Nasci em 1961: Esta série de publicações apresenta músicas lançadas ou que tiveram destaque no ano de meu nascimento.
Em 1961, "Coração de Luto", canção autobiográfica de Teixeirinha, nome artístico do gaúcho Vítor Mateus Teixeira (1927-1985), se destacava nas paradas dos discos mais vendidos no Brasil e era uma das líderes de execução nas rádios.
"Coração de luto" conta a história da morte de sua mãe, Ledurina, que, ao sofrer ataque epiléptico em 1936, morreu queimada em cima do lixo que incinerava no quintal de casa.
Vítor perdeu o pai aos seis anos e a mãe aos nove. Foi morar com parentes, mas, como esses não tinham condições de sustentá-lo, para sobreviver saiu pelo mundo fazendo de tudo um pouco, desde carregar malas em portas de pensões até vender jornais e doces como ambulante.
Com 18 anos alistou-se no Exército, mas não chegou a servir e foi trabalhar no Daer (Departamento de Estradas de Rodagem), como operador de máquinas durante seis anos. Dali saiu para tentar a carreira artística cantando nas rádios das cidades do interior do Rio Grande do Sul.
Em 1959 foi convidado para gravar em São Paulo seu primeiro 78 rpm, com as músicas: “Xote Soledade” e “Briga no Batizado”, ambas de sua autoria.
“Coração de Luto” ocupou o lado B do quarto disco gravado por Teixeirinha (o lado A tinha 'Gaúcho de Passo Fundo'), e o sucesso aconteceu espontaneamente após seis meses de seu lançamento.
A gravadora Chantecler resolveu trazer o cantor para São Paulo a fim de trabalhar o disco. O sucesso aconteceu em todo o Brasil, com venda superior a um milhão de cópias no ano de 1961.
Com o dinheiro que ganhou na excursão a São Paulo, comprou uma casa em Porto Alegre, onde viveu toda sua vida, e uma Kombi para excursionar por todo o Brasil.
Aí assumiu a carreira artística, passando a trabalhar em circos, parques, teatros, cinemas e demais casas de espetáculos. Em 1961, ainda, Teixeirinha conheceu a acordeonista Mary Terezinha (1948-) na Rádio Bagé, que o acompanhou por 22 anos.
Em 1964, Teixeirinha escreveu o argumento do filme “Coração de Luto” (de onde foi extraído o vídeo abaixo, com trecho também de 'Minha Infância'), dirigido por Eduardo Llorente, recorde de bilheteria.
Em 1969, foi protagonista no filme “Motorista Sem Limites”, tendo no elenco nomes como Walter D’Avila e Jimmy Pipiolo, produzido por Itacir Rossi.
Em 1970 criou sua própria produtora, “Teixeirinha Produções Artísticas Ltda", pela qual escreveu, produziu e distribuiu dez filmes.
Durante 20 anos, apresentou programas de rádio diariamente com duas edições: “Teixeirinha Amanhece Cantando” (de manhã, óbvio!) e “Teixeirinha Comanda o Espetáculo” (à noite) e, aos domingos pela manhã tinha o programa “Teixeirinha Canta para o Brasil”, com transmissão da capital gaúcha para o interior e outros Estados brasileiros.
Gravou mais de 70 LPs, somando 758 músicas de sua autoria. Recebeu nove discos de ouro.
Em 1973 foi contratado para fazer 15 apresentações nos EUA. Em 1975 foi para o Canadá, onde realizou 18 espetáculos. Fez shows na maioria dos países da América do Sul.
A alcunha pejorativa "Churrasquinho de mãe" para a música consta que foi dada pelo apresentador de televisão Flávio Cavalcanti (1923-1986), ao dizer que Teixeirinha estava fazendo sucesso às custas da desgraça da mãe.
Teixeirinha morreu em 4 de dezembro de 1985, devido a um tumor nas glândulas linfáticas. Seu enterro foi acompanhado por mais de 50 mil pessoas e mereceu cobertura de quatro páginas do Zero Hora.
Em 2005, vinte anos de sua morte, o selo VMTF Music lançou o disco "Especial Teixeirinha: O Gaúcho Coração Do Rio Grande", trazendo 13 de suas composições interpretadas por artistas como Luiz Carlos Borges, Humberto Gessinger, Tchê Garotos, Duca Leindecker, Renato Borghetti, Os Serranos, Thedy Corrêa, Renato Teixeira, Hique Gomez, Fátima Gimenez, Arthur De Faria, Fernando Pezão, seu rebento, Teixeirinha Filho, entre outros.
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