O Barquinho Cultural

O Barquinho Cultural
Agora, o Blog por Bloga e O Barquinho Cultural são parceiros. Compartilhamento de conteúdos, colaboração mútua, dicas e trocas de figurinhas serão as vantagens
dessa sintonia. Ganham todos: criadores, leitores/ouvintes, nós e vocês. É só clicar no barquinho aí em cima que te levamos para uma viagem para o mundo cultural

domingo, 12 de julho de 2009

Em busca da Rosa

Tive uma grande amiga no primeiro ano do então segundo grau, há mais de 30 anos. Era amiga e confidente, cada um de nós, em sua doce e tenra adolescência, relatando ao outro as paixões e as dificuldades de as expressar e exercer. Eu gostava de uma menina da classe, mas a timidez não deixava eu fazê-la saber disso. Já minha amiga, de nome Rosa, tinha uma veneração mais, digamos, impossível: ela era doida por um cantor de sucesso à época, Glen Michael. Creio que poucos se lembrem dele, um brasileiro que tinha nome artístico e cantava em inglês, comum na época. Tem o áudio de seus principais sucessos no Youtube (imagem não). Além de falarmos sobre nossos amores, conversávamos sobre a vida, nossa visão tão espinhosa da vida. Tímidos ambos, a gente meio que se solidarizava um com o outro e éramos cúmplices recíprocos dos vacilos que cometíamos. Um dia Rosa deixou a classe da tarde, pois precisou trabalhar e transferiu-se para a noite. Deixamos de nos ver, mas passamos a nos corresponder com frequência. Cartas longas, com reflexões sobre o mundo e juras de amizade eterna. Em uma dessas cartas, a menina perguntou se nossa amizade venceria o tempo e o espaço. Não sei. Deixamos de nos escrever depois de algum tempo, não me lembro por quê. Mas eu jamais a esqueci. E neste domingo, lembrando dela, resolvi pegar as cartas, que guardo até hoje, e li algumas. E meu deu vontade de fazer algo que há tempos venho adiando. Um dia, procurei por seu nome no Google. Encontrei um de minha cidade, mas que tinha um sobrenome a mais. Julguei que se tratava do nome de casada que ela estaria adotando. Anotei esse número mas nunca tive coragem de ligar. Pois liguei neste domingo. Uma voz grave de homem atendeu. Depois de confirmar que ali residia uma Rosa, quis saber de quem e do que se tratava. Expliquei e ela chamou a esposa. A voz lembrou-me a dela, mas não posso ter certeza. Depois de explicar meu propósito, perguntei se ela havia estudado em tal escola em 1977. Frustração: ela disse que não se lembrava, fazia muito tempo. Estranhei: como alguém pode se esquecer onde estudou o colegial? Achei que ela não quis estender o papo para o marido não arrumar encrenca. Bem, vendo a pouca disposição dela, acreditei que não se trata da mesma Rosa. Estaca zero. Mas eu não pretendo desistir. Quero encontrar essa Rosa, porque uma amizade como a nossa não deveria sucumbir. E também gostaria muito de resgatar um pouco do jovem que eu fui, porque lá está a raiz de muito do que sou hoje e que tento compreender. Portanto, amiga, eu vou lhe encontrar.
PS.: Localizei outra amiga da classe, essa foi fácil. Liguei. A moça não se lembra de mim. Chato. Será que só eu guardo esse tipo de recordação?


No sábado fui ao cinema assistir a A Era do Gelo 3 em 3D. Diverti-me muito, principalmente porque a tecnologia 3D surpreendeu-me já na primeira vez que vi, lá pelos meus 17, 18 anos. A animação faz uma mistura de eras, a do gelo propriamente e a dos dinos, estes habitando o subterrâneo do mundo dos nossos heróis. Apesar de engraçado, o filme peca por exceder em algumas situações, como fazer o esquilo, agora às voltas com uma fêmea disputando seu avelã, aparecer em cena o tempo todo e com traquinagens que beiram o exagero. Fora isso, há beleza demais nos desenhos, o que o 3D ressalta e engrandece. Há bastante ação, clímax bem elaborados e perfeição em tudo. É uma superprodução que vale a pena, sim, ver.

Nenhum comentário: