O Barquinho Cultural

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domingo, 13 de abril de 2025

Hyldon lança "Jazz is Dead 23"



O cantor, compositor, guitarrista e produtor baiano Hyldon (1951) lançou no último 4 de abril de 2025 o álbum "Hyldon JID023" - ou "Jazz Is Dead 023".

Traduzindo: O trabalho é o 23º lançamento do projeto/selo "Jazz is Dead", do compositor, arranjador e músico Adrian Younge (1978) e do DJ Ali Shaheed Muhammad (1970).

Ao contrário do que o nome indica, o projeto se propõe a celebrar e revitalizar o jazz clássico, e mostrar como ele tem influenciado e vem sendo relido na música contemporânea.

Para tal, os dois convidam lendas vivas do jazz para colaborar com eles em estúdio, em gravações totalmente analógicas em Los Angeles (EUA). E os brasileiros não ficam de fora. Já participaram da epopeia Marcos Valle (JID003), Azymuth (JID004) e João Donato (JID007).

Fã confesso de Hyldon, Adrian o chamou para participar do projeto após ter feito a lição de casa, qual seja, ouvir todo o catálogo do criador de "Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda", "As Dores do Mundo", "Acontecimento", "Na Sombra de Uma Árvore" etc.

O baiano topou e, aproveitando que o parceiro de longa data Ivan "Mamão" Conti (1946-2023), baterista do Azymuth, estava por lá, o convidou para trabalharem juntos nas bases que o estadounidense lhe mandou gravadas logo depois.

Hyldon, então, criou melodias e letras e o resultado é este 14º álbum solo da sua carreira. Mamão veio a morrer pouco depois, em 17 de abril de 2023 (aniversário de Hyldon), sem chance de ouvir o trabalho pronto.

Sobre os brasileiros, escreveu Adrian: "Produzir um álbum do Hyldon foi a realização de um sonho. Estudei o catálogo dele por muitos anos e admiro profundamente a forma como ele misturava o som dos Beatles com Marvin Gaye e Tim Maia. Ainda fico impressionado com o fato de ele cantar até melhor hoje do que em sua fase considerada ‘áurea’. E sentimos muita falta do nosso querido amigo e colaborador Mamão, o saudoso baterista do Azymuth. Dedicamos este álbum à sua memória, e gostaríamos que ele tivesse tido a chance de ouvir o resultado final”.

O disco é inspirado na obra de Hyldon nos anos 60 e 70, busca resgatar o espírito daquela era em uma linguagem contemporânea. Hyldon é um dos pioneiros da soul music brasileira, ao lado de Tim Maia, Cassiano, Carlos Dafé, Banda Black Rio, entre outros.

Hyldon iniciou a carreira como instrumentista e depois produtor na Polydor (Universal). Lá, produziu discos de altas vendagens de Erasmo Carlos, Diana, Wanderléa e Odair José. Trabalhou com Tony Tornado e recusou convites de Elis Regina e Gal Costa para se dedicar mais as suas composições.

Em 1973, sai seu 1º compacto, com “Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda (Casinha de Sapê)" e "Meu Patuá”. Em 1974, lança o segundo single com “As Dores do Mundo" e "Sábado e Domingo”.

O estouro nas paradas dos dois compactos permite o investimento em seu primeiro LP, "Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda", em 1975 (ler a respeito aqui). Reverenciado e regravado por Kid Abelha e Jota Quest, entre outros, suas músicas também são aproveitadas no cinema, integrando, por exemplo, a trilha de "Cidade de Deus", "Carandiru", "Durval Discos", "O Homem do Ano". 


Adrian Younge no Brasil


Adrian Younge estará no Brasil nos próximos dias para a turnê do disco "Something About April III" (SAAIII)- que será lançado nas plataformas digitais em 18 de abril. Em 30 de abril, ele toca em Belo Horizonte, no Autêntica, e, em 7 de maio, no Cultura Artística, em São Paulo, com a participação especial de Hyldon, Carlos Dafé, Céu, Luiza Lian, Marcos Valle e Samantha Schmütz.

O SAAIII completa a trilogia de soul psicodélico — em suas palavras, "uma deslumbrante aventura sonora que redefine o gênero para novas gerações". "O disco funde a alma cinematográfica da Black America com os vibrantes sons psicodélicos do passado do Brasil, servindo como uma homenagem visionária às tradições musicais".

O álbum é resultado de seu trabalho com músicos brasileiros no projeto Jazz Is Dead, tanto que Younge aprendeu português o suficiente para escrever as letras do álbum no idioma e aprofundar seu vínculo com a cultura brasileira. O disco tem a participação dos brasileiros Céu, Luiza Lian, Miguel Lian Leite (da banda Celacanto), Antonio Pinto, Manu Julian e Sthe Araujo.


quinta-feira, 10 de abril de 2025

The Shirelles

Nasci em 1961: Esta série de publicações apresenta músicas lançadas ou que tiveram destaque no ano de meu nascimento.

The Shirelles é um grupo feminino americano de rhythm and blues, doo-wop e soul music que ganhou popularidade no início dos anos 1960.

Formado inicialmente pelas colegas de escola Shirley Owens (1941-), Doris Coley (1941-2000), Addie "Micki" Harris (1940-1982) e Beverly Lee (1941-) em 1957 para um show de talentos em sua escola, elas assinaram com a Tiara Records e gravaram seu primeiro single, "I Met Him On A Sunday", depois licenciado pela Decca Records em 1958.

Foram depois para a Scepter Records, onde o compositor Luther Dixon, que já havia composto para Perry Como (1912-2001), Nat King Cole (1919-1965) e Pat Boone (1934-), aceitou escrever músicas para o quarteto.

O primeiro single da lavra de Dixon foi "Tonight's the Night", que deu visibilidade para as meninas, alcançando o 39º lugar nas paradas em 1960.

Em seguida veio "Will You Love Me Tomorrow", de Gerry Goffin e Carole King, o primeiro hit número um da Billboard alcançado por um grupo de garotas negras.

Em 1961, fizeram sucesso com "Baby It's You", escrita por Burt Bacharach, Luther Dixon e Mack David, canção gravada pelos Beatles - fãs confessos desse tipo de grupo vocal - em seu primeiro LP, "Please Please Me", de 1963, que trazia também "Boys" (Luther Dixon e Wes Farrell), gravado por elas em 1960.

Após um período de sucesso, The Shirelles deixaram o Scepter em 1966. Depois disso, não conseguiram manter a popularidade anterior, em parte devido à chamada Invasão Britânica nos EUA e à forte competição de outros grupos femininos, como The Chiffons, The Supremes, The Ronettes, Martha & The Vandellas e The Crystal.

Em 1968, Coley sai do grupo e o agora trio gravou canções para vários selos, como Bell Records, RCA e United Artists até 1971. Depois, fizeram turnê cantando suas canções mais antigas e participaram das filmagens do documentário "Let the Good Times", de 1973.

Coley voltou como vocalista em 1975, substituindo Owens, que seguiu carreira solo.

Addie "Micki" Harris morreu de ataque cardíaco em 10 de junho de 1982, após duas apresentações com o grupo. No ano seguinte, as três restantes cantaram "Will You Love Me Tomorrow" com Dionne Warwick (1940-) em seu álbum "How Many Times Can We Say Goodbye."

Hoje, as meninas remanescentes do quarteto original fazem shows em grupos diferentes e separadas, embora a marca registrada do nome Shirelles tenha sido adquirida por Lee.

Shirley Owens se apresentou no especial Doo Wop 51 PBS em 2000, e continua a turnê com o nome de "Shirley Alston Reeves e suas Shirelles".

Lee atualmente faz turnês com novos membros, anunciados como "The Shirelles".

Doris Coley morreu em 4 de fevereiro de 2000, de câncer de mama.


terça-feira, 8 de abril de 2025

Bob Marley


Nasci em 1961: Esta série de publicações apresenta músicas lançadas ou que tiveram destaque no ano de meu nascimento.

Em 1961, Bob Marley - morto há quase 44 anos -, escreveu aquela que seria sua primeira canção gravada, "Judge Not", impressa em vinil no ano seguinte.

Robert Nesta Marley, nascido em 6 de fevereiro de 1945, tinha então 16 anos, e havia dois estava em Kingston para seguir carreira musical.

Em 1963, Marley se juntou a Peter Tosh, Bunny Livingston, Junior Braithwaite, Beverly Kelso e Cherry Smith para formar o grupo vocal Teenagers; mais tarde rebatizado de Wailing Wailers e depois simplesmente Wailers.

Eles tocavam o principal ritmo do país, o ska, de onde se originou o reggae, que se baseia em uma mistura de sons africanos com o rhythm & blues (R&B).

O primeiro single da banda, “Simmer Down”, foi a música mais executada nas rádios jamaicanas durante dois meses seguidos. Na época, o grupo já contava com mais três integrantes: Junior Braithwaite e os backing-vocal Beverly Kelso e Cherry Smith.

Em 1966, Bob Marley se casa com Rita Anderson e viaja para os Estados Unidos, onde permanece durante oito meses ao lado da mãe e do padrasto.

De volta à Jamaica, Marley se reúne com Bunny e Peter, retoma o grupo.

O sucesso dos Wailers começou quando eles se uniram ao produtor Lee Perry e gravaram “Soul Rebel”, “400 Years” e “Small Axe”, já com influência da crença “Rastafar” – de origem africana, mas de grande apelo na Jamaica.

Em 1970, o baixista Aston Barret e o baterista Carton Barret se uniram à banda.

Em 1971, o grupo assinou com a Island Records e em 1973 gravaram o álbum “Catch a Fire”, o primeiro do grupo e com grande destaque para a música da Jamaica.

A gravadora promoveu uma turnê da banda pela Inglaterra e Estados Unidos. Nesse mesmo ano, lançam o álbum “Burnin”, que trouxe duas canções de Bob e de Peter, “Get Up, Stand Up” e “I Shot the Sheriff”, que foi gravada por Eric Clapton, em 1974, e virou o hit n.º 1 nos Estados Unidos.

O terceiro álbum, “Natty Dread” (1974), lançou a música “No Woman, No Cry”. Nesse mesmo ano, Peter e Bunny deixam a banda, e Rita, sua esposa, se une ao grupo, junto com Judy Mowatt e Marcia Griffiths, e ficam conhecidas como “I'Threes”.

Em 1976, o grupo lança o quarto disco de estúdio, “Rastaman Vibrations”. Nessa época, a banda começa a ser reconhecida como “Bob Marley & The Wailers”. Logo, o disco atinge as primeiras posições das paradas musicais nos Estados Unidos.

Nessa época, a Jamaica passava por uma grave crise político social. O músico resolve fazer um show gratuito no Parque dos Heróis Nacionais em Kingston, com o objetivo de pedir o fim dos conflitos ocorridos entre as diversas gangues.

No dia 3 de dezembro de 1976, dois dias antes do show, Bob Marley sofreu um atentado quando homens armados entraram em sua casa em Hope Road. Os tiros feriram gravemente sua esposa Rita Marley e seu empresário Dom Taylor, enquanto Marley sofreu ferimentos leves no peito e no braço.

Após o ocorrido, Marley resolve ir morar em Londres. Em 1977, grava o álbum “Exodus”, que permaneceu por mais de 50 semanas nas primeiras posições na Inglaterra. A faixa “One Love” fez grande sucesso. Kaya foi outro sucesso, com destaque para "Is This Love" e "Satisfy My Soul".

De volta à Jamaica, Marley organiza o “One Love Peace Concert”.

Em 1979, Marley lança o disco “Survival”, no qual revela em algumas músicas a dor e o ódio com relação às injustiças sociais, como nas faixas “So Much Trouble in the World” e “Ambush in the Night”. No álbum, foi lançada também a música “Africa Unite”.

Foi então convidado para as comemorações pela independência do Zimbabwe em 17 de abril de 1980.

Em 1977 foi diagnosticado com um câncer de pele do tipo agressivo, recusou-se a tratá-lo por questões religiosas, mas no fim de sua vida aderiu à Igreja Ortodoxa, porém já era tarde demais.

Bob Marley morreu aos 36 anos em Miami, no dia 11 de maio de 1981, vítima do câncer. Seu funeral teve honras de chefe de Estado e a data de seu nascimento é feriado nacional na Jamaica. (Fontes: Biografia, All Music)



segunda-feira, 7 de abril de 2025

Djalma Ferreira


Nasci em 1961: Esta série de publicações apresenta músicas lançadas ou que tiveram destaque no ano de meu nascimento.

Djalma Ferreira (Djalma Neves Ferreira - 1914-2004) começou a estudar música aos 12 anos. Seguiu para a Itália, onde aprendeu piano e violino. Voltou para o Rio de Janeiro com 18 anos.

Em 1938 fez sua primeira composição, "Longe dos Olhos" (com Cristóvão de Alencar), gravada por Francisco Alves e Sílvio Caldas.

A partir de 1940, foi pianista do Cassino da Urca e de várias outras casas de jogo do Rio.

Por intermédio de Henrique Batista estreou no rádio no programa "Samba e Outras Coisas", ao lado de Henrique e Marília Batista.

Em 1945 organizou o conjunto Os Milionários do Ritmo e gravou seu primeiro disco como executante, "Bicharada", um 78 rpm em que tocava solovox, imitando sons de animais.

Em 1946, com o fechamento dos cassinos, excursionou durante quatro anos pela América do Sul, acompanhado de seu conjunto, e chegou a abrir a boate Embassy, em Lima, Peru.

De volta ao Brasil, abriu a boate Drink, que lançou Miltinho, Ed Lincoln, Helena de Lima e Sílvio César.

Dessa época são seus maiores sucessos como compositor: "Lamento", "Murmúrio", "Devaneio" (todos com Luís Antônio) e "Volta" (com Luís Bandeira).

Em 1960 abriu em São Paulo a boate Djalma, onde tocou com Rubinho (bateria) e Luís Chaves (contrabaixo), e lançou Jair Rodrigues como crooner.

Em 1963 vendeu a boate e fixou residência nos EUA, apresentando-se em hotéis e cassinos em Las Vegas e na Califórnia.

Esteve no Rio de Janeiro por um ano em 1965, só voltando em 1973 para uma temporada na boate carioca Le Roi.

Em 1981, apresentou-se com muito sucesso, durante alguns meses, no Um Deux Trois, no Leblon, novamente com Miltinho integrando o conjunto Milionários do Ritmo.

Morreu em Las Vegas aos 91 anos.



sábado, 5 de abril de 2025

Jamelão


Nasci em 1961: Esta série de publicações apresenta músicas lançadas ou que tiveram destaque no ano de meu nascimento.

O carioca José Bispo Clementino dos Santos, o Jamelão (1913-2008), nascido em São Cristóvão, fez contato com o Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira no início da década de 1930, como tamborinista.

No início dos anos 1940, começa a cantar em gafieiras e em programas de calouro. Vence o concurso da Rádio Clube do Brasil e trabalha com a rádio por um ano.

Após esse período, conhece o maestro Severino Araújo, da Orquestra Tabajara, que o contrata como crooner e com quem excursionou pela Europa.

Em 1949, grava seu primeiro disco 78 rpm na Odeon, que traz "A Jiboia Comeu" (João Corrêa da Silva e Antenogenes Silva) e "Pensando Nela" (Antenogenes Silva e Irani de Oliveira).

No mesmo ano, torna-se intérprete da Mangueira, mas só assume o posto principal em 1952, quando substitui Xangô da Mangueira (1923-2009), ficando no posto até 2006.

Como intérprete, tornou-se bicampeão logo em seus dois primeiros desfiles, faturando ao todo 13 títulos, sendo quatro bicampeonatos, em 57 anos como intérprete.

Deu voz a várias composições de Lupicínio Rodrigues, Ari Barroso, Zé Kéti.

Em 1968, Jamelão entrou para a ala de compositores da Mangueira, enquanto seguia gravando sambas românticos que o tornaram conhecido como cantor dos assim chamados sambas “dor de cotovelo”.

No carnaval de 1990, chegou a anunciar que deixaria de cantar os sambas-enredo de sua escola, mas no ano seguinte voltou à avenida, participando também, em São Paulo, da escola de samba Unidos do Peruche, onde interpretou de 1991 a 1993.

Em 2001, foi eleito presidente de honra da Mangueira - cargo máximo da escola. Em 2006, sofre um AVC que o impediu de cantar profissionalmente até seu falecimento, em 2008, no Rio de Janeiro.

Em 1961, gravou um 78 rpm com duas músicas dedicadas às mães: "Amor de Mãe" (Cícero Nunes) e "Valsinha da Mamãe" (Vilobaldo Teles). Em homenagem ao dia delas. (Fontes: Museu Afro Brasil, Dicionário Cravo Albin da MPB, Enciclopédia Itaú Cultural, IMMuB, Instituto Moreira Salles.)





sexta-feira, 4 de abril de 2025

Caco Velho

Nasci em 1961: Esta série de publicações apresenta músicas lançadas ou que tiveram destaque no ano de meu nascimento.

O porto-alegrense Mateus Nunes, o Caco Velho (1920-1971), conhecido como "o sambista infernal", foi um dos principais nomes das casas de show nas décadas de 1950 e 1960 no país, além de levar a cultura brasileira para países como França e Estados Unidos.

Contemporâneo de Lupicínio Rodrigues (1914-1974) e Túlio Piva (1915-1993), começou a carreira em 1932 tocando nas rádios gaúchas e logo se mudou para São Paulo.

O apelido foi-lhe dado por sempre cantar a canção "Caco Velho", de Ary Barroso (1903-1964) em suas apresentações.

Em São Paulo, tocou no Cassino OK. Em 1941, compôs com Mutt (Péricles Simões Pires, 1912-1954) o samba "Olá Como Vai o Senhor", gravado pelo grupo Os Pinguins na Odeon.

Em 1943, sua toada "Mãe Preta", dele e Antônio Amábile, o Piratini (1906-1953), foi gravada pelo Conjunto Tocantins na Continental.

Essa música acabou indo parar na Europa, sendo gravada em meados dos anos 1950 pelas portuguesas Maria da Conceição - com letra censurada, diz-se devido à censura da ditadura salazarista (1933-1974) - e Amália Rodrigues (1920-1999), com a letra e o título modificados, para "Barco Negro", de autoria de David Mourão-Ferreira (1927-1996), falando da separação de dois amantes, em vez de narrar o sofrimento de uma mãe escrava original.

A versão entrou no filme francês “Les Amants du Tâge” ('Os Amantes do Tejo'), de Henri Verneuil, lançado em 1955. De qualquer maneira, o crédito não lhe foi atribuído, levando-o a tomar satisfações e um acordo foi feito, chegando o gaúcho até a se apresentar posteriormente com a fadista em Portugal.

Em 1959, outra vez a música era-lhe roubada: o músico britânico George Melachrino (1909-1965) gravou uma versão instrumental de "Mãe Preta", com o nome "Barco Negro", no LP "Lisbon at Twilight", pela RCA, sem também lhe dar o crédito.

Em 1975, em seu primeiro LP solo, "Água do Céu - Pássaro", Ney Matogrosso grava a música, porém com a letra do português. (Resenha na coluna à direita.)

Em 1944, Caco Velho estreou em disco pela Odeon com os sambas "Briga de Gato", de Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins (1904-1980), e "Maria Caiu do Céu", de sua parceria com Nilo Silva (1910-1990).

Gravou nos anos seguintes diversos discos e, em 1955, foi com a orquestra de Georges Henri (1919-2017) para Paris, onde permaneceu até 1957 no cabaré La Macumba.

Quando retornou ao Brasil, abriu sua própria casa de shows em São Paulo, a Brazilian’s.

Em 1961, formou seu próprio conjunto e com ele gravou os sambas "Tem Que Ter Mulata" e "A Voz do Sangue", do compositor gaúcho Túlio Piva, pela Copacabana.

Por volta de 1966, foi para São Francisco (EUA), com o conjunto Brazilian's Bar, onde ficou até 1968, quando seguiu para Lisboa, apresentando-se em teatros, rádios e televisão.

De volta a São Paulo em 1970, abriu a casa noturna "Sem Nome Drink's".

O músico morreu aos 52 anos, em 1971, vítima de câncer no intestino. No mesmo ano, foi homenageado por Elis Regina (1945-1982) no programa Som Livre Exportação, da TV Globo. (Fontes: Nonada, Dicionário Cravo Albin da MPB, IMMuB, Jornal do Comércio.)



quinta-feira, 3 de abril de 2025

Monsueto


Nasci em 1961: Esta série de publicações apresenta músicas lançadas ou que tiveram destaque no ano de meu nascimento.

Monsueto Campos de Menezes (1924-1973), que teve composições suas gravadas por bambas como Caetano Veloso, Martinho da Vila, MPB-4, Maria Bethânia, Milton Nascimento, Alaíde Costa e, mais recentemente, Marisa Monte, teve em vida lançados apenas dois LPs, além de seis discos em 78 rotações e quatro compactos simples.

Nascido na favela do Morro do Pinto, na Gávea, Monsueto perdeu os pais aos três anos de idade e ficou sob a guarda da avó materna e depois de uma tia.

Aos 12 anos, teve de trabalhar na tinturaria de Francisco, o irmão mais velho. Depois que a pequena firma faliu, passou a fazer pequenos biscates.

Aos 15 anos, passou a frequentar quadras de escolas de samba para integrar a bateria de algumas delas; aos 17, torna-se baterista profissional em bailes de gafieira, cabarés e clubes de dança.

Após cumprir o serviço militar, se casa e monta sua própria tinturaria.

No fim dos anos 1940, ele continua a tocar bateria e divulga seus sambas junto à boemia que se reunia no entorno do Teatro João Caetano.

Deixa o negócio sob a administração da mulher e fez circular nas rodas de bambas sua primeira composição, "A Fonte Secou", escrita em parceria com Tufi Lauar e Marcléo, gravada em 1953 por Raul Moreno.

Caiu nas graças do produtor José Caribé da Rocha, que o apresentou a emissoras de rádio e de TV e intermediou sua contratação como baterista da orquestra de Nicolino Copia, o maestro Copinha, regente do Copacabana Palace.

Copinha, aliás, foi o responsável por traduzir em partituras as ideias e letras de Monsueto.

No carnaval de 1952, Linda Batista emplaca o primeiro grande sucesso de Monsueto, "Me Deixe em Paz", escrito em parceria com Aírton Amorim.

Em 1955, Marlene grava o clássico "Mora na Filosofia". Depois de um período de trabalhos para Herivelto Martins, liderando conjunto formado por batuqueiros, cantoras e cabrochas, Monsueto lança em 1962, pela Odeon, seu primeiro LP, "Mora na Filosofia dos Sambas de Monsueto".

O cantor e compositor também atuou em humorísticos da TV - como o "Noites Cariocas", na TV Rio, em 1959, e ainda se tornou pintor, chegando a pintar quase mil telas.

Monsueto também atuou como ator em 14 filmes – dez brasileiros, três argentinos e um italiano. O último, "O Forte", de Olney São Paulo, não chegou a concluir as filmagens, rodadas na Bahia.

Com câncer no fígado, Monsueto sofreu um mal-súbito em 17 de fevereiro de 1973, quando estava no set de filmagens, em Salvador. Teve, com três diferentes parceiras, seis filhos.

"Eu Quero Essa Mulher Assim Mesmo", dele e José Batista, saiu no lado B de um 78 rpm pela Odeon, com "Ajudai O Próximo" (só dele) no lado A.

O samba também seria gravado no ano seguinte, fechando seu primeiro LP. (Fontes: Show Livre, Dicionário Cravo Albin da MPB, IMMuB.)


quarta-feira, 2 de abril de 2025

Carlos Lyra

Nasci em 1961: Esta série de publicações apresenta músicas lançadas ou que tiveram destaque no ano de meu nascimento.

1961 marca o início da parceira entre Carlos Lyra e Vinicius de Moraes.

Só neste LP lançado nesse ano, que leva apenas o nome do cantor e compositor nascido Carlos Eduardo Lyra Barbosa em 11 de maio de 1933 ou 1939 (nem seu site oficial esclarece), pela Philips, há quatro composições da dupla: "Coisa Mais Linda", "Você e Eu", "Primeira Namorada" e "Nada Como Ter Amor".

Segundo ele próprio conta, "desde criança apaixonei-me pelo cinema e ainda mais pelos musicais (...) Tocava em meu piano de brinquedo e em uma harmônica de boca, mas foi quando servi ao Exército, ao quebrar a perna vencendo um campeonato de salto em distância que, imobilizado, fui contemplado por minha mãe com um violão e aproveitei as aulas de meu vizinho, Garoto (Aníbal Augusto Sardinha - 1915-1955)."

Compôs sua primeira música, "Quando Chegares", em 1954, mesmo ano em que escreveu "Menina", que viria a ser gravada ano seguinte por Sylvinha Telles (1934-1966), mas antes defendida por Geraldo Vandré (1935-) que à época assinava Carlos Dias, no I Festival da Canção, realizado pela TV Rio.

À essa época, já estabelecera contato com os músicos que criariam o que veio a ser conhecido como "bossa nova": além de Sylvinha, João Gilberto (1931-2019), Lúcio Alves (1927-1993), Luiz Eça (1936-1992), João Donato (1934-2023) e outros à volta do piano de Johnny Alf (1929-2010).

Ainda em 1961, fundou, com Oduvaldo Viana Filho (1936-1974), Ferreira Gullar (1930-2016), Leon Hirszman (1937-1987) e Carlos Estevam Martins (1934-2009), o Centro Popular de Cultura da UNE (CPC), atuando também como diretor musical da entidade.

Escreve para peças e filmes e se apresenta em Nova York, em 1962, na lendária apresentação dos bossa-novistas no Carnegie Hall.

Distanciando-se da temática "sorriso e a flor" da bossa nova, passa a compor músicas mais engajadas, e, com a barra pesada pós-1964, autoexila-se no exterior, só voltando em 1971.

Tem um disco censurado em 1974, "Herói do Medo" e volta aos EUA, onde fica mais dois anos.

Escreveu trilhas variadas nos anos seguintes. Em 1984, realizou o show "25 Anos de Bossa Nova". Fez inúmeras excursões solo e com parceiros pelo exterior, além de vários discos, além de alguns livros.

Morreu em 16 de dezembro de 2023.


terça-feira, 1 de abril de 2025

Jocy de Oliveira

Nasci em 1961: Esta série de publicações apresenta músicas lançadas ou que tiveram destaque no ano de meu nascimento.

A paranaense de Curitiba Jocy de Oliveira Carvalho (1936-) é uma compositora, pianista e escritora brasileira. Estudou piano em São Paulo e em Paris.

Estreou como solista com a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo em 1952. Recebeu o título de “Master of Arts” pela Washington University, em St. Louis, Missouri.

É sucessora do maestro Eleazar de Carvalho (1912-1996), com quem foi casada, na cadeira nº 32 da Academia Brasileira de Música (ABM).

Apresentou várias primeiras audições de compositores que a ela dedicaram obras, como Olivier Messiaen (1908-1992), Iánnis Xenákis (1922-2001), Luciano Berio (1925-2003), Lukas Foss (1922-2009), Cláudio Santoro (1919-1989) e John Cage (1912-1992).

Gravou 25 discos no Brasil e no exterior.

Mais conhecida por seu trabalho erudito e suas óperas, em 1961 lança, pela Copacabana, o LP "A Música Século XX de Jocy", no qual relê a recém-criada bossa nova e o samba de maneira totalmente vanguardística e inovadora.

Em 1961 ainda, apresentou sua primeira obra eletroacústica multimídia, "Apague Meu Spotlight", com participação da atriz Fernanda Montenegro (1929-), nos teatros municipais de São Paulo e Rio de Janeiro, ópera composta em parceria com Berio, sendo pioneira no desenvolvimento de um trabalho multimídia no Brasil envolvendo música, teatro, instalações, texto e vídeo.

É também autora de cinco livros publicados no Brasil , EUA e França.

Em seu trabalho como compositora, dedicou-se em especial ao universo do teatro musical, com peças como "Fata Morgana", "As Malibrans" e "Kseni – A Estrangeira", que tratam, entre outros temas, da questão feminina, central em sua produção.

Nos últimos anos, criou os espetáculos "Berio Sem Censura" e "Revisitando Stravinsky", no qual relembra sua própria trajetória e, por meio dela, a música do século XX.

Seu trabalho mais recente, o filme "Liquid Voices – A História de Mathilda Segalescu" (2020), está disponível na Amazon Prime. (Fontes: Site oficial, ABM, Woodstock Sound, Concerto.)


domingo, 30 de março de 2025

Patsy Cline


Nasci em 1961: Esta série de publicações apresenta músicas lançadas ou que tiveram destaque no ano de meu nascimento.

Patsy Cline (1932-1963) foi uma cantora norte-americana de música country. Seu nome de batismo era Virginia Patterson Hensley, nascida em Winchester, na Virgínia.

Assinou seu primeiro contrato como cantora country em 1953 e, apesar de sua vida curta, tornou-se uma das intérpretes mais influentes da história da música popular norte-americana.

Ela ajudou a quebrar a barreira de gênero neste gênero musical, em grande parte graças à sua voz suave e emotiva.

O pai de Cline, Samuel, era ferreiro. Sua mãe, Hilda, tinha apenas 16 anos quando se casou com Samuel, 25 anos mais velho que ela. O casal teve três filhos antes de se separarem, com Hilda se tornando costureira para sustentar sua família.

Cline aprendeu sozinha a tocar piano por volta dos 8 anos de idade. Mais tarde, ela descobriu sua paixão por cantar. Quando tinha 16 anos, Cline largou a escola para ir trabalhar para ajudar a família. Teve diversos empregos.

Em seu tempo livre, Cline começou sua carreira de cantora. Ela se apresentou em estações de rádio locais e entrou em inúmeros concursos de canto.

Seu primeiro sucesso foi "Walkin' After Midnight" (1957), escrito por Don Hecht e Alan Block. Embora tenha começado a carreira gravando rockabilly, sua voz combinava mais com os sucessos pop/country.

Outros de seus hits foram "Crazy" (Willie Nelson), "She's Got You" (Hank Cochran) e "I Fall To Pieces" (Hank Cochran e Harlan Howard), este lançado em 1961.

Cline morreu em um acidente de avião em Camden, Tennessee, aos 30 anos. No avião com ela estavam outras figuras conhecidas do country na época, como Hawkshaw Hawkins (1921-1963), Randy Hughes (1928-1963) e Cowboy Copas (1913-1963). Hughes, então namorado e empresário de Cline, era o piloto do avião.

"I Fall to Pieces", gravada na primeira sessão em que Cline teve liberdade de cantar o que quisesse, foi o ponto de virada em sua carreira.

Alcançando o número um nas paradas country e o número 12 no pop, foi o primeiro de vários crossovers country-pop que ela iria desfrutar nos anos seguintes.

Embora seu ímpeto comercial tenha diminuído um pouco nos anos seguintes, ela ainda estava no topo quando morreu. (Fontes: Rolling Stone, Biography, All Music)


sábado, 29 de março de 2025

Judy Garland

Nasci em 1961: Esta série de publicações apresenta músicas lançadas ou que tiveram destaque no ano de meu nascimento.

Em 10 de julho de 1961, a Capitol lançou o LP duplo "Judy At Carnegie Hall", registro do concerto de Judy Garland na casa de espetáculos de Nova York realizado na noite de 23 de abril daquele ano.

O disco ganhou o Grammy de Álbum do Ano (de música popular), fazendo de Garland a primeira mulher a ganhar o prêmio. O álbum arrematou ainda os prêmios de Melhor Performance Vocal Feminina, Melhor Engenharia de Som (para o engenheiro Robert Arnold) e Melhor Capa (para o diretor Kim Silke).

Em 2003, a Biblioteca do Congresso dos EUA considerou o álbum "culturalmente, historicamente ou esteticamente significante" e o selecionou para preservação no Registro Nacional de Gravações, um programa nacional para proteger o patrimônio de gravações sonoras do país.

Judy Garland, nascida Frances Ethel Gumm (1922-1969), foi uma atriz, cantora, dançarina e artista de vaudeville estadunidense, considerada por muitos uma das principais estrelas cantoras da era de ouro dos musicais de Hollywood .

Em 1940, recebeu o Oscar Juvenil por sua atuação em "The Wizard of Oz" (no Brasil, 'O Mágico de Oz', de Victor Fleming, 1939) e "Babes in Arms" ('Sangue de Artista', Busby Berkeley, 1939).

Vinda de uma família de artistas de teatro, Judy e as irmãs - Mary Jane e Dorothy Virginia - formaram um grupo de dança, o The Gumm Sisters, e estrearam no cinema em 1928.

Em 1934, trocaram o nome do grupo para The Garland Sisters, quando Frances também passou a assinar Judy.

A escolha de Garland é controversa. O grupo se desfez em 1935 com o casamento de uma das irmãs, mesmo ano em que Judy fez sua estreia profissional como cantora, em um programa de rádio, e em que assinou com a MGM.

Atuou em papeis pequenos até contracenar como protagonista com Mickey Rooney (1920-2014) em "Baby in Arms", e ainda estrelou com Mickey mais cinco filmes.

Em 1938, aos 16 anos, Judy conseguiu o papel principal de Dorothy Gale em "O Mágico de Oz", em que ela cantou a música com a qual ela sempre seria identificada, "Over the Rainbow" (Harold Arlen e Yip Harburg).

A garota chegava a trabalhar 18 horas diárias, para conseguir finalizar rapidamente suas diversas cenas. Sua mãe e os diretores lhe davam anfetaminas para que ela não dormisse e tivesse disposição para finalizar as filmagens, o que arruinou sua saúde física e psicológica com os anos.

Seguiu em ritmo frenético de trabalho, e sofria tanto assédio sexual como críticas por sua aparência, desenvolvendo depressão, o que, somado a decepções amorosas, fez que tentasse o suicídio algumas vezes.

Foi forçada a abortar em sua primeira gravidez, "para não atrapalhar a carreira", desenvolveu anorexia pela pressão para emagrecer. Deu à luz Liza Minnelli, de seu casamento com Vincent Minnelli (1903-1986), em 1946.

No ano seguinte, foi internada com colapso nervoso, pelo excesso de trabalho e abuso de antidepressivos. Tentou novamente o suicídio. Recuperada, fez mais quatro filmes para a MGM, mas sua saúde agravou-se e deixou outras filmagens incompletas, sendo suspensa pelo estúdio.

Em 1951, passou a apresentar-se em teatros e casou-se com Sidney Luft (1915-2015), com quem teve dois filhos, Lorna (1952-) e Joey (1955-).

Voltou ao cinema em 1952, estrelando, em 1954, o remake de "A Star is Born" ('Nasce uma Estrela', de George Cukor) para a Warner Bros.

Estrelou outros filmes, com indicações para o Oscar, e atuou em vários programas de televisão, além de montagens de shows em Las Vegas.

Em 1962, teve seu próprio programa na CBS, "The Judy Garland Show", que durou, no entanto apenas uma temporada.

Com cirrose hepática e arruinada financeiramente, divorciou-se de Sidney, alegando maus-tratos, e voltou a se apresentar nos palcos, inclusive com a filha Liza, então com 18 anos, em Londres, em 1964.

Em 1967, foi escalada pela 20th Century Fox para um filme, mas, com excesso de faltas, acabou demitida.

Voltou aos espetáculos com os filhos, mas, em janeiro de 1969, sua saúde estava se deteriorando, vindo a morrer em 22 de junho.


sexta-feira, 28 de março de 2025

Everly Brothers

Nasci em 1961: Esta série de publicações apresenta músicas lançadas ou que tiveram destaque no ano de meu nascimento.

Em 1961, os irmãos Don (1937-2021) e Phil (1939-2014) Everly, The Everly Brothers, lançaram três singles pela Warner Bros, com quem assinaram no início dos anos 1960, após três anos bem-sucedidos na Cadence, onde emplacaram o primeiro grande sucesso deles, "Bye Bye Love" - uma canção do casal Felice e Boudleaux Bryant que havia sido rejeitada por 30 selos antes.

"Walk Right Back" (Sonny Curtis), "Tempation" (Nacio Herb Brown e Arthur Freede) e "Don't Blame Me" (Jimmy McHugh e Dorothy Fields) não chegaram ao topo das paradas nos EUA, mas fizeram sucesso no Reino Unido, onde dois futuros astros os adoravam: John Lennon (1940-1980) e Paul McCartney (1942-).

Lennon, aliás, disse que a harmonia vocal de "Please Please Me" foi inspirada na de "Cathy's Clown", composição dos irmãos que estourou nos EUA e na Inglaterra em 1960.

Filhos de um mineiro de carvão no Kentucky, os irmãos começaram a se apresentar na escola. Quando a família se mudou para Iowa, eles tinham um programa de rádio (o pai deles, Ike, também era cantor).

Quando chegaram à adolescência, os irmãos se mudaram para Nashville, onde, em 1956, gravaram um single na Columbia, "Keep A-Lovin' Me", de Don, fracasso de vendas.

Demitidos da gravadora, ficaram um tempo ao léu até serem contratados pela Cadence, onde, além de "Bye Bye Love", emplacaram também hits como "Wake Up Little Susie", também dos Bryant, que ainda lhe renderam os sucessos "All I Have to Do Is Dream", "Bird Dog" e "Problems".

Em 1961, eles se alistaram na reserva do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA e ficaram fora de cena por um tempo.

No final da década de 1960, os irmãos retornaram ao country rock, e seu álbum de 1968, "Roots", foi aclamado por alguns críticos como "um dos melhores álbuns country-rock".

Mas já não alcançavam o sucesso de antes e perderam o contrato com a Warner, além de se viciarem em drogas.

Em 1973 a dupla se separou e os irmãos seguiram carreiras solo. Voltaram a se reunir no palco dez anos depois e gravaram alguns discos nos anos 1980.

Os últimos grandes shows dos irmãos ocorreram em meados dos anos 1990, quando eles se juntaram para abrir para Simon & Garfunkel na turnê Old Friends.

Phil morreu em 3 de janeiro de 2014, aos 74 anos, de complicações pulmonares. Após a morte de seu irmão, Don fez aparições públicas ocasionais, incluindo se juntar a Paul Simon no palco para cantar "Bye Bye Love" na turnê de Simon em 2018. Em 21 de agosto de 2021, Don morreu de ataque cardíaco em sua casa em Nashville, aos 84 anos.