Nasci em 1961: Esta série de publicações apresenta músicas lançadas ou que tiveram destaque no ano de meu nascimento.
O gaúcho de POA Radamés Gnattali (1906-1988) foi compositor, arranjador, regente e pianista. Aprendeu piano com a mãe ainda criança.
Se mudou definitivamente para o Rio de Janeiro no início dos anos 1930, quando começou a se destacar como arranjador e se aproximar da música popular, imortalizando, por exemplo, a introdução de “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso (1903-1964).
Em 1936, torna-se maestro e arranjador na Rádio Nacional, onde permanece por cerca de 30 anos.
Ali, cria a Orquestra Carioca, dedicada exclusivamente à música brasileira.
Atua nas recém-criadas rádios comerciais e na indústria fonográfica, inicialmente como pianista e depois como orquestrador e regente.
Assim como seu contemporâneo Pixinguinha (1897-1973), suas composições sofrem influência do jazz.
Sistematiza uma nova forma de orquestrar o samba, ao transferir a cadência rítmica, inicialmente executada pela percussão, para o naipe dos metais.
Divulga para o grande público melodias tradicionais brasileiras por meio de orquestrações de motivos folclóricos.
Com o fim do governo Vargas, em 1945, liberta-se do nacionalismo neoclássico e aproxima-se das grandes formas em obras como “Trio Miniatura”, “Brasiliana nº 1” e “Concerto Romântico”.
Essa mudança também transparece em suas composições populares. Os arranjos para os "quatro grandes", como são conhecidos os quatro principais cantores do disco e do rádio − Orlando Silva (1915-1978), Francisco Alves (1898-1952), Carlos Galhardo (1913-1985) e Silvio Caldas (1908-1998) −, cedem espaço a uma orquestração mais intimista.
Outro reflexo da vivência radiofônica na obra de Gnattali é a inusitada instrumentação de suas peças. Cercado de solistas na Rádio Nacional, o compositor procura escrever para eles.
É assim que surgem composições como “Concerto para Harmônica de Boca e Orquestra” (1958), escrito para Edu da Gaita (1916-1982) e “Concerto para Acordeão e Orquestra” (1958), para Chiquinho do Acordeom (1928-1993).
Nas décadas de 1960 e 1970, com a substituição do rádio pela televisão como principal meio de comunicação de massa, as orquestras radiofônicas desaparecem.
Gnattali passa a trabalhar na TV Excelsior e na TV Globo como maestro e arranjador, entre 1968 e 1979, e dedica-se novamente à composição de músicas eruditas.
Ainda nos anos 1970, com o renascimento do choro, suas obras são executadas por jovens músicos e o compositor volta a se apresentar em público.
O 45 rpm "Radamés e a 'Sua Bossa Nova'" deve ter sido lançado em 1961. Não há informações precisas sobre o disco, que traz no lado A “Cheiro de Saudade”, de Djalma Ferreira e Luiz Antonio, e “Chora Tua Tristeza”, de Oscar Castro Neves e Luvercy Fiorini; no lado B, “Samba De Uma Nota Só”, de Tom Jobim e Newton Mendonça, e “Pior Pra Você”, samba de Evaldo Gouveia e Almeida Rêgo. (Fontes: Toque Musical, IMMuB)
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