O Barquinho Cultural

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terça-feira, 8 de abril de 2025

Bob Marley


Nasci em 1961: Esta série de publicações apresenta músicas lançadas ou que tiveram destaque no ano de meu nascimento.

Em 1961, Bob Marley - morto há quase 44 anos -, escreveu aquela que seria sua primeira canção gravada, "Judge Not", impressa em vinil no ano seguinte.

Robert Nesta Marley, nascido em 6 de fevereiro de 1945, tinha então 16 anos, e havia dois estava em Kingston para seguir carreira musical.

Em 1963, Marley se juntou a Peter Tosh, Bunny Livingston, Junior Braithwaite, Beverly Kelso e Cherry Smith para formar o grupo vocal Teenagers; mais tarde rebatizado de Wailing Wailers e depois simplesmente Wailers.

Eles tocavam o principal ritmo do país, o ska, de onde se originou o reggae, que se baseia em uma mistura de sons africanos com o rhythm & blues (R&B).

O primeiro single da banda, “Simmer Down”, foi a música mais executada nas rádios jamaicanas durante dois meses seguidos. Na época, o grupo já contava com mais três integrantes: Junior Braithwaite e os backing-vocal Beverly Kelso e Cherry Smith.

Em 1966, Bob Marley se casa com Rita Anderson e viaja para os Estados Unidos, onde permanece durante oito meses ao lado da mãe e do padrasto.

De volta à Jamaica, Marley se reúne com Bunny e Peter, retoma o grupo.

O sucesso dos Wailers começou quando eles se uniram ao produtor Lee Perry e gravaram “Soul Rebel”, “400 Years” e “Small Axe”, já com influência da crença “Rastafar” – de origem africana, mas de grande apelo na Jamaica.

Em 1970, o baixista Aston Barret e o baterista Carton Barret se uniram à banda.

Em 1971, o grupo assinou com a Island Records e em 1973 gravaram o álbum “Catch a Fire”, o primeiro do grupo e com grande destaque para a música da Jamaica.

A gravadora promoveu uma turnê da banda pela Inglaterra e Estados Unidos. Nesse mesmo ano, lançam o álbum “Burnin”, que trouxe duas canções de Bob e de Peter, “Get Up, Stand Up” e “I Shot the Sheriff”, que foi gravada por Eric Clapton, em 1974, e virou o hit n.º 1 nos Estados Unidos.

O terceiro álbum, “Natty Dread” (1974), lançou a música “No Woman, No Cry”. Nesse mesmo ano, Peter e Bunny deixam a banda, e Rita, sua esposa, se une ao grupo, junto com Judy Mowatt e Marcia Griffiths, e ficam conhecidas como “I'Threes”.

Em 1976, o grupo lança o quarto disco de estúdio, “Rastaman Vibrations”. Nessa época, a banda começa a ser reconhecida como “Bob Marley & The Wailers”. Logo, o disco atinge as primeiras posições das paradas musicais nos Estados Unidos.

Nessa época, a Jamaica passava por uma grave crise político social. O músico resolve fazer um show gratuito no Parque dos Heróis Nacionais em Kingston, com o objetivo de pedir o fim dos conflitos ocorridos entre as diversas gangues.

No dia 3 de dezembro de 1976, dois dias antes do show, Bob Marley sofreu um atentado quando homens armados entraram em sua casa em Hope Road. Os tiros feriram gravemente sua esposa Rita Marley e seu empresário Dom Taylor, enquanto Marley sofreu ferimentos leves no peito e no braço.

Após o ocorrido, Marley resolve ir morar em Londres. Em 1977, grava o álbum “Exodus”, que permaneceu por mais de 50 semanas nas primeiras posições na Inglaterra. A faixa “One Love” fez grande sucesso. Kaya foi outro sucesso, com destaque para "Is This Love" e "Satisfy My Soul".

De volta à Jamaica, Marley organiza o “One Love Peace Concert”.

Em 1979, Marley lança o disco “Survival”, no qual revela em algumas músicas a dor e o ódio com relação às injustiças sociais, como nas faixas “So Much Trouble in the World” e “Ambush in the Night”. No álbum, foi lançada também a música “Africa Unite”.

Foi então convidado para as comemorações pela independência do Zimbabwe em 17 de abril de 1980.

Em 1977 foi diagnosticado com um câncer de pele do tipo agressivo, recusou-se a tratá-lo por questões religiosas, mas no fim de sua vida aderiu à Igreja Ortodoxa, porém já era tarde demais.

Bob Marley morreu aos 36 anos em Miami, no dia 11 de maio de 1981, vítima do câncer. Seu funeral teve honras de chefe de Estado e a data de seu nascimento é feriado nacional na Jamaica. (Fontes: Biografia, All Music)



segunda-feira, 7 de abril de 2025

Djalma Ferreira


Nasci em 1961: Esta série de publicações apresenta músicas lançadas ou que tiveram destaque no ano de meu nascimento.

Djalma Ferreira (Djalma Neves Ferreira - 1914-2004) começou a estudar música aos 12 anos. Seguiu para a Itália, onde aprendeu piano e violino. Voltou para o Rio de Janeiro com 18 anos.

Em 1938 fez sua primeira composição, "Longe dos Olhos" (com Cristóvão de Alencar), gravada por Francisco Alves e Sílvio Caldas.

A partir de 1940, foi pianista do Cassino da Urca e de várias outras casas de jogo do Rio.

Por intermédio de Henrique Batista estreou no rádio no programa "Samba e Outras Coisas", ao lado de Henrique e Marília Batista.

Em 1945 organizou o conjunto Os Milionários do Ritmo e gravou seu primeiro disco como executante, "Bicharada", um 78 rpm em que tocava solovox, imitando sons de animais.

Em 1946, com o fechamento dos cassinos, excursionou durante quatro anos pela América do Sul, acompanhado de seu conjunto, e chegou a abrir a boate Embassy, em Lima, Peru.

De volta ao Brasil, abriu a boate Drink, que lançou Miltinho, Ed Lincoln, Helena de Lima e Sílvio César.

Dessa época são seus maiores sucessos como compositor: "Lamento", "Murmúrio", "Devaneio" (todos com Luís Antônio) e "Volta" (com Luís Bandeira).

Em 1960 abriu em São Paulo a boate Djalma, onde tocou com Rubinho (bateria) e Luís Chaves (contrabaixo), e lançou Jair Rodrigues como crooner.

Em 1963 vendeu a boate e fixou residência nos EUA, apresentando-se em hotéis e cassinos em Las Vegas e na Califórnia.

Esteve no Rio de Janeiro por um ano em 1965, só voltando em 1973 para uma temporada na boate carioca Le Roi.

Em 1981, apresentou-se com muito sucesso, durante alguns meses, no Um Deux Trois, no Leblon, novamente com Miltinho integrando o conjunto Milionários do Ritmo.

Morreu em Las Vegas aos 91 anos.



sábado, 5 de abril de 2025

Jamelão


Nasci em 1961: Esta série de publicações apresenta músicas lançadas ou que tiveram destaque no ano de meu nascimento.

O carioca José Bispo Clementino dos Santos, o Jamelão (1913-2008), nascido em São Cristóvão, fez contato com o Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira no início da década de 1930, como tamborinista.

No início dos anos 1940, começa a cantar em gafieiras e em programas de calouro. Vence o concurso da Rádio Clube do Brasil e trabalha com a rádio por um ano.

Após esse período, conhece o maestro Severino Araújo, da Orquestra Tabajara, que o contrata como crooner e com quem excursionou pela Europa.

Em 1949, grava seu primeiro disco 78 rpm na Odeon, que traz "A Jiboia Comeu" (João Corrêa da Silva e Antenogenes Silva) e "Pensando Nela" (Antenogenes Silva e Irani de Oliveira).

No mesmo ano, torna-se intérprete da Mangueira, mas só assume o posto principal em 1952, quando substitui Xangô da Mangueira (1923-2009), ficando no posto até 2006.

Como intérprete, tornou-se bicampeão logo em seus dois primeiros desfiles, faturando ao todo 13 títulos, sendo quatro bicampeonatos, em 57 anos como intérprete.

Deu voz a várias composições de Lupicínio Rodrigues, Ari Barroso, Zé Kéti.

Em 1968, Jamelão entrou para a ala de compositores da Mangueira, enquanto seguia gravando sambas românticos que o tornaram conhecido como cantor dos assim chamados sambas “dor de cotovelo”.

No carnaval de 1990, chegou a anunciar que deixaria de cantar os sambas-enredo de sua escola, mas no ano seguinte voltou à avenida, participando também, em São Paulo, da escola de samba Unidos do Peruche, onde interpretou de 1991 a 1993.

Em 2001, foi eleito presidente de honra da Mangueira - cargo máximo da escola. Em 2006, sofre um AVC que o impediu de cantar profissionalmente até seu falecimento, em 2008, no Rio de Janeiro.

Em 1961, gravou um 78 rpm com duas músicas dedicadas às mães: "Amor de Mãe" (Cícero Nunes) e "Valsinha da Mamãe" (Vilobaldo Teles). Em homenagem ao dia delas. (Fontes: Museu Afro Brasil, Dicionário Cravo Albin da MPB, Enciclopédia Itaú Cultural, IMMuB, Instituto Moreira Salles.)





sexta-feira, 4 de abril de 2025

Caco Velho

Nasci em 1961: Esta série de publicações apresenta músicas lançadas ou que tiveram destaque no ano de meu nascimento.

O porto-alegrense Mateus Nunes, o Caco Velho (1920-1971), conhecido como "o sambista infernal", foi um dos principais nomes das casas de show nas décadas de 1950 e 1960 no país, além de levar a cultura brasileira para países como França e Estados Unidos.

Contemporâneo de Lupicínio Rodrigues (1914-1974) e Túlio Piva (1915-1993), começou a carreira em 1932 tocando nas rádios gaúchas e logo se mudou para São Paulo.

O apelido foi-lhe dado por sempre cantar a canção "Caco Velho", de Ary Barroso (1903-1964) em suas apresentações.

Em São Paulo, tocou no Cassino OK. Em 1941, compôs com Mutt (Péricles Simões Pires, 1912-1954) o samba "Olá Como Vai o Senhor", gravado pelo grupo Os Pinguins na Odeon.

Em 1943, sua toada "Mãe Preta", dele e Antônio Amábile, o Piratini (1906-1953), foi gravada pelo Conjunto Tocantins na Continental.

Essa música acabou indo parar na Europa, sendo gravada em meados dos anos 1950 pelas portuguesas Maria da Conceição - com letra censurada, diz-se devido à censura da ditadura salazarista (1933-1974) - e Amália Rodrigues (1920-1999), com a letra e o título modificados, para "Barco Negro", de autoria de David Mourão-Ferreira (1927-1996), falando da separação de dois amantes, em vez de narrar o sofrimento de uma mãe escrava original.

A versão entrou no filme francês “Les Amants du Tâge” ('Os Amantes do Tejo'), de Henri Verneuil, lançado em 1955. De qualquer maneira, o crédito não lhe foi atribuído, levando-o a tomar satisfações e um acordo foi feito, chegando o gaúcho até a se apresentar posteriormente com a fadista em Portugal.

Em 1959, outra vez a música era-lhe roubada: o músico britânico George Melachrino (1909-1965) gravou uma versão instrumental de "Mãe Preta", com o nome "Barco Negro", no LP "Lisbon at Twilight", pela RCA, sem também lhe dar o crédito.

Em 1975, em seu primeiro LP solo, "Água do Céu - Pássaro", Ney Matogrosso grava a música, porém com a letra do português. (Resenha na coluna à direita.)

Em 1944, Caco Velho estreou em disco pela Odeon com os sambas "Briga de Gato", de Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins (1904-1980), e "Maria Caiu do Céu", de sua parceria com Nilo Silva (1910-1990).

Gravou nos anos seguintes diversos discos e, em 1955, foi com a orquestra de Georges Henri (1919-2017) para Paris, onde permaneceu até 1957 no cabaré La Macumba.

Quando retornou ao Brasil, abriu sua própria casa de shows em São Paulo, a Brazilian’s.

Em 1961, formou seu próprio conjunto e com ele gravou os sambas "Tem Que Ter Mulata" e "A Voz do Sangue", do compositor gaúcho Túlio Piva, pela Copacabana.

Por volta de 1966, foi para São Francisco (EUA), com o conjunto Brazilian's Bar, onde ficou até 1968, quando seguiu para Lisboa, apresentando-se em teatros, rádios e televisão.

De volta a São Paulo em 1970, abriu a casa noturna "Sem Nome Drink's".

O músico morreu aos 52 anos, em 1971, vítima de câncer no intestino. No mesmo ano, foi homenageado por Elis Regina (1945-1982) no programa Som Livre Exportação, da TV Globo. (Fontes: Nonada, Dicionário Cravo Albin da MPB, IMMuB, Jornal do Comércio.)



quinta-feira, 3 de abril de 2025

Monsueto


Nasci em 1961: Esta série de publicações apresenta músicas lançadas ou que tiveram destaque no ano de meu nascimento.

Monsueto Campos de Menezes (1924-1973), que teve composições suas gravadas por bambas como Caetano Veloso, Martinho da Vila, MPB-4, Maria Bethânia, Milton Nascimento, Alaíde Costa e, mais recentemente, Marisa Monte, teve em vida lançados apenas dois LPs, além de seis discos em 78 rotações e quatro compactos simples.

Nascido na favela do Morro do Pinto, na Gávea, Monsueto perdeu os pais aos três anos de idade e ficou sob a guarda da avó materna e depois de uma tia.

Aos 12 anos, teve de trabalhar na tinturaria de Francisco, o irmão mais velho. Depois que a pequena firma faliu, passou a fazer pequenos biscates.

Aos 15 anos, passou a frequentar quadras de escolas de samba para integrar a bateria de algumas delas; aos 17, torna-se baterista profissional em bailes de gafieira, cabarés e clubes de dança.

Após cumprir o serviço militar, se casa e monta sua própria tinturaria.

No fim dos anos 1940, ele continua a tocar bateria e divulga seus sambas junto à boemia que se reunia no entorno do Teatro João Caetano.

Deixa o negócio sob a administração da mulher e fez circular nas rodas de bambas sua primeira composição, "A Fonte Secou", escrita em parceria com Tufi Lauar e Marcléo, gravada em 1953 por Raul Moreno.

Caiu nas graças do produtor José Caribé da Rocha, que o apresentou a emissoras de rádio e de TV e intermediou sua contratação como baterista da orquestra de Nicolino Copia, o maestro Copinha, regente do Copacabana Palace.

Copinha, aliás, foi o responsável por traduzir em partituras as ideias e letras de Monsueto.

No carnaval de 1952, Linda Batista emplaca o primeiro grande sucesso de Monsueto, "Me Deixe em Paz", escrito em parceria com Aírton Amorim.

Em 1955, Marlene grava o clássico "Mora na Filosofia". Depois de um período de trabalhos para Herivelto Martins, liderando conjunto formado por batuqueiros, cantoras e cabrochas, Monsueto lança em 1962, pela Odeon, seu primeiro LP, "Mora na Filosofia dos Sambas de Monsueto".

O cantor e compositor também atuou em humorísticos da TV - como o "Noites Cariocas", na TV Rio, em 1959, e ainda se tornou pintor, chegando a pintar quase mil telas.

Monsueto também atuou como ator em 14 filmes – dez brasileiros, três argentinos e um italiano. O último, "O Forte", de Olney São Paulo, não chegou a concluir as filmagens, rodadas na Bahia.

Com câncer no fígado, Monsueto sofreu um mal-súbito em 17 de fevereiro de 1973, quando estava no set de filmagens, em Salvador. Teve, com três diferentes parceiras, seis filhos.

"Eu Quero Essa Mulher Assim Mesmo", dele e José Batista, saiu no lado B de um 78 rpm pela Odeon, com "Ajudai O Próximo" (só dele) no lado A.

O samba também seria gravado no ano seguinte, fechando seu primeiro LP. (Fontes: Show Livre, Dicionário Cravo Albin da MPB, IMMuB.)


quarta-feira, 2 de abril de 2025

Carlos Lyra

Nasci em 1961: Esta série de publicações apresenta músicas lançadas ou que tiveram destaque no ano de meu nascimento.

1961 marca o início da parceira entre Carlos Lyra e Vinicius de Moraes.

Só neste LP lançado nesse ano, que leva apenas o nome do cantor e compositor nascido Carlos Eduardo Lyra Barbosa em 11 de maio de 1933 ou 1939 (nem seu site oficial esclarece), pela Philips, há quatro composições da dupla: "Coisa Mais Linda", "Você e Eu", "Primeira Namorada" e "Nada Como Ter Amor".

Segundo ele próprio conta, "desde criança apaixonei-me pelo cinema e ainda mais pelos musicais (...) Tocava em meu piano de brinquedo e em uma harmônica de boca, mas foi quando servi ao Exército, ao quebrar a perna vencendo um campeonato de salto em distância que, imobilizado, fui contemplado por minha mãe com um violão e aproveitei as aulas de meu vizinho, Garoto (Aníbal Augusto Sardinha - 1915-1955)."

Compôs sua primeira música, "Quando Chegares", em 1954, mesmo ano em que escreveu "Menina", que viria a ser gravada ano seguinte por Sylvinha Telles (1934-1966), mas antes defendida por Geraldo Vandré (1935-) que à época assinava Carlos Dias, no I Festival da Canção, realizado pela TV Rio.

À essa época, já estabelecera contato com os músicos que criariam o que veio a ser conhecido como "bossa nova": além de Sylvinha, João Gilberto (1931-2019), Lúcio Alves (1927-1993), Luiz Eça (1936-1992), João Donato (1934-2023) e outros à volta do piano de Johnny Alf (1929-2010).

Ainda em 1961, fundou, com Oduvaldo Viana Filho (1936-1974), Ferreira Gullar (1930-2016), Leon Hirszman (1937-1987) e Carlos Estevam Martins (1934-2009), o Centro Popular de Cultura da UNE (CPC), atuando também como diretor musical da entidade.

Escreve para peças e filmes e se apresenta em Nova York, em 1962, na lendária apresentação dos bossa-novistas no Carnegie Hall.

Distanciando-se da temática "sorriso e a flor" da bossa nova, passa a compor músicas mais engajadas, e, com a barra pesada pós-1964, autoexila-se no exterior, só voltando em 1971.

Tem um disco censurado em 1974, "Herói do Medo" e volta aos EUA, onde fica mais dois anos.

Escreveu trilhas variadas nos anos seguintes. Em 1984, realizou o show "25 Anos de Bossa Nova". Fez inúmeras excursões solo e com parceiros pelo exterior, além de vários discos, além de alguns livros.

Morreu em 16 de dezembro de 2023.


terça-feira, 1 de abril de 2025

Jocy de Oliveira

Nasci em 1961: Esta série de publicações apresenta músicas lançadas ou que tiveram destaque no ano de meu nascimento.

A paranaense de Curitiba Jocy de Oliveira Carvalho (1936-) é uma compositora, pianista e escritora brasileira. Estudou piano em São Paulo e em Paris.

Estreou como solista com a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo em 1952. Recebeu o título de “Master of Arts” pela Washington University, em St. Louis, Missouri.

É sucessora do maestro Eleazar de Carvalho (1912-1996), com quem foi casada, na cadeira nº 32 da Academia Brasileira de Música (ABM).

Apresentou várias primeiras audições de compositores que a ela dedicaram obras, como Olivier Messiaen (1908-1992), Iánnis Xenákis (1922-2001), Luciano Berio (1925-2003), Lukas Foss (1922-2009), Cláudio Santoro (1919-1989) e John Cage (1912-1992).

Gravou 25 discos no Brasil e no exterior.

Mais conhecida por seu trabalho erudito e suas óperas, em 1961 lança, pela Copacabana, o LP "A Música Século XX de Jocy", no qual relê a recém-criada bossa nova e o samba de maneira totalmente vanguardística e inovadora.

Em 1961 ainda, apresentou sua primeira obra eletroacústica multimídia, "Apague Meu Spotlight", com participação da atriz Fernanda Montenegro (1929-), nos teatros municipais de São Paulo e Rio de Janeiro, ópera composta em parceria com Berio, sendo pioneira no desenvolvimento de um trabalho multimídia no Brasil envolvendo música, teatro, instalações, texto e vídeo.

É também autora de cinco livros publicados no Brasil , EUA e França.

Em seu trabalho como compositora, dedicou-se em especial ao universo do teatro musical, com peças como "Fata Morgana", "As Malibrans" e "Kseni – A Estrangeira", que tratam, entre outros temas, da questão feminina, central em sua produção.

Nos últimos anos, criou os espetáculos "Berio Sem Censura" e "Revisitando Stravinsky", no qual relembra sua própria trajetória e, por meio dela, a música do século XX.

Seu trabalho mais recente, o filme "Liquid Voices – A História de Mathilda Segalescu" (2020), está disponível na Amazon Prime. (Fontes: Site oficial, ABM, Woodstock Sound, Concerto.)