O Barquinho Cultural

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quarta-feira, 6 de março de 2013

Cada dia sua agonia

Charge: Bira (http://professorjcesar.blogspot.com.br)


Hoje acordei cedo, mais do que de costume, como se ainda tivesse o compromisso. O calor, talvez... Seguindo a recomendação de mais um guru que a mídia vem incensando, deixo a janela aberta para despertar com o clarear do dia, o sol vir beijar minha face e fazer o corpo despertar de seu repouso. Gostoso foi logo ao abrir os olhos poder trocar duas ou três palavras com minha filha, maravilhas do fuso horário. E saber de mais uma morte: a de Chorão, o garotão de 42 anos da banda Charlie Brown Jr., de Santos. Ontem, morrera o presidente da Venezuela desde 1999, Hugo Chávez. Semana começando muito ruim.

Uma passada de olhos pelas redes sociais e mais notícias ruins: amigos que deixaram seus empregos, creio que da mesma maneira que eu. Ontem, ainda, mais fatos chatos a me proporcionar uma rusga na alma. Para espairecer, assisti a um DVD, “Argo”, vencedor do Oscar de melhor filme, dirigido (e protagonizado) por Ben Affleck. Um bom filme, mas não espetacular. Houve alguma polêmica pelo prêmio, como sempre acontece com o resultado das votações da academia de cinema americana. Eu votaria em outro, como “Django Livre”, de Quentin Tarantino.

Enfim. Dormi. Ouvindo rádio. A emissora a que acostumo ouvir (e que é uma das poucas noticiosas que pega em meu quarto). O grosso eram notícias sobre futebol. Coisa chata (vide post de ontem). Nada de Chávez, de Joaquim Barbosa e seus arroubos autoritários contra um jornalista, nada de nada, só futebol... Chato... Acordo 6h50, vou ouvir outra emissora, em que uma amiga querida está atuando. Bem melhor. Preparo meu café, como algo para não deixar o corpo sem alimento. Sinto-me triste. Não sei por quê. Soma, talvez, de tudo, quem sabe algo específico. Não sei precisar. Acho que, se o espírito está meio acabrunhado, os fatos são enxergados com um tanto mais de pessimismo.

Mas o dia está só começando. Muito ainda a acontecer. Melhor preparar o espírito para que tudo seja enfrentado com vigor, com tranquilidade. A vida não espera você estar bem para acontecer.

Queria dizer muito mais, mas contenho esse impulso. Não é bom falar tudo que vem à mente, sob o risco de se arrepender depois. No mais, está tudo bem. Basta um banho frio (morno, talvez). E ir aos compromissos do dia. Muitos, hoje. As respostas que espero quem sabe venham, ou não. Isso não importa.

Vou devagar, sem criar expectativas demais. Percebo muitas mudanças em mim, frutos, talvez, da maturidade. Decisões tomadas com sobriedade. Avaliações mais ponderadas da realidade. Lições da vida.

3 comentários:

Lize Nascimento disse...

Belo texto meu amigo,
nele podemos ver uma pessoa sincera, o tipo de pessoa com quem dá vontade de sentar, tomar um vinho e conversar calmamente

Unknown disse...

Sinto-me solidária (também atravesso fase mais ou menos assim). E reflito que talvez a arte da vida seja sabermos, às vezes, olhar pra trás, ver o que já realizamos e nos perguntar se temos razões para acreditar que não vamos continuar realizando. Essa perspectiva me reaquece o coração. Beijos e até sábado. Angélica

Carlos Mercuri disse...

Vamos tomar vinho sim, Lize e Angelica, sera otimo reve-las...