Gaby Andersen, Olimpíada de LA, 1984 |
Coincidência – ou não -, assisti recentemente a três filmes que abordam
pessoas acometidas de males que lhes impedem de, por conta própria, se locomover, comer, se limpar,
enfim, qualquer atividade que normalmente fazemos sozinhos. “Amor” (“Amour”, de
Michael Haneke), “Intocáveis” (“Intouchables”, de Eric Toledano e Olivier
Nakache) e “As Sessões” (“The Sessions”, de Ben Lewin). Em todos os três, as
pessoas incapacitadas mantêm a dignidade, não querem ser vistas com pena nem tratadas
como seres sem inteligência e discernimento.
Não estou defendendo a resignação, mas creio que enfrentar
as adversidades da vida com coragem e determinação é uma boa dica para quem
acha que é um coitado total e que o mundo todo conspira contra ele. Conheço
pessoas que o tempo todo lamentam a má sorte, vivem às turras com tudo e todos,
achando que as coisas ruins só acontecem com elas. Como menciona o palestrante
Mauricio Louzada em seu livro “Pra Valer” (editora All Print, 2011, 3ª edição),
“os problemas fazem parte da vida, mas ser vítima deles é uma questão de
escolha”.
Impossível não se lembrar do físico britânico StephenHawking, portador, desde os 21 anos, de esclerose lateral amiotrófica, que lhe
paralisa os movimentos do corpo, mas não as atividades cerebrais. É autor da
frase: “Inteligência é a capacidade de se adaptar à mudança”, o que encerra uma
grande lição. Também podemos nos referir ao paralama Herbert Vianna, que há 12
anos ficou paraplégico e, após quase dois meses em coma, sobreviveu e sua
recuperação foi tamanha que lhe permitiu voltar à atividade artística, apesar
das limitações que adquiriu.
Mas há outros anônimos por aí que nos dão sempre uma lição
de vida. Mostram que a força de vontade – a de viver, em primeiro lugar –
supera os obstáculos que possam aparecer. E que, antes de se queixar, é bom
avaliar se está dando o melhor de si. Não quero dar lição de moral, mas acho
que uma atitude positiva diante da vida ajuda bastante, que o pão de hoje é uma
dádiva e o de amanhã depende de nosso esforço e crença em nossa capacidade de
obtê-lo.
A esses conhecidos que vivem rabugentos e se achando os mais
injustiçados dos humanos, vivo dizendo que se lamentar não resolve os
problemas, que o que conta é a maneira como os enfrentamos, sem perder o vigor.
Mas uma hora cansa ver que minhas palavras de nada aliviam sua lástima. O que
acontece é que mais dia menos dia acabarei me afastando deles, pois negativismo
pega, e não quero ser um radar de energias ruins. Parece cruel, mas é assim.
2 comentários:
Gostei muitíssimo do texto e da postura.
Obrigado, Angélica... Sua opinião é valiosa para mim. Beijos...
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