”, para um álbum-tributo aos também britânicos Beatles.




Lança o segundo trabalho, Sente o Som, em 2014, colabora com a banda porto-riquenha La Quilombera e participa das filmagens do longa “Um Salve Doutor”, dirigido por Rodrigo Sousa & Sousa e produzido em forma colaborativa, lançado em novembro de 2014. Ufa! Um currículo de responsa.


Um Salve Doutor - Teaser from mundoemfoco on Vimeo.

O trabalho de Aline é baseado no reggae, com o qual se identifica e vê como o ritmo mais adequado ao recado de positividade que quer transmitir. Mas não se enclausura no estilo, acrescentando a suas composições pegadas dos outros universos sonoros que ouve e frequenta, como o hip hop, o blues e, mais recentemente, o jazz.

Nesta entrevista ao Blog por Bloga, concedida por telefone em 10 de abril de 2015, Aline fala de sua trajetória, influências, propostas, visão de mundo, objetivos, do fato de ser uma das poucas mulheres na cena reggae, entre outros assuntos. O áudio da entrevista está disponível abaixo:



Blog por Bloga: Vamos começar falando um pouco de sua história, como você começou, de onde você é, como é que você chegou até a música?

Aline Duran: Vou começar a falar da parte profissional. Com 19 anos mais ou menos eu decidi que ia deixar o diploma de Turismo e investir na música, e acabei entrando e fiquei um ano em uma banda de reggae na zona leste e saí e fui montar meu projeto. Já era 2004, mais ou menos, para 2005, quando eu comecei a produzir minha primeira demo, com o Wagner Bagão, que tinha trabalhado com a Tribo de Jah. A gente começou a trabalhar e acho que em um ano e meio chamamos a atenção da gravadora, a Deckdisc e a gente gravou o disco de estreia [Novo Dia], a gente trabalhou por uns anos com a gravadora e quando eu saí e continuei, já estava com planos para o segundo disco; levou um tempo a mais do que eu gostaria, tentei trabalhar com um produtor e não deu certo, não ficou bom, aquela coisa toda. Então encontrei o Francys [Silva], que é um amigo de longa data, e ele me ajudou a produzir, os arranjos e tudo e aí agora em 2014 a gente lançou em formato digital e voltando agora para poder continuar... shows...

Bloga: Você diz o Novo Dia, que foi o primeiro...

Aline: Isso, Novo Dia, o primeiro, que eu fiz pela Deckdisc. Eu fiz a demo em 2006...

Demo lançada em 2006

Bloga: 2006 foi a demo...

Aline: Isso, a demo em 2006. Aquela banda da zona lesta era em 2004; em 2006 eu já lancei a demo e, em 2008, lancei pela Deckdisc e, em 2010, 2011, mais ou menos, eu lancei um single ["Sorrir Pra Mim"] que produzi com um produtor da Som Livre [Alberto Vaz] e a gente fez essa música, que entrou nesse disco agora [Sente o Som]. Fora outros convites que tive a oportunidade de fazer; gravei com Andrew Tosh ["Can't Buy Me Love", de Lennon/McCartney]; no próprio disco novo a gente gravou com Bunny Rugs, que é um cara do nível de Bob Marley, do nível de importância no reggae do Bob Marley. Na real, na época do Bob eram quatro bandas: Burning Spear, Wailers, Third World e o Peter Tosh, que já estava solo. Então eram os quatro grandes artista. O Bunny Rigs, que era do Third World, era um desses grandes cantores da época e eu tive a oportunidade de gravar, acabei colocando, é a última faixa do disco. A música é em parceria com ele[“I Believe in You”, de Kwame Heshimu]. A gente acabou colocando, foi uma coisa meio de surpresa, não estava nem nos planos.



Bloga: Aí ele acabou falecendo...

Aline: Sim, infelizmente ele estava numa luta contra o câncer e acabou perdendo. E, imagina, a gente ia fazer clipe com ele e tudo, mas infelizmente aconteceu isso. A gente vai fazer uns lançamentos paralelos dessa música. Tem um cara chamado Ranking Joe, que acho que é o DJ mais importante da Jamaica, da história do reggae, ele fez uma versão e a gente vai fazer isso logo mais. O cara que produziu [Ziggy Coltrane], em Nova York, vai trabalhar a música lá fora, e enquanto isso aqui no Brasil a gente vai fazer um clipe da música e vai seguir a carreira mesmo, seguir com os shows.

Novo Dia saiu em 2008, pela Deckdisc
Bloga: Quer dizer, você conseguiu se projetar nesse meio, até internacionalmente... A que você atribui isso? É a galera que está envolvida, ou é mesmo uma questão de oportunidade, de sorte...

Aline: Não sei se eu acredito muito em sorte, acredito no trabalho sério e sonho, quando você tem assim determinação para realizar alguma coisa; não acho que a questão seja sorte, não. O que eu fiz, acho que qualquer um poderia ter feito, é só você traçar um plano, ver aonde quer chegar, traçar um plano e ser persistente. Graças a Deus eu tive reconhecimento desse esforço, desse trabalho, ao ponto de as pessoas gostarem, então foi algo sincero, nunca tive que pagar jabá para rádio, demo... Quando a gravadora chegou para gravar o disco com a gente, já tínhamos a música na cena underground trabalhada, até na Argentina, eu fui pra fora antes de ter gravadora e tudo. A projeção maior se deu aqui no Brasil por conta da gravadora porque teve assessoria de imprensa, é óbvio, tem todo um respaldo, os caras que ajudam, foi importante, eu acho, mas o trabalho de base já estava feito. Com a gravadora ficou melhor ainda. Mas assim, por exemplo, eu saí da gravadora e agora a gente fez um disco de qualidade tão boa quanto e estamos saindo agora, voltando para a estrada para trabalhar ele.

Bloga: Esse Sente o Som então é independente?

Aline: Sim, esse é 100% independente.

Bloga: A opção de ser independente foi uma escolha fundamentada em quê? Tem mais espaço, a coisa dá mais liberdade, por que a escolha da independência? Como é que está o acesso hoje às grandes gravadoras?

Aline: Acho que o artista não depende da gravadora, ela que depende da gente hoje em dia. Então, na real, já vem de uma crise fonográfica, de, sei lá, uns anos pra cá, ao ponto de, hoje em dia, a maioria das gravadoras chegou num nível que elas próprias assinam contrato com um artista que já chega com um trabalho pronto, produz lá... Alanis Morissette está gravando um disco na casa dela... Ela deve ter uma gravadora que vai fazer o quê? Possivelmente a distribuição. Então, hoje em dia essa independência que democratizou a música se dá primeiro pelo acesso ao conhecimento, à informação, aos softwares que você vai lá e resolve, faz, não precisa ter um puta de um estúdio para fazer uma coisa. Você tem o conhecimento, vai num estúdio bom e faz um trabalho bom, vendável. Isso e a questão da internet, para download, tudo, isso quebrou onde eles mais ganhavam que era na venda do disco, mas o artista sempre ganhou com show. Então, mesmo antes, o artista ganhava com show. Então eu acho que a questão ser ou não independente... A gravadora que eu estava, a Deckdisc, é uma gravadora independente, é a maior independente do Brasil, mas é independente também, foi um selo que me ajudou muito, que investiu no meu trabalho, num nível que talvez eu sozinha não conseguiria na época, mas assim, tudo bem, fez o trabalho, deu o prazo do contrato. Se tivesse uma outra gravadora, uma Sony, os caras investem nervoso também. Isso não é a garantia de nada, seu trabalho tem que ser sincero, bem feito e as pessoas que vão dizer se gostam ou não. O reconhecimento que eu tive foi sincero desde o início, desde antes de tudo. E agora é manter, investir para crescer cada vez mais. Isso não depende de gravadora.

Sente o Som, de 2014: independente
Bloga: Como é que está o espaço para você tocar, se apresentar? Está bom, acessível, ou tem que batalhar muito, como é que está o cenário hoje para vocês apresentarem o que estão fazendo, além da internet, para tocar mesmo, shows...

Aline: Eu tenho sentido até uma coisa de todos, todos os artistas que eu conheço, não só do reggae, eles têm falado que agora o apoio à cultura está muito mais nessa coisa de [Lei] Rouanet, as oportunidades estão vindo muito mais a partir dessa forma, de governo...

Bloga: Incentivo cultural...

Aline: Isso, desses incentivos culturais, muito mais do que da iniciativa privada, talvez porque ela esteja necessitando de um apoio nesse aspecto. Os caras de casas também estão investindo menos, eu acho. Não sei se isso é uma questão de imposto, enfim, falta de incentivo para eles, mas o que eu vejo são grandes artistas atrás da Lei Rouanet, por exemplo, a Vanessa da Mata, você vê gente que é nome de peso mesmo, Bebel Gilberto, é um pessoal que não está atrás de fazer o próprio disco em casa, não. Estão atrás de incentivo cultural. Eu,  no caso,  não tive nada disso, a gente fez independente mesmo, por uma questão de não ter outra opção também: é isso ou isso,  então vamos. O importante é fazer, nunca parar.

Bloga: Você já frequentava esse meio? Por que você optou pelo reggae, quais são as suas influências. Quando você se tocou que queria ser cantora foi pelo reggae mesmo, direto?

Aline: Quando eu comecei a escrever minhas músicas, eu percebia que elas tinham sempre essa característica mais positiva, toda uma linguagem que cabia, eu já estava curtindo [o estilo], sempre ouvia desde 13, 14 anos reggae, hip hop, ouvia muito blues também, mas, por exemplo, o blues precisa, para ser bom, tem que ter uma dor verdadeira e eu não tinha, eu tinha mais alegria a passar e a dizer às pessoas...

Bloga: Uma coisa mais iluminada...

Aline: Né? De superar, encarar os desafios e vencer, esse tipo de mensagem positiva. Eu achei que era muito mais cabível a minha música dentro desse universo que sempre foi minha paixão também. O reggae me escolheu, eu escolhi o reggae. Foi uma escolha mútua na parte criativa, mas eu não me restringi a isso. Como eu sempre ouvi muitas outras coisas, desde pequena, não me limitei a fazer só isso aqui. Imagina, a música é rica e a liberdade criativa é o mais importante. Eu sempre deixei o reggae se misturar com outras influências que eu tinha, de R&B, de hip hop, jazz...  Mas agora o jazz é algo relativamente novo na minha vida musical. Tem acho que cinco anos que eu esteja ouvindo e consumindo mesmo [o jazz]. Até então era muito mais reggae, hip hop, R&B e blues muito. Agora tenho essa nova informação que acaba caindo um pouquinho, aí eu fui lá e temperei um pouquinho o segundo disco.

Bloga: Você está fazendo então uma mescla, você quer criar a sua própria linguagem...

Aline: Eu acho importante a gente se desenvolver, crescer, porque eu não faço música de forma mecânica, industrial... Realmente tem minha alma, meu coração ali, tem que ser sincero, vai partir da minha vida, das minhas experiências, do que eu estou consumindo de verdade.

Bloga: E nessa linha mesmo: você é compositora, que recado você quer dar com a sua arte, com suas músicas, o que você quer transmitir com as suas letras?

Aline: Emocionar as pessoas. Acho que tem música que é para dançar, tem música que é para pensar, mas acima de qualquer coisa acho que é emocionar as pessoas para que elas sintam a própria dimensão... Eu sinto a minha dimensão enquanto um ser humano, eu sinto ela profunda e, se através da minha vivência, da minha música eu puder fazer com que as pessoas se aprofundem nela, nos sentimentos, nas emoções que elas cresçam, ganhem alguma coisa, levem alguma coisa de positivo com isso... Sempre positivo, jamais faria uma música para deixar uma pessoa mal, que passasse uma mensagem negativa qualquer, em relação a ela ou ao mundo. Não, sempre com o olhar otimista, eu acho. Otimista, profundo e que as pessoas levem alguma coisa de emocionante para elas na vida.

Lance de Aline é emocionar as pessoas  (foto: Allan Oliveira)

Bloga: Como é que você está vendo o momento atual, a gente está aí numa situação política e econômica um pouco conturbada, tiveram os vários protestos em 2013, a coisa que está se dando na sequência... Você acha que está tendo um espaço para você vir com esse recado mais positivo, de sensibilizar as pessoas. Acha que é possível você esquecer um pouco a vida comum e pensar em coisas mais positivas?

Aline: Eu acho que cada um fala do ponto de vista, acho que, em meio ao caos a gente pode escolher tanto uma visão pessimista quanto uma otimista e não é porque a gente tem uma visão otimista que a gente deixa de lutar pelos direitos, se aliena... Jamais. Inclusive tem muita gente que acha que faz uma música de protesto e está se alienando, não está com profundidade naquilo que diz. Mas eu sou terminantemente contra qualquer discurso de ódio, começa por aí. Estou dizendo isso em relação a toda essa situação política que a gente está vivendo. Nunca acho que o discurso de ódio vai levar a alguma coisa boa, definitivamente. Acho que a gente tem que encarar, sim, a realidade, modificar o que está ruim, mas sempre com essa visão otimista, sempre com respeito, sempre com amor, é uma resistência pacífica, jamais algo agressivo; não acredito nessas coisas de ódio que alguns estão pregando, seja em entrevista, seja em música, não é, definitivamente, a minha posição. Talvez hoje, especificamente, com esse disco, eu não queira comprometê-lo com nenhuma situação neste momento, quero deixar a obra livre para ser o que ela é, mas nada me impede, inclusive, eu estou vivendo isso, é possível que isso ecoe dentro de mim a ponto que, criativamente eu vá falar sobre, como eu falei no primeiro disco; esse clima de revolta já previ no primeiro disco. Vai ter uma hora que as pessoas vão se mobilizar diante de tanta impunidade, de tanta desonestidade, eu já falei isso em “Bem-vindo à Selva”, primeira música do primeiro disco, cinco, seis anos atrás. E agora eu defini... passei por um momento que quis deixar isso um pouco livre. Mas eu estou vivendo isso, estou vendo tudo isso, é muito possível, uma vez que eu falo da minha vida, das minhas experiências nas minhas músicas, eu não estou de olhos fechados a tudo isso que está acontecendo, então é possível que no próximo disco a gente tenha alguma coisa um pouco mais politizada, talvez. Mas não como regra, eu posso me expressar de ‘n’ formas, mesmo que não seja através da minha música, talvez seja mais efetivo eu ir numa manifestação atrás daqueles direitos. A música tem um poder, é claro, mas talvez em não tenha que a usar nesse momento.




Bloga: Há poucas mulheres nessa cena de reggae. Como é que você se vê, teve alguma dificuldade de se colocar. Acha que isso aí pesou ou foi tranquilo, não sentiu nada de preconceito, resistência do meio?

Aline: Preconceito sempre há. Acho que a forma como a gente lida com ele, se você se vitimizar diante do preconceito que você for receber... Você viu que passa a vida toda sofrendo preconceitos. Na hora que você ignora ele e simplesmente continua focada no crescimento,  no que você acredita, isso não te afeta mais; não que não te afete... Não te segura, pode até te atingir, mas não vai te impedir de crescimento algum. Eu acredito nisso. Em alguns momentos acho que isso foi um grande diferencial – o fato de ter poucas mulheres – e, em alguns momentos, só no começo, acho que as pessoas não estavam acostumadas. Acho que tem muitas artistas mulheres em todos os estilos de música. Então não teria por que ter uma restrição do publico. No reggae talvez os mais ortodoxos possam ter alguma restrição, mas nem é meu foco, nem é meu público alvo, então não precisei me preocupar com isso, não me intimidei. Acho que para mim, na verdade, foi muito mais positivo o fato de ter poucas mulheres porque isso foi um diferencial, mas é porque a minha visão é otimista.

Bloga: Fazendo um balanço de sua carreira, desse tempo todo, os discos, como é que você avalia sua trajetória até agora e o que está projetando daqui para a frente?

Aline: A minha visão é de que eu sou uma artista em crescimento. Eu tenho pelo menos o respeito e o reconhecimento do meu trabalho no meio em que eu atuo, graças a Deus eu tenho. Então é continuar trabalhando para manter isso e cada vez mais ampliar o meu trabalho, ampliar o reconhecimento das pessoas diante dele, enfim, conquistar cada vez mais fãs, acho que até fora do meu meio... Eu me vejo como uma artista em crescimento.

Bloga: Você imaginava que teria essa projeção, porque você está cercada de pessoas de peso, até o pessoal do Paralamas, o Bunny...

Aline: Eu acredito muito nos sonhos, em torná-los realidade, acredito muito nisso, e foi no momento em que eu acreditei que eu poderia ter o Black Alien cantando uma música minha [“Pra Quem Jah Olha”], na demo! E eu fiz o que estava ao meu alcance para conquistar aquilo e chegou que ele participou mesmo de meu disco e ainda de quebra ainda Paralamas e um monte de gente maneira. Acho que é você acreditar no teu sonho e ter um plano e uma estratégia para isso. Fé, você tem uma estratégia, mas acima de tudo é fé, em você e em Deus, as duas coisas que acho que são primordiais e eu sempre tive isso, talvez eu sempre soubesse que eu fosse chegar aonde eu queria chegar. Fé no meu trabalho, nas pessoas que estavam ao meu lado, porque sempre procuro trabalhar com as melhores pessoas, os melhores músicos, procuro ser o meu melhor. Sempre acreditei em mim, em minha equipe e, acima de tudo, em Deus. Então tive meu sonho, segui em frente e as coisas aconteceram até um pouco mais do que eu tinha previsto, mas aconteceram porque em algum momento eu as concebi em minha mente.



Bloga: Jah está olhando para você, fazendo um trocadilho com a sua música, “Pra Quem Jah Olha”...

Aline: É.

Links

Página de Aline Duran no Facebook

Site oficial de Aline Duran

Clipe de "Sente o Som":




   

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