O Barquinho Cultural

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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Militância

Fui a um comício do PT sábado em Mauá. Fazia tempo não participava de um. Veio à lembrança, claro, meus tempos de militância, quando saía da faculdade e corria para o núcleo do partido de meu bairro, em Santo André, onde organizávamos a campanha. Isso foi em 1982, há muito tempo. Éramos, a maioria, estreantes na atividade política e muito românticos em nossa atuação. Nossos recursos eram escassos. Lembro que, para fazer santinhos, tínhamos uma espécie de carimbo com os  nomes dos candidatos. Carimbávamos folhas de papel e distribuíamos nas feiras e de casa em casa. Para pintar muros, a gente tinha o Hércules, rapaz de grande talento e excelente traço, que fazia cartazes e pinturas diferentes nos muros, todos com autorização dos donos. Lula concorria ao governo do Estado. Ficou em terceiro lugar, sendo eleito Franco Montoro, com Orestes Quércia de vice. Mas emplacamos o Fernando Galvanese como vereador, aliás, duas vezes, mas na segunda ele foi ser secretário de Saúde de Celso Daniel. Naquela eleição, o voto era vinculado, ou seja, o eleitor tinha que escolher todos os candidatos do mesmo partido, o que dificultava as coligações. Ainda não se votava para presidente nem para prefeito de capitais e outros municípios estratégicos. Ainda havia ditadura e a gente às vezes tinha que correr da polícia, porque atividades como panfletagem, pintura de muros, colagem de cartazes eras proibidas. Mesmo assim a gente dava um jeito, e fazíamos as atividades à noite. Por isso saía da faculdade e ia à luta. Fui a muitos outros comícios nessa minha militância. Mas este me surpreendeu pela qualidade do material. É, em 30 anos o partido cresceu, é governo há dois mandatos, governa inúmeras cidades e alguns Estados, e o dinheiro pelo jeito está farto. Um dos amigos da época da primeira campanha hoje é candidato a deputado estadual, o Carlos Grana, que, por uma dessas coisas do destino, fazia na peça A Invasão, que montamos com o grupo Tupi em 1981, o papel de um deputado, mas, na peça, um grande sacana aproveitador e corrupto. Grana não será como ele, sem dúvida. Foi bom ter ido ao comício, e até me dá vontade de militar novamente, entregar panfleto, falar com as pessoas. Vamos ver se me animo a fazer isso.

4 comentários:

isabela disse...

Também fui ao comício da Dilma ontem aqui em Cuiabá! Gostei muito do discurso dela, só acho totalmente sem nexo esse apoio ao Blairo Maggi... vê-lo falar do Lula como um "companheiro" é bem estranho! Mas, são os jogos políticos... beijos pai

Carlos Mercuri disse...

É verdade, filha, o Lula tem aparecido com cada companhia! Masd é em nome da tal governabilidade. Beijo grande.ç

Anônimo disse...

Legal estas lembranças, assisti a peça qdo vocês apresentaram no sindicato dos metalúrgicos e me lmbro de que o Ali fazia o papel do profeta.

Carlos Mercuri disse...

Que legal encontrar alguém que participou dessa atividade. Pena que vc não se identificou, gostaria muito de saber. De qualquer forma, obrigado pelo depoimento.