Nasci em 1961: Esta série de publicações apresenta músicas lançadas ou que tiveram destaque no ano de meu nascimento.
Em 1961, Dalva de Oliveira (1917-1972) vivia em Buenos Aires com o ator e cantor argentino Tito Climent (1917-1988) e a Odeon lançou no Brasil dois LPs: "Tangos com Francisco Canaro" e "Dalva de Oliveira".
O primeiro trazia versões de clássicos portenhos e o segundo, sucessos em sua voz lançados anteriormente em singles, como "Ave Maria no Morro" e "Segredo", ambas de seu ex-marido Herivelto Martins (1912-1992), a segunda em parceria com Marino Pinto (1916-1965), que também assina "Estrela do Mar" (com Paulo Soledade) e "Que Será" (com Mario Rossi), entre outros.
Chamada de "Rouxinol Brasileiro", "Estrela Dalva" e "Rainha da Voz", por sua poderosa extensão vocal, que ia do contralto ao soprano, foi uma das grandes intérpretes da era de ouro do rádio brasileiro (anos 1940 a 1960).
Sua influência, no entanto, não veio do rádio, mas do pai, Mário de Oliveira, carpinteiro e músico amador, que tocava clarinete e saxofone e fazia serenatas.
Com a morte dele, aos 8 anos veio com a família para a capital paulista (ela nasceu em Rio Claro, interior de São Paulo). Em 1934, a família se muda para o Rio de Janeiro, onde conheceu o compositor Herivelto Martins, com quem se casou oficialmente em 1939 e teve dois filhos, Pery, que também se tornou cantor, com o nome de Pery Ribeiro (1937-2012), e Ubiratan, produtor de TV.
Os dois, mais o cantor Francisco Sena (depois Nilo Chagas) formavam o Trio de Ouro, de muito sucesso à época.
Com a separação do casal, Dalva segue carreira solo, época em que o ex-marido, ao lado do jornalista e compositor David Nasser (1917-1980), faz série de composições para detratar a cantora, que respondia à altura, resultando da rixa canções inesquecíveis, como "Segredo", que fala dessa situação de lavar a roupa suja em público.
Faz excursões ao exterior, quando conhece Tito, de quem se separa em 1963 e volta ao Brasil. Em 1965 sofre um sério acidente de carro com o namorado Manuel Nuno Carpinteiro, que resultou no atropelamento e morte de quatro pessoas, e se afasta da carreira por uns tempos.
Retoma a carreira e lança, em 1970, o LP "Bandeira Branca", cuja faixa título, de Max Nunes e Laércio Alves, é até hoje grande sucesso carnavalesco.
Mas o novo cenário fonográfico brasileiro não tinha espaço para ela, que caiu em depressão e morreu de câncer no esôfago em 30 de agosto de 1972.
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