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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Denarc: dois pesos e duas medidas?

Diferença da ação do departamento na Cracolândia e na região da avenida Paulista põe em dúvida prioridades do órgão

Por Carlos Mercuri

Crédito da foto: Prefeitura Municipal de São Paulo
O Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Tráfico de Drogas (Denarc) parece que age com dois pesos e duas medidas, quando se trata de cumprir seu dever. Recentemente, uma operação secreta desse departamento do governo do Estado de São Paulo, a pretexto de procurar traficantes – entre os quais policiais civis suspeitos -, entrou com tudo na região da Cracolândia, com gás lacrimogêneo e balas de borracha, pondo em risco o programa De Braços Abertos, uma iniciativa da Prefeitura de São Paulo de abordagem mais humana do problema dos dependentes químicos que vivem na área.
Agora, após reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo” do último domingo (16) apontar a venda livre e a céu aberto de inúmeros tipos de entorpecentes na região da avenida Paulista, o mesmo Denarc, questionado pelo jornal, sai-se com a burocrática resposta de que o tráfico na área já estava sendo investigado e “a reportagem vai contribuir com nosso trabalho” (palavras da diretora do departamento, Elaine Biasoli).
Longe de defender uma atuação estrondosa da Polícia, é fato que a abordagem nos dois casos tem bastante diferença. Os dependentes da Cracolândia e os consumidores da rua Peixoto Gomide, frequentadores das baladas da região, têm perfis muito diferentes também. Talvez resida aí o tratamento diverso em cada caso. De qualquer forma, o Denarc parece cumprir mais uma parte do que seu nome diz do que a outra: repressão de mais e prevenção de menos, conforme o público-alvo.
(Publicado no SPressoSP em 17/02/14)

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