O Barquinho Cultural

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sexta-feira, 26 de junho de 2009

Dois mitos que se vão


Hoje morreram dois dos principais ícones de minha adolescência. Michael Jackson ainda tem outro significado, o de estar em meu processo de metropolização. Explico. Até os 9 anos de idade, eu vivi na região do ABC, onde nasci, e, naquela época, isso era quase interior. Não tinha conhecimento de nem acesso a símbolos da "civilização", como coca-cola, hambúrguer, trânsito, apartamento. Em 1970, com a mudança para o bairro do Ipiranga, na capital paulista, porque meu pai comprou uma loja, passei a conhecer esse universo. A loja de meu pai vendia artigos de papelaria e também discos e, assim, conheci o Jackson Five (foto, da AE), do qual a voz era o Michael, um piralho só 3 anos mais velho que eu. Não vou negar: adorava, e, sabe como são essas coisas, me sentia capaz de tornar-me também um ídolo, já que ele, tão pequeno quanto eu, o era. Essa fase do Michael é muito legal. Ele tão pequeno, cantando e dançando muito mais que seus irmãos grandões. Foi também por meio deles que tomei conhecimento da música black (era um termo genérico para música feita por negros, geralmente da gravadora americana Motown) - Tim Maia eu só viria a conhecer bem depois, em 1975. Depois, voltamos para Santo André, a loja foi passada para a frente, e a carreira do Michael e dos Jacksons só acompanhava esporadicamente, se via na TV ou ouvia no rádio. Até que em 1979, aos meus 18 anos, ele aparece com Off The Wall e a canção Don't Stop 'til You Get Enough, uma roupagem diferente para o soul, e fora o figurino, copiado à exaustão por dez entre dez negros nas danceterias. E em 1982 Thriller arrebentou. Aí só dava ele. Eu nunca comprei um disco dele. Na loja de meu pai tinham uns compactos de Ben, I'll Be There e outros que trouxemos para casa quando ela foi vendida e cujo destino não sei. E recentemente baixei uma coletânea na internet, mas ouço pouco. Isso porque não fui necessariamente um fã da fase adulta dele, mas veja que é um cara que fez um estrondoso barulho em uma fase de minha vida que a gente cultiva mitos, e certamente o sucesso que ele fazia mexia com a nossa imaginação. E ver o cara ir embora assim, depois de tudo que se falou sobre ele, de tudo que aconteceu com seu corpo, derruba um pouco o mito, que é tão normal e cheio de defeitos como qualquer outro.




Agora, falar em imaginário, a atriz Farrah Fawcett, que também morreu hoje, essa povoava a minha mente, na época de meus 14, 15 anos, de maneira diferente. Uma das integrantes do trio do seriado As Panteras, Farraw era a loira, olhos azuis, cabelão armado... Nem era minha pantera preferida, eu gostava mais da Kate Jackson, à da direita aí na foto da Reuters. Mas é claro que a loira mexia com minha cabecinha púbere. O seriado era muito chato, como todas as séries daquela época (exceto a do Kung fu, que, por sinal, o ator principal morreu também recentemente): muita marmelada, enredos cheios de buracos, efeitos especiais risíveis. Mas ver as três beldades em situações de perigo, se safando às vezes no minuto final, instigava a imaginação, porque a gente se colocava na cena e ficava querendo ajudá-las, ao mesmo tempo que queria estar em perigo para ser socorrido por elas. Enfim vão-se dois ícones de minha adolescência, e isso me preocupa, porque daqui a pouco vou ficar sem ídolos. Mas será que ainda preciso de um?

2 comentários:

Vivi disse...

Boga, confessa que você dançava igualzinho ele...
beijos

Carlos Mercuri disse...

Rs. Vc não sabe? Faço o moonwalk perfeitinho... Bj