Nasci em 1961: Esta série de publicações apresenta músicas lançadas ou que tiveram destaque no ano de meu nascimento.
A cantora e também compositora Elza da Conceição Soares nasceu no Rio de Janeiro em 1930. Experimentou emoções fortes em sua trajetória. Da miséria à riqueza, do assédio ao descaso da mídia, da paixão ao abandono.
Foi lavadeira, casou-se forçada pelo pai aos 12 anos e chegou a perder três filhos, que morreram de fome.
Foi com a cara e a coragem num programa de Ary Barroso e ganhou a nota máxima, após passar pelo constrangimento de ouvir do apresentador piadas devido à sua origem humilde.
Depois foi para a Argentina. Mais tarde, conseguiu a chance de cantar no rádio e gravar na Odeon graças aos cantores Moreira da Silva (1902-2000) e Sylvinha Telles (1934-1966).
Nos anos 1960 teve o maior número de sucessos. Acabou perdendo tudo que tinha, inclusive seu filho com Garrincha, morto em acidente de carro, em 1986.
Tentou a sorte fora do país de 1986 a 1994, mas não deu certo. Com o tempo, aprimorou-se como intérprete, tornando-se cada vez mais visceral e teatral.
Ela soube renovar-se e, ao ser convidada para participar do CD “Casa de samba” (1996), voltou a aparecer mais constantemente na mídia.
A partir do álbum "Do Cóccix Até O Pescoço", de 2002, iniciou um processo de modernização de seu estilo, aproximando-se cada vez mais das novas gerações, o que se intensificou com o lançamento dos discos "A Mulher do Fim do Mundo" (2015) - considerado pelo "The New York Times" o melhor álbum de 2016 -, "Deus É Mulher" (2018) e "Planeta Fome" (2019), que exploram elementos da música pop e eletrônica.
Antes de embarcar para o Chile, em 1962, para ser madrinha da Seleção Brasileira na Copa do Mundo, quando conheceu Louis Armstrong e Mané Garrincha, gravou pela Odeon o LP "A Bossa Negra" - meio que definindo seu estilo, entre o samba tradicional e a bossa-nova, do qual "Boato" (João Roberto Kelly) foi um dos êxitos.
Morreu aos 91 anos, em 20 de janeiro de 2022 com o devido e merecido reconhecimento.
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