Woody Allen é engraçado. Sabe fazer filmes engraçados mesmo tratando de temas sérios e delicados. Neste Você Vai Conhecer o Homem de Seus Sonhos, não lida com nenhum grande tema caro à humanidade, apenas com dramas comuns da atualidade como a busca da felicidade, a expectativa, a frustração, as decepções, os relacionamentos complicados, a recusa em envelhecer, as ilusões (que às vezes são melhores que os remédios, diz em certo momento).
É um emaranhado de situações que vão se costurando para resultar na dissolução de duas famílias e as tentativas de se construir outras mais felizes. No final, a impressão que se tem é a de que não há uma ideia central, um fio condutor, reforçada pela frase de MacBeth (Shakespeare) que o narrador fala no começo ("A vida é cheia de som e fúria e no final não significa nada").
Acho que é isso. Muito barulho por nada. Nenhuma lição de moral, nenhum julgamento. As pessoas cometem as maiores atrocidades morais e não há punição, a não ser as próprias da vida. No fundo todos só querem ser felizes. E alguns conseguem.
É a história de dois casais ingleses, vividos por Anthony Hopkins e Gemma Jones, e a filha e genro deles, por Naomi Watts e Josh Brolin. Hopkins deixa a mulher após 40 anos de casamento ao não admitir que esteja envelhecendo e parte em busca da juventude, malhando, andando de carro esportivo e ao final se envolvendo com uma ex-prostituta (Lucy Punch, mais nova que sua filha).
A mulher (Jones), inconformada com a separação, passa a se consultar com uma vidente (Pauline Collins) pra lá de charlatã, que lhe dá em troca de seus honorários vários chavões, como o que dá título ao filme. Ela ainda reclama do genro (Brolin), um ex-médico que aventurou-se pela literatura mas não emplacou mais nenhum sucesso depois do primeiro, e vive (às suas custas) esperando pelo telefonema de uma editora que o queira publicar.
Watts obviamente não se conforma com a inatividade do marido e vai à luta, empregando-se em uma galeria de arte de Antonio Banderas, por quem irá alimentar depois uma paixão não correspondida.
Enquanto a mãe vive repetindo as "previsões" da cartomante, crendo piamente em suas realizações, Brolin vai se envolvendo com uma vizinha, que só se veste de vermelho (por que será?), vivida por Freida Pinto.
E assim a história segue, com desfechos que às vezes surpreendem (como o de Jones), às vezes enervam (como o de Brolin). Ou seja, não há linearidade, não há maniqueísmo. É a vida como ela é, sem retoques, e pintada em um tom sépia e com uma trilha jazzística que tornam o filme muito belo, com grandes interpretações e a gente sai do cinema com a sensação de que a vida, ao contrário do bardo inglês, tem, sim, algum sentido. O que damos a ela.
É um emaranhado de situações que vão se costurando para resultar na dissolução de duas famílias e as tentativas de se construir outras mais felizes. No final, a impressão que se tem é a de que não há uma ideia central, um fio condutor, reforçada pela frase de MacBeth (Shakespeare) que o narrador fala no começo ("A vida é cheia de som e fúria e no final não significa nada").
Acho que é isso. Muito barulho por nada. Nenhuma lição de moral, nenhum julgamento. As pessoas cometem as maiores atrocidades morais e não há punição, a não ser as próprias da vida. No fundo todos só querem ser felizes. E alguns conseguem.
É a história de dois casais ingleses, vividos por Anthony Hopkins e Gemma Jones, e a filha e genro deles, por Naomi Watts e Josh Brolin. Hopkins deixa a mulher após 40 anos de casamento ao não admitir que esteja envelhecendo e parte em busca da juventude, malhando, andando de carro esportivo e ao final se envolvendo com uma ex-prostituta (Lucy Punch, mais nova que sua filha).
A mulher (Jones), inconformada com a separação, passa a se consultar com uma vidente (Pauline Collins) pra lá de charlatã, que lhe dá em troca de seus honorários vários chavões, como o que dá título ao filme. Ela ainda reclama do genro (Brolin), um ex-médico que aventurou-se pela literatura mas não emplacou mais nenhum sucesso depois do primeiro, e vive (às suas custas) esperando pelo telefonema de uma editora que o queira publicar.
Watts obviamente não se conforma com a inatividade do marido e vai à luta, empregando-se em uma galeria de arte de Antonio Banderas, por quem irá alimentar depois uma paixão não correspondida.
Enquanto a mãe vive repetindo as "previsões" da cartomante, crendo piamente em suas realizações, Brolin vai se envolvendo com uma vizinha, que só se veste de vermelho (por que será?), vivida por Freida Pinto.
E assim a história segue, com desfechos que às vezes surpreendem (como o de Jones), às vezes enervam (como o de Brolin). Ou seja, não há linearidade, não há maniqueísmo. É a vida como ela é, sem retoques, e pintada em um tom sépia e com uma trilha jazzística que tornam o filme muito belo, com grandes interpretações e a gente sai do cinema com a sensação de que a vida, ao contrário do bardo inglês, tem, sim, algum sentido. O que damos a ela.