O Barquinho Cultural

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domingo, 10 de maio de 2009

Uma noite de reverência ao Mestre

Não foi um show. Não. Foi um culto. A reverência a um mito e a sua extraordinária obra. A apresentação de Ike Willis e a Central Scrutinizer, banda-tributo a Frank Zappa, na madrugada deste domingo, 10, na Aldeia Turiassu, representou a catarse coletiva - aristotelicamente falando - de não fãs, mas fiéis seguidores dessa quase religião que se tornou o Zappa. E isso não é crítica, porque eu estava lá nessa mesma condição, mimeticamente me sentindo como em um show do próprio mestre, a figura de Ike, que com ele tocou durante 15 anos e voz forte e inconfundível em tantas canções, ajudando bastante a me sentir como se diante do próprio Zeus Zappa. Foi uma noite dedicada às guitarras, o repertório foi pinçado dentre as obras escritas e executadas nesse instrumento por meio do qual o grande músico se tornou o que se tornou. Faltou, para meu gosto, Watermelon in Easter Hay, imperdoável para um grupo com esse nome, afinal, refere-se ao personagem da ópera Joe's Garage, da qual Watermelon faz parte. Bem, não se pode ter tudo mesmo. Mas acha que vou reclamar? Afinal, foram quatro horas de puro deleite, as músicas que não me canso de ouvir, executadas ao vivo por uma banda talentosíssima, elogiada, pregam, pelo próprio mestre. E com Ike Willis, em pessoa! Depois de os perder na Virada, não podia ter recompensa melhor. Foi um show-culto para ficar na memória para sempre. É impressionante como eles executam à perfeição as músicas por si só já bastante complexas, e estão lá nota por nota, cada instrumento reproduzindo como se fosse o disco que estivesse sendo executado. Claro que isso não é assim muito louvável, mas o propósito de bandas cover, tributo e similares é esse mesmo: reproduzir com fidelidade as músicas do artista homenageado. Mas o interessante dessa Central Scrutinizer é que eles se preocupam apenas com a música, não tem ninguém lá de bigodão e pera quadrada no queixo, até porque, até onde eu sei, ninguém faz o papel de Zappa na banda. Ainda bem. O negócio deles é o som. Eles também formaram a base do Karnak, a banda que acompanhou o André Abujamra tempos atrás. Segundo eles contam, mandaram dois vídeos para o Zappa e, conforme garante um assessor, o mestre viu e elogiou. Bem, se o Ike os aprecia - e isso pude testemunhar domingo -, não há por que duvidar. Já tinha visto a Central há alguns anos, mas não pude ver o show até o final, porque era no meio da semana e tinha de ir trabalhar. Mas desta vez, como se diz no interior, lavei a égua. E quero mais.
As fotos, na sequência (esq. p/ dir): galera fiel; Mano Bap; Rainer Tankred Pappo; Juliano Beccari; Ike, Cadu Bap e Hugo Hori; Ike Willis e Caio Goes (se errei a identificação depois corrijo)

2 comentários:

Unknown disse...

Tomara que o show de sexta seja tão bom quanto este!

Carlos Mercuri disse...

Pode ter certeza de que será, sim, apesar de menos extenso... Bjs