O Barquinho Cultural

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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O espírito de uma nação

Não sou crítico de cinema, nem literário, nem teatral, tampouco comentarista político, econômico ou de qualquer outra área. Sou apenas um editor que tenta fazer bem seu trabalho e que tem curiosidade pelas coisas, como todo jornalista tem de ser. Esse blogue foi criado para expor minhas impressões sobre as coisas que me passam diante dos olhos, uma maneira de ter um registro dos meus pensamentos, dividindo essas impressões com quem porventura venha a ler esse site, possibilitando uma troca de ideias. Então não sei analisar quando um filme que assisto tem qualidades técnicas ou artísticas "x" ou "y". Até poderia arriscar tecer algum comentário nesse sentido, acho que talento para tal todos temos, pois senso crítico é artigo comum em mentes que pensam. Bem, depois desse narigão de cera vamos ao que interessa. Assisti a "Invictus" nesse fim de semana. O filme, dirigido por Clint Eastwood, trata do trabalho do então presidente da África do Sul Nelson Mandela (Morgan Freeman) de tentar unificar o país por meio da canalização das paixões para o time local de rúgbi, torcendo para sua vitória no campeonato mundial da modalidade em 1995. Para isso ele leva sua experiência de tenacidade, tolerância, capacidade de perdoar e de liderança ao capitão do time, François Pienaar (Matt Damon), que acaba levantando o moral da equipe, superando o ainda presente preconceito e levando-os à vitória, após dura partida contra os maoris da Nova Zelândia. Bem, não vou ser condenscendente. O filme tem falhas, a principal dela é o tom piegas e triunfante dado, o que o deixa até um pouco panfletário. Mas, como não sou crítico, como disse, me deixo levar pela emoção e destaco o excelente trabalho de ator de Freeman, encarnando de fato Mandela, um personagem complexo e emblemático. Damon também se sai muito bem e transmite emoção, se bem que pouco se vê das nunces de seu trabalho de liderança. O pano de fundo são os primeiros anos de administração de Mandela, que dão uma ideia mas não aprofunda muito as questões fundamentais da transição do apartheid para o regime de convivência sem hostilidades. Há, claro, cenas que dão uma ideia de como eram as coisas, mas senti falta de uma abordagem mais detalhada. O importante é que o filme traz à cena essa figura importante na nossa história, que deve ser conhecida por todos. Agora, se houve alguma estratégia por conta da Copa do Mundo, a ser realizada na África do Sul este ano, não sei. Pode ser exagero de minha parte.

Outra reflexão que o filme me traz é sobre a importância do esporte para grandes parcelas da humanidade. Eu, como todos que me conhecem sabem, não me ligo muito em futebol e outras modalidades esportivas. Sigo a Copa do Mundo por uma questão de espírito coletivo, talvez patriotismo. Mas não entendo nada de regras, jogadas, os termos específicos, nada. Só tenho vaga ideia. Quando tinha de fazer plantão na editoria de Esportes no Diário do Grande ABC sofria, passava apuros, mas no final a matéria saía, pois, afinal, sou pago para isso. Mas chega a me surpreender como esse negócio empolga multidões, gera paixões exacerbadas, move até vidas, além de ser um empreendimento muito lucrativo. Mas tudo isso para mim é mistério, pois não tenho dentro de mim o sentimento de amor que invade um torcedor e que o faz agir como um alucinado a cada movimento de seu time de coração. Por isso me tocou como um país inteiro mobilizou-se para levar seu time adiante e vê-lo conquistar a taça. E Mandela sabia disso e viu aí uma forma de levar adiante seu projeto de unificar o país, superando o odioso preconceito que por anos perdurou no país. Assim vejo como esse tal de esporte é coisa séria, mas daí a eu sair torcendo e indo a estádios tem um longo caminho, talvez nem queira dar o primeiro passo. No entanto, ganha meu respeito. 

2 comentários:

Isabel Cristina disse...

Ôpa, valeu pela dica, meu querido!!!
O filme já está nas telas então, quem sabe consiga ir, semana passada já quebrei, não fui no cinema, e acho que nesta complicou.
Sou apaixonada pelos três (atores),se bem que depois que in-corporei o amor por mim mesma, ando apaixonadapor tudo e por todos... haha. Mas vamos ao que interessa, não gostava muto de futebol e aprendí a gostar com Gabriel e até escolher o time, e realizei um sonho de ver "meu" time jogar e ganhar em sua casa, e amei (hehe), aí entendo o que é essa paixão nacional que leva muita gente ao delírio, cara!!! Depois que tu estás lá dentro e faz parte da massa, voce literalmente esquece do mundo lá fora, bem foi um sonho realizado, não digo que nunca mais irei, mas se oportunidade aparecer, vou de novo. Engraçado como um assunto leva a outro... rs. Depois te conto se assistí o filme e o que achei...
Abraço forte!!!

Fernanda disse...

Bom... imagino que sendo um filme do Clint Eastwood, eu vou amar, tendo ele negligenciado fatos importantes ou não... Mas deixo aqui uma dica para que você assista a "Amor sem escalas", cujo nome original é "Up in the air"... Deveria ter sido traduzido para algo como "Nas nuvens", mas acabaram dando esse nome piegas a um filme que reflete muito de muitas vidas... Vale a pena... eu adorei, talvez por ter me identificado muito... não com a mulher, mas com o homem em foco... É interessante, vale a pena!! Beijos!!