O Barquinho Cultural

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terça-feira, 7 de abril de 2015

O Segundo Sexo de Vanessa Bumagny


Vanessa começou a cantar em coral nos EUA (foto:  Alessandra Fratus)
“A Vanessa é uma das melhores autoras surgidas nos últimos anos.
Faz melodias muito originais e é uma poeta inspirada.
Neste terceiro CD, ela chega ao seu auge criativo, com canções que poderiam ser hits radiofônicos.”  (Zeca Baleiro, especial para o Blog por Bloga)

Neste texto, vou tentar mostrar que o grande compositor maranhense não está exagerando.

Vanessa Bumagny, paulistana, três CDs lançados, vem ganhando o respeito e a admiração do público e de pessoas insuspeitas do meio musical. Sua voz e o jeito de cantar não deixam dúvidas: ela nasceu para isso.

A voz é límpida, suave (até falando a gente se encanta com seu timbre). Às vezes, lembra Flora Purim; às vezes, Ná Ozzetti, Marisa Monte, mas tem personalidade própria, exala emoção na medida certa, sem arroubos perfeccionistas... Agradável.

As letras são delicadas como a voz. Melodias nada óbvias, arranjos criativos e produções caprichadas. Uma artista que tece com carinho sua obra, com respeito ao público e aos profissionais envolvidos.

Quando não faz ela própria a letra, entrega a parceiros de grande quilate, como Zeca Baleiro, Chico César, Luiz Tatit, ou põe melodia em poemas de Fernando Pessoa, Federico Garcia Lorca, João Cabral de Melo Neto...

Começou a cantar no coral da escola em que fazia intercâmbio na Califórnia (EUA), aos 17 anos e se descobriu cantora, música. De volta ao Brasil, foi estudar canto lírico, montou uma banda de forró, foi vocalista de Chico César, atuou como atriz do grupo teatral Os Satyros.

Em busca de novos horizontes, foi a Barcelona (Espanha), onde viveu quatro anos. Lá, formou bandas, cantou, se apresentou em Paris, participou de um disco com outros artistas brasileiros e começou a gravar seu próprio CD, que não chegou a finalizar.

Quando regressou mais uma vez ao nosso país, já bastante amadurecida como artista, gravou, em 2003, seu primeiro disco, “De Papel”, uma brincadeira com seu sobrenome. São 14 faixas, seis delas composições suas, quatro com parceiros, três poemas (de Adélia Prado, Fernando Pessoa e Garcia Lorca) musicados por ela e uma de Chico Buarque (“Flor da Idade”).
O primeiro CD: personalidade

Sobre “De Papel”, escreveu o músico, linguista e professor universitário Luiz Tatit (Grupo Rumo):

“Vanessa Bumagny prefere esbanjar maturidade e personalidade já no primeiro disco: assina todas as composições, algumas em parceria, trabalha com músicos de excelente qualidade, investe no visual da capa e do encarte e ainda recebe convidados do naipe de Zeca Baleiro e Chico César. Logo na primeira audição de ‘De Papel’, temos vontade de perguntar onde estavam essas canções antes do lançamento do disco. Como podem ser originais e familiares ao mesmo tempo?
Vanessa soube calibrar o ímpeto criador na direção de um repertório acima de tudo atraente. Não há dúvida de que, para isso, contou com o auxílio imprescindível de Alê Siqueira e Dante Ozzetti, músicos e produtores especialistas em extrair boa sonoridade das canções, mas essa atitude da intérprete manifesta-se desde o estágio da composição.
Não há como não admirar a realização bem-sucedida da difícil arte de musicar poesias consagradas.
Por fim, ela dispõe de um belo timbre de voz associado a uma afinação muito precisa.”

Segundo disco: melancólico
Em 2009, grava o segundo trabalho, “Pétala por Pétala”, produção de Zeca Baleiro, que assina com ela duas faixas. Chico César escreveu com ela a canção que dá título ao álbum. O disco conta com a participação linda de Dominguinhos. As demais músicas, à exceção de mais dois poemas por ela musicados (da galega Rosália de Castro e do português Sidônio Muralha), são dela. Este é um trabalho mais melancólico, um clima intimista. Um ótimo disco (pena que esteja esgotado).

“O Segundo Sexo” saiu em 2014. Inspirado na leitura da obra homônima de Simone de Beauvoir, nele ela assina sozinha seis faixas, quatro com parceiros (Zeca Baleiro - que também canta um rap incidental na faixa-título, dela e LuizPinheiro -; Heloiza Ribeiro e Luiz Tatit) e pôs melodia a um poema de João Cabral de Melo Neto, em que o pernambucano homenageia o mineiro Carlos Drummond de Andrade.

Este terceiro trabalho tem um colorido diferente, dançante em alguns momentos, mais alegre que o “Pétala” (não que este seja triste), e no qual ela, sob sugestão de Zeca Baleiro, diversificou os produtores: Fernando Nunes, Érico Theobaldo (6), Zeca Loureiro e Rogério Bastos (3) e Tuco Marcondes, o que imprime climas diferentes.

Sobre ele, também escreveu Aquiles Rique Reis, músico e vocalista do MPB-4:

Terceiro álbum: dançante
“’O Segundo Sexo’ é um CD que deve ser ouvido, pois traz à tona uma artista de indiscutíveis predicados. Cantora e compositora de bons recursos, seu trabalho, pleno de musicalidade e personalidade, sem dúvida deve ser apreciado.”

Show e novos projetos

A agenda de Vanessa Bumagny está agora tomada por dois projetos: a gravação de seu primeiro DVD e a produção de um espetáculo infantil. Sobre o DVD, Vanessa diz que quer fazer algo diferente, não limitado ao registro de um show (até pode ser), mas algo como uma história contada em episódios. O espetáculo infantil ela pretende levantar poemas e musicá-los, na linha do “Crianceiras”, projeto de Marcio de Camillo com poesias de Manoel de Barros.

Mas, quem quiser conferir – ou rever – o trabalho de Vanessa, tem a oportunidade no próximo dia 30 de abril. Ela vai se apresentar no projeto Quintas Musicais da Sala Itaú Cultural (avenida Paulista, 149, São Paulo), às 20h, com entrada franca (ingressos distribuídos meia hora antes do show).

No dia 1º de abril, Vanessa concedeu uma entrevista ao Blog por Bloga, em um agradável café e restaurante na Vila Madalena. A seguir, a íntegra:

Ou, se preferir, ouça:


Bloga: Como você começou a cantar, o que lhe influenciou, o que você ouvia. Como foi seu universo até você se tornar cantora e compositora?

Vanessa: Meu universo musical era bem variado, meu pai gostava muito de música, minha mãe também, então em casa tinha Luiz Gonzaga, tinha Chico, Caetano, Gilberto Gil, Bethânia, mas tinha também Jackson do Pandeiro, tinha esse universo mais nordestino, tinha música clássica. Então acho que foi misturado... Beatles, fui descobrindo os discos deles, fui escutando, acho que já comecei com um leque grande de coisas para escutar. E aí quando fui morar nos Estados Unidos, quando era adolescente, para um intercâmbio, cheguei lá e na escola tinha coral, fui cantar no coral e foi aí que eu percebi que eu realmente queria trabalhar com música.

Bloga: Que tipo de música que se cantava lá?

Vanessa: Coisas assim tipo Mozart, tinha alguma coisa de golpel, spirituals, mas era basicamente isso, não tinha música popular, no sentido de, sei lá, Bob Dylan, rock, pop. Spiritual você até pode dizer que é música popular, mas...

Bloga: Quer dizer que era uma coisa mais lírica?

Vanessa: Sim. Aí quando eu voltei para o Brasil fui fazer canto lírico. É o que mais tinha na época: para estudar música era canto lírico, hoje até você acha aula de canto popular.

Bloga: Você acha que isso lhe deu uma sustentação em termos de técnica, de estilo, respiração...  Essas coisas que são apropriadas para quem canta, dá uma boa base?

Vanessa: Dá uma boa base, é essencial, para mim foi essencial. Eu não tinha isso natural, não era uma coisa fácil para mim, então eu precisei fazer aula para aprender realmente a usar as cordas vocais, a respiração...

Bloga: Aí você foi cantar forró...

Vanessa: Pois é, porque tinha essa coisa desde a infância de ouvir bastante forró, aí resolvi que queria fazer uma banda de forró e achei uns loucos que toparam a ideia e a gente teve uma banda de forró em 92, a Segura Essa.

Bloga: E tocavam em casas, onde?

Vanessa: Era bem difícil na verdade; a gente tocava em lugares meio absurdos, como uma casa que tinha no Brooklin, que nem sei se ainda existe, a Inverno e Verão... Mas fiz no Sanja, e um lugar que não lembro o nome... A gente fez bastante shows lá, o Chico César, o Zeca, era Café...

Bloga: Seria O Canto da Ema?

Vanessa: Não, acho que o Canto da Ema nem existia nessa época... Era Café Maravilha. E a gente fazia uns shows em Osasco, também... Não tinha muita facilidade para tocar forró. Até para cantar no Café Maravilha foi bem difícil, porque eles falavam: ‘Ai, forró!’...

Bloga: É na época não tinha essa coisa de forró universitário...

Vanessa: É, não existia...

Bloga: Era naquela formação básica: sanfona, zabumba e triângulo?

Vanessa: Não, a gente tinha baixo, bateria...

Bloga: Então vocês foram meio que precursores do forró universitário...

Vanessa: É, acho que fui mesmo, porque naquela época não tinha nem lugar para tocar. Era muito esquisito tocar forró, era estranho mesmo.

Bloga: Aí depois você foi para a Espanha, Barcelona, fazer o quê lá?

Vanessa: Eu queria viver essa experiência de morar fora do Brasil, já mais velha, com uma ideia de carreira, ver como era o mercado musical em outro lugar sem ser São Paulo, que eu achava muito cheio de panelinha, muito difícil de você ter a oportunidade de mostrar o trabalho e ser reconhecido pela qualidade do trabalho. Eu achava que tinha mais a ver você ser amigo de alguém, que é amigo de alguém... Então fui embora, fiquei quatro anos fora e foi muito bacana. Fiz minha banda  lá...

Bloga: Banda com músicos de lá?

Vanessa: Tinha de tudo era, misturado... Às vezes tinha um brasileiro, às vezes dois, às vezes não tinha nenhum. Fiquei quatro anos e foi muito bacana. Fiz bastante shows na Espanha, em Paris, e aí achei que era melhor voltar para o Brasil.
Decisão de gravar veio na Espanha, mas realizou-se quando voltou ao Brasil

Bloga: E a ideia do disco nasceu lá então? Você já compunha na Espanha, tinha coisa própria que você apresentava?

Vanessa: Comecei a compor mais na Espanha mesmo. A ideia do disco nem surgiu de mim. Na verdade estava fazendo um show e um fã espanhol [NE: esse fã prefere ficar no anonimato] veio pedir para comprar um disco. E eu falei que não tinha disco e ela falou que eu precisava ter e ele mesmo que arrecadou entre os amigos dele uma grana para patrocinar meu primeiro disco.

Bloga; Foi assim outra precursora, a do crowdfunding...

Vanessa: Eu não sei, talvez já existisse, mas não foi um crowdfunding na verdade, porque ele pegou e apareceu com o dinheiro para fazer o disco. Eu nem sabia como fazer um disco... O Chico César estava lá na época, foi fazer um show lá e eu perguntei a ele o que se faz para fazer um disco. E aí ele me disse para conversar com o Mario Manga...Aí, de volta ao Brasil, eu comecei a produzir com o Mario Manga...

Bloga: Mario Manga do Premê...

Vanessa: É, Aí acabou que esse disco eu nem terminei, parei no meio. E aí depois eu comecei a fazer com outro patrocínio, com outra história, que foi realmente meu primeiro disco, o “De Papel”

Bloga: “De Papel” que tem a ver com seu sobrenome...

Vanessa: É, a tradução de meu sobrenome em russo.

Bloga: Mas teve um disco de que você participou quando estava lá na Espanha...

Vanessa: Sim, teve um disco, que foi um projeto de um brasileiro, que aliás acho que até mora lá ainda, Danilo Pinheiro, e ele fez um projeto de pegar cinco brasileiros, cada um gravava duas músicas, e a gente resolveu chamar o projeto de “Pau de Sebo” [NE: Vitrine Brasil, lançado em 1998 pelo selo Regent Music], porque era muito difícil fazer música, como subir num pau de sebo. Eu gravei uma música minha, chamada “Mito”, e uma música da Rita Lee, “Coisas da Vida”.

Bloga: “Coisas da Vida”? Maravilhosa...

Vanessa: Maravilhosa, maravilhosa...

Bloga: E esse disco existe?.

Vanessa: Existe, quer dizer, não sei se ele existe em catálogo. Eu tenho um, mas não sei se ele existe, como está de tiragem atualmente, não faço ideia.

Bloga: Mas foi lançado em Barcelona?

Vanessa: Foi lançado lá, com shows, foi uma coisa muito legal, de começar a juntar pessoas para fazer coisas juntos   ...

Bloga: E quem mais que participou desse disco?

Vanessa: Não lembro agora. Preciso dar uma olhada, isso faz muitos anos. [NE: Além dela e do guitarrista e idealizador do projeto, Danilo Pinheiro, o CD teve a participação de Norberto Farina, Cogumelo Brasil, João Niterói e Nema Plá.]
CD com brasileiros na Espanha

Bloga: Você tem muita parceria com Zeca Baleiro, Chico César, tem uma com Luiz Tatit agora. Como é que você chegou a esse pessoal, como é que eles chegaram até você?

Vanessa: Conheci o Chico César no show da Virginia Rosa, no Sanja, e ele me apresentou para o Zeca e o Luiz Tatit eu conheci muito depois, dez anos depois, quando eu lancei meu primeiro disco. Eu sempre fui muito fã dele e pedi para ele escrever uma resenha sobre o disco para apresentar o disco. E foi assim que eu o conheci.

Bloga: O “De Papel”. E ele escreveu uma resenha...

Vanessa: Escreveu um texto de apresentação.

Bloga: Você já tinha tido aula com ele?

Vanessa: Não, depois disso que eu resolvi ser ouvinte no curso dele na USP.

Bloga: Mas então você arriscou: ‘vou mandar e ver no que dá’...

Vanessa: Eu arrisquei, mandei, ou tinha alguém que conhecia ele e mandou... Não lembro mais como foi. Eu mandei o disco, ele gostou, o convidei para escrever e ele topou.

Bloga: E como é que você compõe, tem as músicas com Zeca, você manda a música para ele ou a letra, vocês se encontram. Como é que são suas parcerias, não só com o Zeca, como é seu processo de composição, de produção?

Vanessa: Eu não tenho muito um método, na verdade, cada música tem uma história meio única. O Zeca, por exemplo, eu já compus de várias maneiras, compus junto, fazendo tudo junto – letra e música, já compus mandando letra para ele; Chico também, mandando letra; Luiz Tatit foi o contrário, eu mandei a música para ele; às vezes eu musico poemas, mas não tenho um método, cada coisa acontece de um jeito.

Bloga: Sobre o último disco, “Segundo Sexo”, no qual você se refere ao trabalho de Simone de Beauvoir... Como você vê esta questão do gênero, do feminismo, do machismo. Você disse que a leitura do livro lhe modificou. Como é que você passa a enxergar essas coisas agora, por que Simone de Beauvoir lhe despertou tanto assim?
Leitura de Simone de Beauvoir transformou sua vida

Vanessa: Eu tinha um professor no colegial que falava que eu tinha que ler esse livro, que ele é incrível e eu sempre pensei que um dia eu ia ler, porque é enorme e aí um dia eu li e achei que me respondeu muitas coisas em relação a ser mulher hoje. Achei um livro revolucionário. E, apesar de ter sido escrito nos anos 1940, 1949, é um livro muito atual e eu achei que esse livro precisava ser discutido, ser homenageado, citado, observado, encomendado e eu percebi que tudo que eu faço, na verdade, tem a ver com isso, com esse lugar, porque você não pode ser mulher assim de uma forma neutra, não existe isso: você é mulher e tudo que você faz, tudo que te afeta no mundo te afeta a partir desse lugar. Então eu pensei que tudo que eu componho, as músicas que eu faço, minha carreira... toda minha vida tem a ver com eu ser mulher. Por isso que o disco chama “Segundo Sexo”.

Bloga: Você diz que o disco tem que ser um objeto que cutuca, que desperta, que instiga. Qual é o papel do artista, ao seu ver, nessa questão de instigar, de provocar, de fazer refletir?

Vanessa: Acho que o artista... Não sei o artista, não vou falar dos outros, cada um tem a sua motivação de fazer o que faz. A minha é essa ânsia de realmente me comunicar, mas me comunicar não de um jeito, digamos, comum, corriqueiro, gostaria que eu trouxesse alguma coisa que fizesse as pessoas pensarem, a partir da sensação, do sentimento, da emoção. Acho que você faz o que você faz para... Eu faço o que eu faço para me comunicar, mas de uma forma profunda, não superficial, não banal. É uma busca minha. Na verdade eu acho que eu só gravo músicas que eu acho que tem esse potencial de instigar; se é uma música que eu acho que não vai mudar nada, não vai tocar em ninguém eu não gravo, não toco.

Bloga: E a resposta, o que você recebe de feedback, as pessoas conversam com você a respeito de suas músicas, como você vê o retorno de seu recado?

Vanessa: Acho o retorno incrível. Ele não tem uma... Ele tem fases diferentes... Agora, por exemplo, o “Segundo Sexo” é um disco que eu acho que não atingiu tantas pessoas, o “De Papel” e o “Pétala por Pétala” atingiram bem mais.

Bloga: Como você vê a cena hoje, concorda com o Luiz Tatit (que disse em entrevista ao 'Gafieirasque hoje o músico tem mais facilidades para fazer seu trabalho do que antes, mas a concorrência também é maior)?


Vanessa: Tem uma questão que eu acho que, apesar de os meios estarem mais democráticos,  está tudo muito pulverizado, as pessoas precisam cada vez mais de curadoria, de alguém que ouça e fale ‘olha, isso é legal’, porque as pessoas não vão parar para ouvir tudo. Há algumas exceções de gente que tem essa tendência para garimpar, ir atrás, mas a maioria ouve o que cai no colo. Então precisa de alguém que diga o que é legal e o que é lixo e não precisa escutar, senão você vai cair no risco de ficar nas mãos de outra pessoa que vai escolher por você.

Página oficial de Vanessa no Facebook

O canal de Vanessa no Soundcloud

Alguns vídeos de Vanessa no Youtube:


“O Segundo Sexo”, do disco homônimo, dela e Luiz Pinheiro:





“Tristeza Só”, dela, do álbum “O Segundo Sexo”:





“Pétala por Pétala”, dela e Chico César, do CD homônimo:





“Ciúme não Mata”, dela e Zeca Baleiro, do disco “Pétala por Pétala”:






“Árido”, dela, do primeiro CD, “De Papel”:






“Radiografia”, dela e Zeca Baleiro, do disco “De Papel”:


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