O Barquinho Cultural

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segunda-feira, 12 de abril de 2010

Um domingo de ócio total

Nossa, que domingo tive! Fiquei ele todo praticamente na cama, só levantei poucas vezes para as refeições, banheiro, essas coisas. No mais, TV, sono, filminho, internetadas. Pior é que acordei muito cedo, por volta de 8h, e assisti ao programa rural da Globo. Depois, Inezita e Boldrin na Cultura. Gosto desses programas que tocam músicas regionais, nada a ver com esses sertanejos de hoje - nada contra, até ouço, e algumas são até bem feitas, mas a música caipira é, no meu ponto de vista, muito boa. Teve show da Central Scrutinizer no Centro Cultural São Paulo, mas não fui; era às 18h, e acordei às 16h morrendo de preguiça de sair. Também não fui na festa de lançamento da Devassa, sexta, em Jundiaí. Sábado churrasqueei com a família, depois de andar pelo shopping resolvendo problemas de celulares e impressoras, rs... Sexta Isabela voltou pra casa dela. Foi um sufoco no aeroporto de Congonhas. Chegamos uma hora antes da saída do avião, como recomenda a companhia. Mas a fila estava imensa e bateu o desespero de perder o voo. Felizmente deu tempo, na correria. Mas aprendi a lição: estar no check in pelo menos com hora e meia de antecedência, porque o que se anda de avião hoje não é brincadeira. Aliás, estacionar lá está cada vez pior, um estacionamento tão grande e sempre cheio. Pois é, parece que a crise está mesmo passando longe daqui. Bem, voltando ao domingo. Assisti a um filminho em DVD meio bobinho, mas, sei lá, devia estar carente, e me emocionei muito. Chama-se Sete Vidas, com Will Smith como principal personagem. Ele sofreu um acidente tempos atrás que causou a morte de sete pessoas, porque foi ver recado no celular enquanto dirigia e não viu seu carro ir em direção a uma van cheia de gente. Sua mulher também morre no desastre. Aí sabemos que ele é agente fiscal da Receita e escolhe sete pessoas que estão com dificuldades para ajudá-las de alguma maneira. É um modo de ele compensar as sete vidas que fez ceifar. Ele acaba se apaixonando por uma de suas beneficiadas e o que ele faz por ela é realmente comovente, apesar de a crítica ter achado um tanto piegas. Sei lá, esses críticos é que são meio piegas às vezes. Claro, é um filme feito mesmo para comover, é do mesmo diretor de À Procura da Felicidade, com o mesmo Smith (Gabriele Muccino), mas gosto de filmes assim, me comovo e dane-se se pareço babaca. Estava, porém, especialmente sensível este domingo e o desprendimento do cara, apesar de fruto de um remorso imenso, me deixou pensativo. Faria eu algo assim por pessoas que nem sequer conheço, apenas porque elas merecem? Outra coisa, precisa de uma  motivação forte assim (expiar uma culpa) para se fazer o bem às pessoas? Tem uma cena em que ele doa medula óssea a um garotinho com câncer que é muito forte. A extração é feita sem anestesia e a dor é muito bem representada por Smith, bem como a hora que ele comete o suicídio (não estou estragando o prazer de ninguém porque o filme começa com ele anunciando que vai se matar), de uma forma assustadora. Eu acho que só as boas interpretações valem o filme, apesar de ser um tanto arrastado, lento, de não promover o crescendo necessário para esperarmos ansiosamente pelo clímax. Acabei de vê-lo com um certo espírito de solidariedade e me achando pouco empenhado em ajudar quem precise. E a gente vê na TV esse desastre que houve no Rio e fica comovido, revoltado, mas faz o quê? Depois de notícias de que muitas doações não chegaram ao Haiti dá mais raiva ainda, vontade de mandar tudo para aquele lugar. Sabe, tem dias que sinto muita raiva da humanidade, apesar de que generalizar não é boa ideia. Mas egoísmo e individualismo são pragas que vicejam por aí, e sacanagem com os outros, mais ainda. Assusta-me muito isso aí. A gente precisa de uma boa crosta grossa nas costas para poder sobreviver nessa selva, e também de tolerância, senão sai brigando toda hora. Depois do filme, papeei um pouco no MSN e dormi gostoso até cerca de 17h, já no final do jogo Santos 3 x São Paulo 2. Meu cunhado e sobrinho tricolores devem estar putos... Vi Faustão, cheio de celebridades desfilando demagogia com a desgraça alheia e depois Fantástico, que trouxe cenas de um resgate no morro do Bumba, em Niterói (RJ). É impressionante como a Globo consegue essas coisas: em plenas operações arriscadíssimas no local da tragédia, mete uma equipe toda lá. Não sei se outras emissoras também puderam acompanhar o resgate do homem. Lembrou-me demais do filme A Montanha dos Sete Abutres, com Kirk Douglas, guardadas as devidas diferenças, quer dizer, não estou dizendo que, tal qual o personagem de Kirk, um jornalista inescrupuloso, a Globo esteja explorando a desgraça alheia; só me encano um pouco por certa exclusividade que ela muitas coisas consegue, à custa sabe-se de que expediente. Mas, se for esforço de reportagem, como parece que é, parabéns a ela, como sempre. Terminado o show da vida, fui trabalhar, esperando que esta seja uma semana boa e de realizações. O bom é que o próximo final de semana já está garantido. Depois eu conto.

5 comentários:

Edu M disse...

No fundo vc perdeu a conta de quantas pessoas teria de ajudar nao é não?

Isabel Cristina disse...

Amigo, sempre leio suas postagens e sendo 100% sincera, às vezes dá raiva do que escreve, que fico questionando em mim o por quê! Depois reflito e com o coração venho aqui comentar, pois encontro um momento de exercitar a democracia, pontos de vista e tals, melhor seria se pessoalmente, e mesmo com a internet vamos praticando a amizade, que ora nos afasta ora nos aproxima. E algumas das suas “aventuras”, dá margem a uma viagem interior.
Oxalá!!! Como sou grata aos filmes "piegas", tiro meu chapéu para esses escritores, produtores, enfim... Esses filmes nos mostram o quanto podemos fazer coisas sim, mesmo que individualmente (egoísmo é praga sim, mas individualismo está muito longe de o ser), o que temos de bom dentro da gente, sei de histórias que um simples bom dia, um simples sorriso salvou vidas...
Não dá pra estar lá no Rio salvando pessoas, porém dá pra doar objetos escondidos dentro da gaveta? Sim.
Os destinatários vão receber? Não sei.
Quem atravessou e não entregou? Não sei.
Vítima também? Sim!
Pior que de si mesmo, do vilão escondido dentro, com certeza!!!
E a globo, bem a globo é inescrupulosa SIM!
E “tadinhos” (me lembra o monstro da Boo, que adoro!) da equipe de jornalismo que faz a tal matéria, porque não passa de uma matéria escancarando a dor do outro (tragédias é o que dá mais Ibope, isso é fato! E é só o que eles querem, SIM!), e é nesta mesma emissora que passa o tal domingão do Faustão e BBBs o show da vida (tragédia das pessoas)e tem as tais novelas; e tantos dizem assistir para ter o que falar o que conversar, afe!!!
Prefiro ficar em silêncio então!!! Pra mim tudo contradição, a mesma que levamos dentro. Me faz lembrar a propaganda na Net re-tratando os "gatos" feitos pelas pessoas de "bom" coração, acho muito inteligente algumas propagandas...
Outro dia li um post de um amigo falando sobre os filmes a respeito da vida de Jesus que são exibidos durante a sexta-feira Santa e que a principio ele sentia revolta e aí refletindo acabou achando legal isso, filmes que, em algum lugar do planeta toca o coração, ao menos de uma pessoa que seja, para lembrar quem foi Jesus “O Cristo” e qual sua intenção. E com certeza a intenção dele foi de que as pessoas não o idolatrassem morto em uma cruz e sim que levassem adiante a mensagem de amor, paz, perdão, compaixão, solidariedade (e muito mais) que ele nos trouxe e que está enrustida dentro de todos nós, e NÓS somos o templo, a igreja, e o que fizeram? Fundaram uma instituição para terem o poder e usar e abusar da “fé” das pessoas (hoje acredito que o poder está com a mídia) e vai por aí afora e hoje tudo está caindo por terra (diga-se de passagem essa mesma terra, que é nossa mãe e anda muito revoltada...), já passamos por muitas revoluções, vivemos em guerra (algumas em nome de Deus), tá mais do que na hora de praticar a revolução da consciencia, que a princípio Individual, e prestar atenção e aprendermos a deixar o vitimismo de lado e passarmmos a ser 100% responsáveis por nós mesmos.
Acho que meu tempo por agora, acabou.

Bj-ÖM e sou muito grata pela oportunidade de colocar meus pensamentos.

Isabel Cristina disse...

Hoje lembrei de uma coisa que nunca esqueço, só esqueço ou nem sempre lembro de escrever: Te amo meu amigo e sou muito grata por ser quem voce É!!!

Bj-ÖM

Carlos Mercuri disse...

Eduardo, a solidariedade não se dimensiona nem quantifica. Como diz minha amiga Cris aí embaixo de vc, um donativo lá do fundo da gaveta já é uma ajuda e pode fazer a diferença para alguém. E, outra coisa, essas coisas não são para serem anunciadas também.

Cris, não sei por que fica com raiva do que escrevo, me esclareça uma hora, queria entender que é que lhe provoca esse sentimento. Muito apropriadas suas observações, mas acho melhor discuti-las diante de uma boa garrafa de cerva em algum botequim, que me diz? Beijos

Isabel Cristina disse...

Isso tenho que publicar, sabe que é... a parte "julgamento" que infelizmente, ainda tem seus resquícios, sente raiva e o lado "sincero", escancara... ai que raiva!!!
Mas pelo menos ganhei um convite (rs)
Pode ser sim, amigo.
Bj-ÖM