Nasci em 1961: Esta série de publicações apresenta músicas lançadas ou que tiveram destaque no ano de meu nascimento.
Sergio Ricardo, nome artístico de João Lufti (1932-2020), talvez seja mais conhecido como o cara que quebrou o violão e o lançou à plateia ao ser vaiado durante a apresentação de "Beto Bom de Bola" no III Festival da Canção, de 1967, exibido pela TV Record de São Paulo.
Mas Sergio foi compositor, cantor, instrumentista, ator e diretor de rádio, TV e cinema, escritor, roteirista e pintor.
Natural de Marília (SP), começou a estudar piano aos 8 anos. Seis anos depois, a família mudou-se para a capital paulista. Em 1949, foi para São Vicente, no litoral sul paulista, e trabalhou na Rádio Cultura.
Em 1952, muda-se para o Rio de Janeiro. Começa como locutor de rádio e pianista em boates. Conhece a turma da futura bossa-nova, como Tom Jobim, João Gilberto e Johnny Alf.
Seu trabalho de compositor foi registrado pela primeira vez pela cantora Maysa, que gravou "Buquê de Izabel".
Nessa época, teve despertado seu interesse pelo violão ao ouvir João Gilberto tocar. Gravou seu primeiro 78 rpm em 1957, pela RGE, com "Vai Jangada" (Geraldo Serafim e Newton Castro) e "Sou Igual a Você" (Nazareno de Brito e Alcyr Pires Vermelho).
Lançou ainda outros quatro singles e o primeiro LP, "Dançante Nº 1", saiu em 1959, pela Todamérica.
Integrou o elenco de atores da TV Tupi paulista, quando adotou seu nome artístico. Fez novelas na TV e na rádio, atuando também nas TVs Rio, Vanguarda e Continental.
Em 1960, já integrado à bossa-nova, lança "Não Gosto Mais de Mim - A Bossa Romântica de Sergio Ricardo", de 1960, pela Odeon, com 12 composições próprias, entre elas "Zelão", que já apresentava uma ruptura com a temática "amor, sorriso e flor" da bossa-nova.
Em 1961, filma o curta-metragem "Menino da Calça Branca". O curta representou o Brasil no Festival de Cinema de São Francisco (EUA), alcançando o segundo lugar.
Ainda nos EUA, participou do histórico "Festival de Bossa Nova", realizado no Carnegie Hall de Nova York (EUA), ao lado de Carlos Lyra, Tom Jobim, Roberto Menescal, João Gilberto e Sergio Mendes, entre outros.
Apresentou-se, voz e violão, com suas canções "Zelão" e "O Nosso olhar". Ficou nos EUA por oito meses, tocando em boates, e depois fez temporada na Riviera Francesa.
De volta ao Brasil, em 1963, ligou-se ao Centro Popular de Cultura (CPC) da União Brasileira dos Estudantes (UNE). Dirigiu o longa-metragem "Esse Mundo é Meu" e compôs, com Glauber Rocha, a trilha sonora de "Deus e o Diabo na Terra do Sol", de Glauber.
Ainda nesse ano, gravou o LP "Um Senhor Talento", lançado pela Elenco.
Em 1965, após nova temporada no exterior, apresentou o show "Esse Mundo é Meu" no Teatro de Arena de São Paulo e assinou a trilha de "Terra em Transe", de Glauber, e da peça "O Coronel de Macambira", de Joaquim Cardoso.
Em 1967, lança "A Grande Música de Sergio Ricardo", pela Philips, e classifica "Beto Bom de Bola" no III Festival da Record.
Revoltado com a reação do público na reapresentação da música, jogou o violão quebrado e foi desclassificado.
Participou de outros festivais, montou outro show no Arena, "Sergio Ricardo e a Praça do Povo", escrito com Chico de Assis e dirigido por Augusto Boal.
Em 1970, lançou o longa-metragem "Juliana do Amor Perdido", com roteiro escrito em parceria com Roberto Santos.
Em 1974, filma seu terceiro longa-metragem, "A Noite do Espantalho", no qual atuam os pernambucanos Alceu Valença e Geraldo Azevedo.
Em 1980, participou do Festival de Varadero, em Cuba, ao lado de Chico Buarque, e lançou um LP com Geraldo Vandré.
Em 1983, o Museu da Imagem e do Som de São Paulo realizou a "Semana Sergio Ricardo", apresentando filmes, pinturas, discos, livros e espetáculos de sua autoria.
Compôs, com Ziraldo, a trilha sonora de "Flicts", lançada em disco com o Quarteto em Cy e o MPB-4.
Compôs e escreveu os arranjos da trilha sonora de "Estória de João-Joana", cordel de Carlos Drummond de Andrade, gravada pela Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro e lançada em disco, em 1985.
Em 1999, "Estória de João-Joana" foi encenada no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, marcando sua volta à cena artística.
Lançou, em 2001, o CD "Quando Menos se Espera". Publicou os livros "Quem quebrou meu violão" (Editora Record, 1991), um ensaio sobre a cultura brasileira no período 1940-1990, e "Elas", uma coletânea de suas poesias.
Foi infectado com a covid-19 em maio de 2020, mas morreu sem receber alta em 23 de julho de 2020 no Rio de Janeiro, aos 88 anos, por decorrência de uma insuficiência cardíaca.
Em 1961, lança seu terceiro LP, "Depois do Amor", com composições de Ronaldo Bôscoli, Roberto Menescal, Tom Jobim, Newton Mendonça, Garoto (Aníbal Augusto Sardinha), Lamartine Babo, Johnny Alf, Carlos Lyra e Geraldo Vandré ('Quem Quiser Encontrar o Amor', apresentada aqui), entre outros.
(Atenção: esse texto apresenta um resumo bem sucinto de sua obra, que é extensa; basta dar uma pesquisada. Fontes: Dicionário Cravo Albin da MPB, Toque Musical e IMMuB.)
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