O Barquinho Cultural

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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Os cinco de Balibó

Assisti neste sábado, 23, ao filme Balibó, de Robert Connolly, integrante da 34ª Mostra Internacional de cinema. O filme conta a história do assassinato de cinco jornalistas - dois britânicos, um neozelandês e dois australianos, a serviço de dois canais de TV australianos - que estavam em Balibó cobrindo o conflito entre as forças do Fretilin - movimento de independência do Timor Leste - e os militares da Indonésia, que logo em seguida invadiriam e dominariam o pequeno país por 25 anos. Com o desaparecimento dos jornalistas, o então ministro de Relações Exteriores e futuro presidente e prêmio Nobel da Paz José-Ramos Horta (Oscar Isaac) contata o jornalista australiano Roger East (Anthony LaPaglia) pedindo que ele investigue o que houve com os jornalistas e conte a história de seu país. Relutante em princípio, East acaba assumindo a tarefa e se envolve na história, indo até as últimas consequências, não apenas como repórter. É um filme impactante, forte, e que aborda uma questão que não é vista com frequência nos jornais.  Impressionou-me muito, porque, apesar de que, quando trabalhava no PT, dar sempre notícias sobre o Timor, não tinha noção do alcance do conflito. Os acontecimentos narrados expõem a crueldade das forças indonésias, longe de respeitar os preceitos da Convenção de Genebra. A morte dos jornalistas foi durante todo esse tempo atribuída pelos invasores como fruto do fogo cruzado entre o Fretilin e os militares, ou seja, morreram por culpa deles mesmo. Investigações posteriores trouxeram à luz a verdade: foram barbaramente assassinados, sem razão aparente. Claro, quando se trata de guerra não podem surpreender histórias como essa, mas o filme consegue levantar a questão para que não se banalizem os crimes de guerra, assim como não se pode banalizar nenhum tipo de violência. Foi um filme difícil de se ver, que duvido que entre em circuito comercial depois da mostra.

Paul, a maratona - Poxa, como tem gente com dinheiro neste país! Os shows do Paul McCartney, dias 7 de novembro em Porto Alegre e 21 e 22 em São Paulo, tiveram os ingressos esgotados praticamente no mesmo dia em que foram postos à venda na internet e nas bilheterias. Eu entrei no site do ingresso.com à 0h38 do dia 15 de outubro e, apesar de as vendas terem começado à meia-noite, já não havia mais bilhetes para a pista premium, que custava R$ 700! Tentei de manhã pelo telefone, e só caía a ligação em todas as tentativas. A compra no site era para quem possui cartões Visa e American Express, porque o Bradesco está patrocinando o evento. Então na segunda, 18, fui na porta do estádio do Pacaembu, onde estava havendo a venda geral. Mas havia uma fila que ia da praça Charles Miler à bilheteria do tobogã, mais de um quilômetro adiante, acho, pode até ser mais. Desisti, pois não podia perder horas de sono ali, e ouvi no rádio relatos de gente que estava na fila havia oito horas e nem estava perto do guichê. À noite, soube que haveria show também no dia 22 - até então era certo que haveria apresentação apenas no domingo. Fui correndo ao site e, surpresa, não tinha mais disponibilidade de pista premium, de R$ 700!! Como tem gente abonada nesse mundo, viu. Acabei optando pela pista comum, sujeito a ser espremido por hordas de fãs alucinados como eu. Bem, pelo menos estarei nessa terceira visita do Paul, já que, por sei lá que motivos, não me lembro mais, não fui na segunda. A primeira, claro, foi inesquecível. Confesso que Macca não é meu beatle preferido, antes dele vêm, nessa ordem, John Lennon e George Harrison, mas é um beatle, e é um cara muito eficiente, bom melodista e, bem, vai tocar muitas músicas dos Fab Four, o que me garante a diversão.

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